sábado, 30 de julho de 2011

Rabada com Polenta

Satisfação é o tema deste post. Aquela sensação que temos depois de uma bem preparada e substanciosa refeição. Daquelas do almoço de domingo tradicional, que sempre pedem um cochilo durante a tarde.

Essa sensação fica completa quando este momento é dividido entre pessoas por quem nutrimos uma grande estima e consideração. Aí sim, nessas condições de temperatura e pressão podemos nos considerar completamente satisfeitos.

Os ombros relaxam, parece que nenhum problema é grande demais e podemos ficar tranquilos e esperançosos.

Um cardápio que sem dúvida gera todas essas sensações dentro de mim é a rabada com polenta.

E a rabada, como toda carne precisa ser prepara a começar pelos temperos nos quais ficará marinando.

Tempere então a rabada com sal, alho, louro, azeite e vinho branco. Depois de uma noite marinando coloque a carne para fritar em uma panela de pressão até que fique bem dourada. Quando estiver no ponto, naquele que já dá vontade de provar embora esteja muito dura, acrescente água fervente até cobrir a carne e tampe a panela.

Após pegar pressão conte aproximadamente 1 hora e verifique se já está macia. Tire a carne e reserve, deixe o caldo esfriar (leve para a geladeira), quanto estiver bem gelado a gordura irá se separar do restante do caldo. Com uma colher retire todo esse excesso de gordura e reserve a água restante.

Em uma panela aqueça azeite e doure cebola e alho picados, depois da refoga acrescente 6 tomates sem pele e bem picados e deixe cozinhar para que vire um molho. Para que se obtenha o molho aos poucos vá colocando o caldo que estava reservado.

Nesse molho, coloque a carne e deixe apurar. O ponto certo é esperar que a carne descole do osso. Acrescente mais caldo, caso haja necessidade (ou seja, caso fique muito seco).

Para finalizar corrija o sal e depois de desligar a panela uma generosa porção de salsa e cebolinha. Um colorido sempre deixa tudo mais fotogênico.

A polenta é bem rápida, para compensar a espera da rabada.

Leve ao fogo em uma panela de pressão 3 xícaras de água e 2 cubos de caldo de galinha (pode ser substituído por  3 xícaras de caldo de galinha caseiro), acrescente 2 colheres (sopa) de manteiga e deixe ferver.

Nessa hora junte 2 xícaras de fubá dissolvidas em 2 xícaras de leite frio, não esqueça de mexer incansavelmente até ferver. Então tampe a panela e depois da pressão cronometre 10 minutos (marque o tempo no relógio).

Só isso e a polenta já estará no ponto certo. Naquele das mamas italianas mesmo. Mas tenha cuidado, a polenta cria uma casca que gruda no fundo da panela e não deve ser misturada à polenta. Então, na hora de abrir a panela mexa apenas o centro com cuidado e despeje em uma travessa.

Lógico que na hora de servir o que não pode faltar é muito queijo ralado.


De comer rezando e a cada garfada ter a certeza de que a vida é justa e que coisas boas acontecem com as pessoas que merecem.

Aiai!

Mas claro que para deixar qualquer ambiente mais acolhedor e todo tempero ainda mais especial, uma garrafa de vinho sempre ajuda.

O escolhido para esta ocasião foi o Flor de Crasto. Um vinho não muito complexo, de cor rubi e fácil de beber além de um delicioso aroma de framboesas.


Não tem jeito. Se a intenção é sentir-se bem através da gastronomia e deixar corpo e alma satisfeitos a culinária italiana é sempre o mais recomendado.

E depois de um almoço italiano, mesmo que regado a vinho português, o ideal mesmo é o dolce far niente de uma tarde de domingo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Traumas

Traumas surgem quando a gente menos espera, e todo mundo tem o seu. Eu tenho trauma de bolacha recheada de morango e Fanta. Isso aconteceu depois de um fatídico dia na 2ª série do ensino fundamental, quando passei muito mal por me empaturrar com ambos. Foi o suficiente para sentir meu estômago embrulhar até hoje, só de ver qualquer uma dessas duas coisas.

Ainda é um trauma não superado. Já minha mãe tem trauma de quiabo. Também após uma experiência bastante ruim. E quando mãe tem trauma, acaba quase que involuntariamente, o transmitindo para os filhos. Ou seja, eu e minha irmã crescemos ouvindo sobre o quanto quiabo é algo gosmento e não valia a pena prová-lo.

Resultado, ninguém aqui em casa nunca na vida tinha provado quiabo. Neste último domingo resolvemos encarar este trauma. Em um tratamento de choque resolvemos fazer uma receita de frango com quiabo, mas não sem antes pesquisar qual a melhor maneira de preparo para que eliminássemos qualquer baba que poderia ao invés de curar o trauma apenas dar mais razão a ele. E mantivemos os planos mesmo com as torções de nariz da mamãe.


No cardápio que entitulamos de mineiro, fizemos arroz, feijão branco, bolinhos de mandioqinha e o famigerado frango com quiabo. Para sobremesa, pavê com calda de capim limão.

Vamos começar pelo clássico arroz com feijão. Arroz é o básico do básico. Em uma panela faça a refoga de cebola e alho em azeite (ou um pouquinho de óleo), uma xícara de arroz, deixe fritar um pouco, acrescente sal e duas xícaras de água fervente. Espere a água secar com o fogo baixo e a panela semi tampada. Assim simples.

Para o feijão. Deixe o feijão branco de molho por duas horas. Em uma panela de pressão faça a refoga de cebola e alho em azeite, acrescente algumas rodelas de linguiça calabresa. Coloque o feijão, cubra com água e tampe a panela. Após pegar pressão conte 20 minutos. Abra a panela, veja se o feijão já está macio. Corrija o sal e deixe a panela no fogo por mais uns 10 minutos para apurar.


Partimos agora para o não tão básico. O bolinho de mandioquinha (e não me venha com batata baroa), é receita do Claude Troigros (só pra variar um pouquinho).

Cozinhe 1/2 kg de mandioquinha em pedaços. Depois que elas já estiverem cozidas, bata no processador até virarem um creme liso. Reserve. Em uma panela coloque 100gr de manteiga, 240ml de leite, 60ml de água e 150gr de farinha de trigo. Mexa sempre até formar uma massa uniforme e bem firme. Leve essa mistura para a batedeira, acrescente sal, páprica e o purê de mandioquinha. Massa pronta, basta fazer os bolinhos com o auxílio de duas colheres e fritá-los em óleo quente suficiente para que fiquem imersos.


E agora, senhoras e senhores, com vocês: O Quiabo.

Abelmoschus esculentus. O seu fruto é uma cápsula fibrosa cheia de sementes brancas redondas, muito utilizado na culinária antes da maturação. De origem africana e trazido para o Brasil juntamente com os escravos, o quiabo, é um exemplo de uso de alimentos da cultura brasileira. Sua presença compõe pratos típicos regionais, como o Caruru - quiabo cozido com camarão seco - ou mesmo na culinária mineira, com o Frango com Quiabo e o Refogado de Carne com Quiabo. Os quiabos são verdes e peludos e apresentam um tipo de goma viscosa. Rico em vitamina A (de extrema importância para a visão, além de proteger o fígado); vitamina B1( é decisiva para o bom funcionamento do sistema nervoso); vitamina B2 (é importante para o crescimento); vitamina B3 e vitamina C . Além disso, contém 40,00 kcal (em 100 gramas). Fruto de fácil digestão, é recomendado para pessoas que sofrem de problemas digestivos. Por isso mesmo, é eficaz contra infecções dos intestinos, bexiga e rins. (by Wikipédia).

Uma das dicas importantes que captamos nas pesquisas pela internet é que para eliminar a goma viscosa do quiabo é preciso fritá-lo e não mexer enquanto frita. Então foi o que fizemos. Cortamos em pedaços pequenos e fritamos em óleo quente por aproximadamente 20 minutos, sem nem encostar na panela. Após esse tempo, tiramos do óleo e escorremos em papel toalha. Reservamos.


Em uma panela aquecida com azeite, acrescentamos 1 cebola picada e deixamos fritar até dourar. Somente depois disso, acrescentamos o frango que estava marinando em alho, azeite, vinho branco, endro e sal desde a noite anterior. Então fritamos e fritamos o frango. Cobrimos com água fervente e mexemos uma vez para raspar bem os temperos do fundo da panela e deixar o caldo bem escuro.


Essa é a hora de largar mão e deixar cozinhar, em panela semi tampada por uns 20 minutos. Depois disso, quando o frango já estava bem macio acrescentamos o quiabo frito. Mais 20 minutos fervendo para que o frango absorvesse o sabor do quiabo e o caldo secasse um pouco.


Tudo pronto, mesa posta, pratos servidos, tomar coragem e provar.

Nem foi preciso tanta coragem assim. Apesar da idéia de que encontraríamos muita baba gosmenta por ali, o cheiro maravilhoso que este prato exalava era de convencer qualquer um a encarar seus traumas.


O frango ficou tenro e o caldo bastante saboroso, e o quiabo... descobri que quiabo não é um bicho de sete cabeças. É apenas mais um legume, cheio de nutrientes, sabor e quando bem preparado, nenhuma baba.

O bolinho de mandioquinha (ok, vcs venceram, batata baroa) também foram outra grata surpresa (a gente nem espera outra coisa quando trata-se das receitas do Claude). Um pouco oleosos, mas leves e crocantes e acompanhados de uma pimentinha, ficaram tudo de bom.

Esse trem todo aí de cima ficou bão por dimais. Mas não parou por aí não.

Para terminar o almoço, a sobremesa. Bolacha camada e temos um pavê, certo?

Mais ou menos, pavês estão entre as sobremesas mais criativas. Essa receita é da Nigella e como sempre, sobremesas geladas devem ser feitas com calma e antecipadamente, senão ao invés de tornarem-se a chave de ouro elas acabam é nem mesmo entrando na votação dos melhores do ano.

Ferva até borbulhar 600ml de água com 325gr de açúcar e 3 saquinhos de chá de erva cidreira (na receita original vão cabos de capim limão, mas a gente improvisa com o que tem). Depois de ferver, passe em uma peneira e reserve esta calda.

Precisaremos também de geléia de framboesa, que pode ser feita no caso de encontrar as frutas com facilidade, ou basta escolher uma boa marca de geléia (de preferência sema çúcar) no mercado. Acrescente à ela um pouco de água e deixe ferver. Para formar uma calda mesmo.

Molhe os biscoitos na calda de framboesa e ponha-os lado a lado em uma travessa de vidro alta. Quando chegar à metade, acrescente 3 colheres de vodca. Deixe absorver. Acrescente uma concha da calda de açúcar com capim limão.

Em uma panela, ponha talos de capim-limão (ou saquinhos de chá) e acrescente 350ml de creme de leite. Deixe ferver por uns 20 minutos e reserve.

Em um recipiente, bata 8 gemas com 75gr açúcar. Despeje o creme de leite. Leve ao fogo para que fique bem encorpado. Quando esfriar, ponha o creme por cima do pavê. Deixe na geladeira até o creme ficar firme.

Leve a calda de açúcar com capim-limão novamente ao fogo, até que o líquido reduza e vire um caramelo. Desligue o fogo. Por cima do pavê, espalhe o chantily e finalize com o caramelo.


O pavê fica muito bom, o azedinho da geléia de framboesa, contrastando com o doce do creme, as bolachas champagne ficam em uma maravilhosa e perfeita textura, nem duras, nem úmidas demais. Mas o grande diferencial dessa sobremesa é sem dúvida a calda de capim limão. Interessante, simples e inusitada. Daquelas que enchem a cabeça de idéias para novas receitas...

Muito orgulho de nós nesse almoço, traumas e preconceitos vencidos e ainda por cima, acertamos na sobremesa. Além claro de uma animada conversa regada à muitas histórias em volta da mesa. Bem ao estilo mineiro. O que mais pode-se esperar de um almoço em família no domingo?

sábado, 23 de julho de 2011

Esquisito?

Quando eu sentia vontade de comer canja, eu pedia para minha mãe comprar aquelas partes esquisitas do frango. Porque quem gosta de uma boa canja sabe que ela fica ainda melhor com essas partes esquisitas. E quando digo isso me refiro ao pescoço, carcaça, patas, moela, entre outras coisas. Mas nunca tinha parado para pensar nas partes esquisitas do boi.

Talvez porque aqui em casa uma dessas partes esquisitas sempre foi muito apreciada, desde que eu era criança, e por isso mesmo não me parece nada esquisita ou exótica. É só mais uma carne, molinha e saborosa e cheia de possibilidades de preparo, como qualquer outra.

Em consequência disso, acho muito esquisito mesmo é quando alguém faz cara de nojo quando digo que preparei uma deliciosa língua de boi. Só nessas horas é que percebo que esta não é uma carne do dia a dia, que a maioria das pessoas não gosta simplesmente porque a idéia que teem de seu sabor as impedem de provar.

Então a sugestão para esse fim de semana é que se rompa os preconceitos. Amplie-se o cardápio e explore-se novos sabores. Pode ser uma experiência surpreendente.

Eu mesma vou seguir este conselho, colocando no cardápio de domingo algo que nunca provei só por causa da idéia que tenho dele, embora muita gente me fale que tem um sabor incrível: quiabo.

Mas isto é assunto para outro post, hoje é dia de passar a receita da língua.

Como sempre começamos nosso jantar com uma leve salada. Folhas frescas de espinafre, algumas mussarelas de búfala e purê de cenoura.

Para o purê, cozinhei as cenouras, depois que estavam bem molinhas amassei com o garfo e misturei uma colher (sobremesa) de manteiga, sal, pimenta do reino, e uma generosa colher (sopa) de requeijão.


Salada substanciosa e colorida. Agora vamos ao que interessa: A Língua.

Algumas dicas são bem importantes no preparo desta iguaria. A principal delas é lavá-la com bastante limão. O tempero é uma marinada simples, sal, alho, azeite, uma folha de louro e vinho branco. Algumas horas depois pode-se começar o seu preparo.

Na panela de pressão aqueci um pouco de azeite e coloquei para fritar tres cebolas em finas fatias. Deixei fritar e fritar, até escurecer um pouco, então coloquei a carne para fritar junto. Deixei fritar e fritar, até escurecer um pouco. Só depois disso acrescentei dois tomates picados e deixei fritar e fritar, até soltar toda a água e começar a secar novamente.

Neste ponto coloquei uma dose de conhaque e flambei a carne. Quando acabou o fogo acrescentei 2 xícaras de vinho branco e completei com água até que a carne estivesse totalmente coberta. Deixei ferver e então tampei a panela.

Após pegar pressão conte 45 minutos. Hora de abrir e testar se está macia. Tirar da pressão, acrescentar batata doce picada e um pouco mais de água caso haja necessidade e deixar ferver sem pressão agora. Apenas para cozinhar as batatas, cerca de 20 ou 25 minutos ainda. Pode tirar então a carne e as batatas da panela e deixe o molho reduzir um pouco mais. 


Pode até não ser a carne mais linda de se ver, mas fica deliciosa. Macia de verdade e suculenta. Além de possuir bastante ferro, o que auxilia a alimentação, principalmente de pessoas anêmicas ou em fase de crescimento (o que não é bem o caso do povo aqui de casa). E claro, a receita não precisa ser seguida à risca.

Como em qualquer outra carne de panela, pode-se juntar os legumes de sua preferência para acompanhar e os temperos que mais lhe agradarem.

Ainda fiz um arrozinho branco para completar o prato e na hora de servir, coloquei sobre a carne bastante do molho de temperos do cozimento.


Definitivamente, sempre vale a pena perder preconceitos. Claro que não dá para gostar de tudo, mas é possível experimentar tudo antes de sair por aí falando "não gosto" e fazendo cara feia para qualquer novidade meio esquisita.

Bom, depois do jantar sempre é preciso ter algo para adoçar a boca. Neste dia ficamos com um doce que tem cara de casa, de mãe, de infância... Doce da época onde nem se pensava em quebrar paradigmas, ou melhor, de quando nem se sabia o que era um paradigma. Doce de abóbora.

Fazer é fácil, em uma panela colocar a abóbora picada (pode ser a abóbora de sua preferência a usada nesta receita foi a de pescoço), açúcar cristal (a proporção é de 1 xícara e meia para 1 kg de abóbora, mas isso pode variar de acordo com o gosto de cada um), alguns cravos da índia (sem exagero) e o suco de meio limão. Deixe no fogo baixo e vá mexendo sempre até que o doce fique bem apurado.


Ah! Não preciso fazer propaganda de doce de abóbora, né? É gostoso, mais saudável que chocolate e dá para comer às colheradas em frente à TV ou durante um bom papo ao redor da mesa.

Essa receita é a mais básica, mas pode-se misturar bastante, o mais frequente é acrescentar um pouco de coco ralado. Muito boa pedida aliás...

Culinária é isso aí... aproveitar todas as partes esquisitas, explorar sabores e quebrar preconceitos, mas no final, nada como uma receita que nos remeta aos tempos de criança...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mendel e as ervilhas

Lembram-se das aulas de genética? Nessas aulas estudávamos as experiências de Gregor Mendel, monge agostiniano. Em sua maioria, estas experiências eram feitas com ervilhas, e foram elas as responsáveis pelo título de "Pai da Genética" que foi atribuído à Mendel.

Por que tudo isso? Oras, o Google veio me contar que hoje seria o 189º aniversário de Mendel, o que veio bem a calhar com a receita desse post por tratar-se de ervilhas.

Assim como Mendel, minha mãe resolveu fazer experiências, mas ao invés de se aventurar nas hortas da ciência, ela preferiu ficar em território mais conhecido, na cozinha lá de casa.

Preparou-se para esta ousada empreitada estudando muitos chefs da TV e lendo muitos livros de receitas. Então separou todo o equipamento necessário, misturou ervilhas, hortelã, bacon, muito azeite e fez uma sopa incrívelmente saborosa, daquelas de raspar o prato.

Uma verdadeira evolução nas sopas lá de casa. Esse ano particularmente fizemos muitos caldos, nos dias frios e nos dias nem tão frios assim, mas esta sem dúvida foi a campeã (até agora).


Para reproduzir esta experiência em sua casa comece comprando 1/2 kg de ervilhas frescas, daquelas bem verdinhas. Se a matéria prima for de qualidade duvidosa não garantimos o resultado positivo da experiência.

Deixe les petits pois de molho por algumas horas. Na cozinha, assim como na ciência, é necessário paciência. Na hora do preparo, pique uma cebola e refogue em azeite, espere murchar e acrescente uma generosa porção de bacon em pequenos pedaços. Frite bem e só então coloque as ervilhas e um punhado de hortelã picada.

Cubra com caldo de frango e cozinhe até que as ervilhas estejam bem molinhas. Para conseguir uma mistura uniforme, bata tudo no liquidifcador e peneire para tirar as partículas sólidas. Volte o creme para a panela, acrescente meia lata de creme de leite e para finalizar, corrija o sal.

Na hora de servir, nada de queijo ralado, sobre o creme coloque mais hortelã e bacon frito bem picados e regue com um bom azeite.

Sorte da ciência que Mendel não conhecia essa receita. Porque se ele a conhecesse, certeza que não sobrariam ervilhas para suas experiências.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Artes

Que a gastronomia é uma arte, já estamos cansados de saber. Então que tal misturar a arte gastronômica com outros tipos de arte? Essa é a proposta do restaurante Artes no centro de SP.


Um lugar onde pode-se saborear uma comida simples e despretensiosa em um ambiente cercado pelas obras do pintor Rodrigo Cunha.

Melhor do que isso, só dizer que a unidade do centro fica bem pertinho do trabalho e pode proporcionar um momento tranquilo na hora do almoço.

Atendimento rápido e mesinhas decoradas com aquele jeitinho caseiro completam o cenário.

Escolhemos os pratos do dia, como fomos em uma quinta-feira eu optei pela lasanha de berinjela. Bem servida, tempero suave e muito molho.


Minha irmã ficou com sabores mais raízes mesmo. Carne seca, tutu de feijão, couve e purê de abóbora. Nem preciso falar que também era muito bem servido, né?


Uma farta refeição, suficiente para repor as energias. Afinal, depois do almoço é hora de começar o segundo turno no trabalho.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cotidiano

Aqui em casa um dos pratos mais recorrentes é o frango. E quando digo recorrente me refiro à uma frequência de umas 4 vezes por semana mais ou menos.

Pois é, mais da metade da semana temos frango no prato, mas não. Isto não é uma reclamação, que fique bem claro. Eu adoro frango.

Só estou dizendo tudo isto porque quando a gente usa muito um mesmo ingrediente principal, acabamos desenvolvendo várias técnicas de preparo para que a cada dia ele tenha um novo sabor.

Torna-se com isso nossa especialidade. Ou seja, frango, principalmente ante-coxa é a especialidade aqui de casa.

Em uma das suas últimas versões eu as preparei de maneira muito simples, mas não muito rápida.

Primeiro desossei as antecoxas e então parti cada uma delas em 3 pedaços. Para o tempero, sal, vinho, alho e azeite e as deixei marinar por um bom tempo na geladeira.

Acomodei em uma forma pequena e alta e despejei uma lata de cerveja (o suficiente para cobrir a carne). Levei ao forno já quente e deixei lá, esqueci da vida.

Enquanto isso, preparei um acompanhamento. Duas cebolas em fatias não muito finas em uma frigideira com azeite bem quente e algumas azeitonas picadas e um toque de sal, bem de leve. Deixei dourar com calma, até que a cebola ficasse escura.

Depois disso espiei meu franguinho no forno e vi que a cerveja já tinha baixado, me revelando a melhor parte das antecoxas: a pele.

Foi nesta hora que peneirei sobre elas um pouco de creme de cebola. Aqueles de saquinho mesmo. Isso ajuda a dar uma crocância maior à pele e assim ficar ainda mais apetitosa.

Fechei o forno e já que estava ali sem fazer nada mesmo, por que não preparar mais um acompanhamento? Torradinhas são sempre bem vindas.

Mais uma espiada no frango, quando estiver bem dourado é hora de servir.

Monte o frango e seus acompanhamentos no prato e delicie-se com o que é para mim a refeição com mais sabor de comidinha caseira possível.


Pode ser simples e nenhuma novidade, mas ainda assim está sem dúvida entre as minhas receitas favoritas. E essa cebolinha... fica sensacional.

Já que é assim, é merecido um bom vinho para harmonizar.O escolhido para celebrar foi o Monsaraz Alentejo. Mais um DOC (denominação de origem controlada). Sua cor é de um rubi escuro, seu sabor lembra muito frutas vermelhas, como amoras e framboesas e seu residual tem uma longa e deliciosa persistência.


Provei meu suculento prato, levantei minha taça e brindei às pequenas graças do dia a dia. Afinal, rotina não precisa ser sinônimo de tédio e falta de criatividade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Opa! Que bela sopa.

Aos sábados pela manhã algumas pessoas gostam de passear por parques, shoppings ou mesmo caminhar calmamente por alguma rua bastante movimentada. Bom, eu gosto é de passear pelo mercado.

Cada um tem as suas preferências, não é mesmo? Para mim caminhar entre as prateleiras sempre faz minha cabeça borbulhar de idéias.

E pensando em borbulhas avistei lindos pãezinhos fresquinhos e redondos que me encheram de vontade de provar algum caldinho dentro deles.

Comprei o pão, e deixei para usar o que tivesse na geladeira no preparo da sopa. Ao abrir a gaveta da geladeira encontrei um maço de brócolis e não pensei duas vezes: sopa de brócolis!

Limpei todo o maço e reservei. Em uma panela coloquei uma cebola picada, um dente de alho também picado e meia pimenta vermelha sem sementes. Bastante azeite, e deixei refogar um bom tempo antes de colocar o brócolis, uma xícara de caldo de frango e completei com água fervente até cobrir a verdura.

Esqueci da vida, deixei lá ferver por uns 25 minutos mais ou menos para que o brócolis ficasse bem macio.

No processador bati tudo e reservei. De volta à panela fritei uma generosa porção de linguiça portuguesa picada em cubinhos. Acrescentei o creme de brócolis batido e coloquei mais um bocado de água para deixar na consistência desejada (isso varia de gosto eu usei aproximadamente mais umas duas xícaras).

Depois de ferver por mais alguns minutos, acrescentei uma lata de creme de leite light. Corrigi o sal, mexi uma última vez, desliguei o fogo e piquei algumas folhinhas de salsa por cima.

Os pãezinhos já estavam sem o miolo e devidamente torrados. Aproveitei e fiz mais algumas torradinhas com azeite para acompanhar o creme.


Quando provei não tive dúvidas. Disse ave! Disse eia! Disse opa! Que bela sopa! Sem dúvida uma sopa capaz de inspirar uma canção tão bonitinha quanto a Canção da Falsa Tartaruga. Será que este é o caminho para o país das maravilhas?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Misturas Exóticas

Nada mais comum na alta gastronomia do que misturas exóticas. O termo agridoce, por exemplo, é um dos mais usados e abusados. Mas isso não quer dizer que já não existam misturas que surpreendam mesmo os mais experientes paladares e até faça com que duvide-se de algumas receitas.

Este foi o tema do último encontro gastronômico aqui de casa. Receitas que em um primeiro momento nos soavam um tanto quanto inusitadas, mas pensando bem, poderiam funcionar e sendo bem sincera, nos enchiam de vontade.

Para a entrada optamos por caviar. Na verdade o falso caviar. Sendo bem franca, sagu com shoyu fingindo ser algo de aparência similar a caviar. Para o prato principal, ravioli. Qual o toque exótico? O recheio.

Ravioli recheado de linguiça, peras e amaretti. Fechando o almoço, sorvete de azeite com vinagre. Sim, azeite e vinagre na sobremesa e não na salada.

Vamos às receitas.

A entrada é bem simples, cozinhe um pacotinho de sagu por cerca de 20 minutos ou até que fique bem transparente. Lave bem separando as bolinhas de sagu, cubra com muito shoyu e deixe na geladeira por algumas horas. O sagu irá absorver o shoyu, ficando com a aparência de caviar.

Na hora de servir basta temperar um pouco mais, azeite para dar brilho e salsinha foi o que ultizamos. Colocamos nosso falso caviar sobre torradas de pão italiano e pronto.


Fica bem interessante, é sem dúvida uma brincadeira cheia de graça, mas não das mais saborosas não.

Já o ravioli...

Comece pelo recheio. Tire a pele de 6 linguiças frescas e frite em uma frigideira com azeite. Deixe fritar bem, tire do fogo e bata no processador para que fique bem moída (antes disso eu aproveitei para tirar aqueles pedaços maiores de gordura). Reserve.

De volta ao processador, pique 4 peras sem casca e sem sementes. Não deixe bater muito e dê preferência às peras mais verdinhas, peras muito maduras ou bater demais pode fazer com que vire suco de pera e não é o que pretende-se. Reserve também.

Ainda no processador, bata rapidamente uma generosa porção de amaretti (são uns biscoitinhos feitos de amêndoa e licor). Agora sim, misture tudo.

Recheio pronto, hora da bela pasta.

O de sempre, 100g de farinha para cada ovo e calcular 1 ovo por pessoa para saber a quantidade. Um pouco de azeite sempre ajuda. Tive um pequeno probleminha com esta massa. Os ovos que utilizei tinham gemas bem pequenas, mas uma exagerada dose de clara. Foi dificil dar ponto na massa, que cismava em ficar pegajosa, tive que caprichar na farinha dessa vez.

Daí basta partir para o braço, sim para o braço. Porque com ou sem máquina, massas sempre fazem o braço trabalhar bastante. Cortar pequenos retangulos, rechear e fechar como se fosse um pastelzinho. Pacientemente, um por um. Trabalho que sempre compensa, mas que pode ser evitado por outros modos de fazer que serão testados em breve por aqui.

Raviolis recheados e fechados, só falta cozinhar. Cerca de 8 minutos em água fervente para que fiquem al dente.

O molho utilizado foi o noisette com manjericão. Ou seja, manteiga derretida até ficar marrom e com cheiro adocicado lembrando avelã e na hora de servir, algumas folhas de manjericão frescas. Muito quejo ralado para finalizar, porque massa sem queijo é como arroz sem feijão.


E tcham tcham tcham tcham... hora de provar o ravioli... Menina!!! Chama os cachorros!!! Hummmmmmmmmmmmmmmmm

Não há palavra melhor para descrever esta mistura do que surpreendente. Sabores pronunciando-se em uma harmônica sequência de notas em vários tons dentro da boca. O Amaretti ficou bem marcante, sobressaindo inclusive à linguiça que ao contrário do que imaginei não deixou o recheio forte demais. As peras não tiveram seu sabor tão perceptível, mas ajudaram a alcançar uma textura macia e aveludada.

Já que o tema é mistura exótica, nada como misturar os sentidos também na hora de provar e principalmente de descrever os sabores... haja criatividade!

Como sempre digo, tudo fica ainda melhor com sorvete, então decidimos preparar o nosso próprio sorvete. Pegamos a receita do chef Chuck de um sorvete de caramelo feito com azeite e vinagre balsâmico. Nada simples, e bastante inusitada, foi preciso coragem para preparar esta receita.


Aqueça 2 xícaras de creme de leite fresco com meia vagem de baunilha sem semente em uma panela pequena em fogo baixo por cerca de 2 minutos. Reserve. Enquanto isso, bata 6 gemas e 1 xícara de açúcar por cerca de 2 minutos até ficar uma mistura bem clarinha e opaca.

Lembra do creme com baunilha? Então, retire a vagem de baunilha e o misture aos ovos sem parar de bater. De volta ao fogo baixo por mais 3 minutos, mexendo sempre até engrossar. Retire do fogo e espere esfriar, não deixe criar aquela pele sobre o creme, coloque um papel filme para que esfrie por igual.

Em outra panela, coloque 2 xícaras de vinagre balsâmico (usamos vinagre balsâmico de maracujá) ferva em temperatura média até reduzir pela metade (mais ou menos 10 minutos). Deixe o vinagre fazer companhia para o outro creme e epere ambos esfriarem.

Bata mais 2 xícaras de creme de leite fresco até formar chantilly, e misture no creme já frio. Acrescente 1 xícara de azeite extra-virgem e misture tudo cuidadosamente até ficar bem homogêneo.

Só agora usaremos a redução de balsâmico. Espalhe parte dela no creme e use um garfo para fazer espirais. Coloque a mistura em um recipiente de aço inoxidável e espalhe o restante da calda balsâmica por cima. Leve ao congelador até endurecer. Nem preciso falar que fizemos no dia anterior, né?

Servimos com morangos picados e mirtilos.


Se o ravioli foi uma grata surpresa, este sorvete não deixou por menos. Extremamente cremoso, e o vinagre virou mesmo um caramelo delicioso com um adorável azedinho do maracujá.

Já disse que ficou cremoso? Ficou mesmo, inacreditavelmente cremoso. Quando prova-se o sorvete percebe-se um sabor conhecido, mas de dificil identificação para quem não sabe que é azeite ou vinagre.

E a cremosidade? Ficou impressionantemente cremoso... Acho que estou me tornando um pouco repetitiva.

Enfim... uma graça para começar seguida por gratas surpresas, como a cremosidade do sorvete...

Por tudo isso novamente chegamos à conclusão de que o bom mesmo é misturar, sem preconceitos. Afinal, novas misturas formam novos sabores e assim a exploração gastronômica que construímos dia a dia tende a não ter fim. Ainda bem!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Parabéns a você...

...nesta data querida
muitas felicidades
muitos anos de vida!

E pro Gastronomia Doméstica nada!
TUDO!
E como é que é?
É! É pique, é pique, é pique, é pique.
É hora, é hora, é hora, é hora.

RÁ TIM BUM

GD, GD, GD!!


Em um piscar de olhos o blog completa um ano de existência, com 117 posts, 199 receitas, 27 sugestões de vinhos, 21 dicas de lugares e quase 15.000 visualizações de página.

Só temos a agradecer a todos que acessam o nosso blog, que testam nossas receitas e participam desde nossos primeiros passos, do "Gente Miúda" às nossas invencionices e passeios pelos restaurantes da cidade.

Um enorme e sincero OBRIGADO!!!

E como aniversário que é aniversário tem que ter bolo, reservamos uma receita mais que especial e muito apreciada por aqui para esta ocasião: Bolo de nozes com doce de leite e cobertura de trufa de chocolate.

Para a massa do bolo bata 2 xícaras de açúcar com 2 colheres de manteiga, depois que formar um creme, acrescente 3 gemas e continue batendo até que fique firme e bem clarinho. Só então adicione 1 xícara de leite, bata para formar uma mistura homogênea.

Misturando levemente acrescente 1 xícara de nozes bem picadas, 3 xícaras de farinha de trigo e para finalizar junte as três claras batidas em neve.

Coloque em uma forma untada e leve ao forno médio e pré-aquecido por cerca de 30 minutos.

Enquanto isso, prepare o recheio. Bem simples, 2 latas de leite condensado cozido e meia xícara de nozes picadas. Para cobrir, a tradicional trufa de chocolate meio amargo, onde mistura-se creme de leite, chocolate meio amargo e um toque de conhaque, as misturas variam de acordo com a cremosidade que se deseja obter para a cobertura.

Tudo pronto, basta montar. Primeiro corte o bolo ao meio, regue uma dessas metades com leite e chocolate em pó diluído. Uma camada de recheio. A outra metade do bolo, regue novamente e cubra com a trufa.

Para finalizar decore com chocolate branco. Depois disso só acender a velinha e apagar as luzes.


Cantamos parabéns, fizemos um pedido, assopramos as velinhas e o primeiro pedaço vai para todos que caminham com a gente por aqui e tomam o nosso café que é sempre fresquinho.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Salsicha

Quando falamos em salsicha logo vem à mente aquele dogão de barraquinha. Aqueles cheios de milho, ervilha, ketchup, mostarda, purê, maionese, queijo ralado, vinagrete e mais um monte de coisas que fazem com que a salsicha fique ali escondida no fundo do pão e sem nenhum destaque. Pelo menos aqui em São Paulo é assim.

Não é à toa que se inventou de adicionar tantos ingredientes, já que a idéia que se tem de salsicha é daquela carne de péssima qualidade, que todo mundo diz ser misturada com jornal e envolta por uma pele vermelha cheia de corante. Algo nada apetitoso quando analisado desta forma.

Apesar disto, não nego que adoro cachorro-quente. Bons tempos onde eu frequentava quase que diariamente a van do Sandro em frente à faculdade, onde pedia um prensado sem ketchup, mostarda e milho e com muito cheddar e catupiry.

Uma amiga costumava pedir, inusitadamente, sem salsicha e outra gostava de excluir o pão. Maluquices à parte cada um tem a sua maneira de comer cachorro-quente e é sem dúvida algo bastante pessoal.

Aqui em casa a idéia de um dia de cachorro-quente nunca é muito bem vinda. Sabe como é, metade da população por aqui não vê nenhum valor nutritivo e nem graça no sabor, além de afetar ferozmente os estômagos mais sensíveis.

Por estas e por outras eu acabo inventando algumas formas para driblar estas opiniões e de vez em quando inserir no cardápio a deliciosa baixa gastronomia das salsichas. Baixa gastronomia é modo de dizer, depende muito da salsicha em questão e os alemães estão aí para provarem que salsicha também é cultura.

Uma dessas formas é fugir das mais tradicionais e procurar pelas geladeiras dos supermercados algo diferente que desperte a curiosidade em saboreá-la. Foi assim que encontrei uma salsicha branca da Frigor Hans, feita com carne bovina, suína, toucinho de porco além de muitos temperos. Mais um ponto positivo para ela é que a pele que a envolve não possui corante, que todo mundo sabe não fazer nada bem.


Para prepará-la também fugi do pão com molho. Fiz algumas torradinhas e um condimento feito com maionese caseira, cebola e queijos. Para deixar o prato mais equilibrado e colorido fiz legumes assados com verdura quente.

O mais demorado desses acompanhamentos é sem dúvida o mais saudável deles. Mesmo assim, não gasta-se mais de 30 minutos em seu preparo.

Em uma forma coloque uma berinjela em cubos, uma abobrinha também em cubos, uma mandioquinha em fatias finas, uma cebola cortada em 8 e desfolhada e um tomate picado em cubos grandes. Regue tudo com sal, azeite, vinagre balsâmico, pimenta do reino, pimenta calabresa, um punhado de alcaparras e um toque de orégano. Leve ao forno mexendo de vez em quando até que todos os legumes estejam cozidos. Desligue e só então acrescente espinafre e alface picados grosseiramente, misture tudo muito bem e deixe a forma dentro do forno desligado, mas ainda quente. Isso ajuda a verdura a murchar e incorporar os temperos sem que percam sua textura por completo.

Bom, as torradinhas sem segredo, finas fatias de pão com um pouco de azeite e forno ou grill (eu gosto de fazer as torradinhas no grill, acho mais rápido e dispensa sujar uma forma).

Maionese caseira é algo bem fácil de fazer, ainda mais se tiver à sua disposição um processador, para economizar braço. Cozinhe dois ovos, depois de cozidos coloque apenas as gemas no processador, com o suco de meio limão, um ovo inteiro e um pouco de azeite. Comece a bater e vá acrescentando óleo em fio até chegar à consistência desejada (usei óleo de canola). Depois que ela estiver consistente e bem lisinha acrescente uma cebola cortada em 4 partes, sal, pimenta do reino, salsinha e alguns pedaços de queijo (o equivalente à uma xícara). Usei os que tinha na geladeira pós fondue, ou seja, emmental e gruyére. Bata tudo no processador até virar um creme uniforme.

Sobraram duas claras cozidas, né? Pois é, sobra mesmo. Como eu tenho uma queda por ovos, não resisti e fiz delas um "petisco" enquanto fervia as salsichas. Mas nada impede que outra solução seja encontrada para seu aproveitamento, como colocá-las em um recheio de torta, salada, reché-las com a própria maionese no lugar da gema e serví-las acompanhando o prato ou qualquer outra maneira que a criatividade do chef permitir.


Tudo pronto, basta montar os pratos, abrir uma cerveja e relaxar para aproveitar com muita calma cada momento. Afinal vá saber quando eu vou encontrar outra desculpa para fazer salsicha aqui em casa de novo...