terça-feira, 6 de julho de 2010

Manja que te fa bene!

Domingo é dia de estar em família (Pelo menos a maioria dos meus domingos são).

E sempre procuramos fazer algo legal. Para aproveitar o dia e ter bons momentos. Uma das coisas que sempre fazíamos era procurar um restaurante para conhecer, e valia qualquer sugestão.

Listas da Vejinha, guia da folha, seleções dos melhores lugares de São Paulo, sugestões de amigos, enfim. E apesar de amar São Paulo fomos percebendo que a cada domingo o que deveria ser um almoço agradável começava a se transformar em horas de angústia e nervosismo.

Pegar trânsito, procurar vaga, esperar por mesa, filas, preços caros, sem falar de muitas vezes além de tudo isso, o mau atendimento dos lugares e qualidade gastronômica abaixo do esperado.

Sugestão da minha irmã: "Por que nós não começamos a ficar em casa e tentar preparar pratos sofisticados? Gostamos de cozinhar, podemos nos divertir, não teremos que enfrentar tudo isso aos domingos e ainda aprendemos/criamos novas receitas sem gastar tanto."

Sugestão acatada por todos no ato. E assim começam nossas reuniões dominicais. Que se estendem muito além do domingo. Durante toda a semana na verdade, na busca de receitas e temas para o domingo seguinte, na troca de idéias, providenciar os ingredientes e tudo isso que quem só pensa em comida faz.

Bom, 1º domingo de Gastronomia Doméstica.
Concordamos que nada tem mais cara de domingo do que comida italiana. Então este foi nosso primeiro tema.

Cardápio:

Entrada: Salada verde com abobrinha assada e erva doce
prato principal: Ravioli de abóbora com molho noisette
sobremesa: pastiera di grano

Escolhemos a salada de entrada por ser leve, já que em seguida manjaríamos una bela pasta, e também por ser mais simples o preparo e montagem, já que dispensáriamos bastante tempo com a massa e sobremesa.

A salada foi feita da seguinte forma, fatiamos as abobrinhas em tirinhas, colocamos em uma forma, regamos com azeite e colocamos no forno até ficarem douradas. Depois foi só montar o prato. Os ingredientes da montagem da salada foram: Alface americana (liberdade poética), erva doce, as abobrinhas, queijo de cabra (não pecorino) em cubinhos, e salpicamos com alho poró e gergelim preto. O tempero resolvemos não inventar, azeite e sal.


Causos de cozinha: Na foto de baixo sou eu com o rolo de macarrão da minha irmã que eu tinha acabado de quebrar. Deu para notar que ele não tem a parte onde segurar? Pois é... eu consegui quebrar um rolo e macarrão e nem foi na cabeça de ninguém.


Curiosidades: Noisette em francês quer dizer avelã, ou pequena noz. Este molho que usamos para os Raviolis consiste basicamente em manteiga, que deve ser aquecida até ficar com um aspecto marrom-claro e com aroma levemente adocicado, lembrando assim o cheiro e cor de uma avelã.

A massa foi feita da maneira mais tradicional e básica. 100gr de farinha para cada ovo e calculamos 100gr por pessoa, para saber o quanto fazer. Um pouquinho de água só para dar liga e haja braço.

O recheio fizemos com purê de abóbora. E o molho usado foi o Noisette com majericão.
Ficou simplesmente fantástico.

Recheio do ravioli: 300g de abóbora, 100g de parmesão ralado, 50g de mostarda escura, noz moscada e sal. Fazer um purê com os ingredientes, abrir a massa, cortar em formato redondo, colocar o recheio e fechar como um pequeno pastelzinho. Ferver, fazer o molho, misturar tudo e pronto.











Para sobremesa buscamos receitas tradicionais italianas e achamos a pastiera di grano. Uma torta napolitana à base de ricota, e trigo em grão. É uma receita típica de Páscoa, e as famílias costumam competir para ver quem faz a melhor.

A pastiera foi o mais complicado desse almoço, porque o trigo em grão precisa ser deixado de molho e demora para cozinhar, mas aí adiantamos no sábado para que no domingo só faltasse as misturas.

Vamos lá, a massa leva 350g de farinha de trigo, 190g de manteiga, 30g de açúcar, 2 gemas e uma pitada de sal e para o recheio 100g do trigo em grão, 200ml de leite, 60g de açúcar, casca ralada de um limão, 250g de ricota peneirada, 3 gemas, 3 claras em neve, 150g de damasco e 150g de passas (aqui é a hora de inventar, pode-se colocar as frutas secas que quiserem, também colocamos nozes, meia colher de canela em pó e açúcar de confeiteiro para polvilhar. A massa tem um preparo tradicional, o segredo está no recheio mesmo.

Escorre o trigo cozido (não pode ficar muito mole, tem que ser al dente para que dê crocância ao recheio, a graça da pastiera é a textura do trigo e da ricota, então coloca o leite, o açúcar e junto com o trigo leva ao fogo até secar. Deixa esfriar, mistura todos os demais ingredientes exceto as claras que serão incorporadas por último delicadamente. Abra a massa, coloque em uma forma untada e reserve uma parte da massa para fazer tirinhas por cima formando uma treliça. Coloque o recheio, coloque as trinhas formando losangos leve ao forno aquecido a 190º por 40 minutos aproximadamente, ou até começar a dourar, tire do forno, espere esfriar e polvilhe o açúcar de confeiteiro por cima da pastiera (ela ficou tão gostosa que entrou para o nosso almoço dos melhores do ano de 2009).


Este cardápio foi realizado em 05/04/2009 e coroou a idéia da minha irmã. Mostrando que no conforto de nossa cozinha podemos preparar e saborear pratos incríveis. E a melhor parte, depois do almoço estávamos do lado do sofá para aquela siesta que caracterizou ainda mais uma boa refeição italiana.

2 comentários:

  1. É de dar água na boca!
    Nossa, euq uerendo muito comer doce... kkkkk
    Gostei Rê :)
    Já conhecia esse cardápio, de xereta que sou né kkk
    bjo

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  2. Olha, agora entendo pra que serve aquela prensa de abrir a massa. Macarrão feito em casa só depois da aquisição dessa tecnologia - rsrsrs. E olha que não foi porque o rolo quebrou não, afinal, detonar uns 'trem' lá de casa já é um passatempo seu né - kkkkk.

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