segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Temperos e presságios

Ao redor da mesa é sempre o melhor lugar para conversas malucas, muitas risadas, reuniões e decisões importantes. Pensando em tudo isso, reuni a equipe (Michelle, Nicole e Vânia), juntei com as pessoas mais importantes da minha vida e coloquei todo mundo ao redor da mesa.

Assim além de saborear mais alguns pratos deliciosos, tivemos muitas conversas malucas, muitos causos, risadas e conseguimos debater os planos mirabolantes de cada uma em relação à viagem dos sonhos que aos poucos vêm ganhando forma.

O cardápio, para harmonizar com todos esses ingredientes, teve que ser elaborado de acordo com algumas restrições. Afinal, temos uma vegetariana entre nós e alguém que ainda não sabe direito do que gosta (sim Michelle, essa é você).

A entrada foi uma salada de folhas (agrião e rúcula), com tomates sweet, acompanhada de molho de mostarda com mel. Dessa vez comprei a mostarda Dijon Forte. Não reparei no rótulo na hora da compra e quando fui preparar o molho foi um pouquinho complicado.

O sabor da mostarda era realmente bem intenso, o que me fez ter que colocar muito mais mel do que de costume, para balancear o sabor, e ao prová-lo puro não achei que fosse combinar, afinal o gosto da mostarda ainda era bastante marcante.

Mas, ao misturar com folhas de sabor igualmente intenso, achei que ficou ainda melhor do que com a mostarda tradicional. Acertei sem querer. Coisas que às vezes acontecem na cozinha, e que claro, as opiniões a respeito disso podem variar de acordo com cada paladar.


Ainda na salada, a pedido de uma das ilustres convidadas, fiz um chutney de manga como acompanhamento. É um outro molho, com sabor bastante exótico e que, imagino, deva ficar ainda melhor acompanhando uma carne de sabor forte, como alguns cortes suínos, essa sugestão aliás, foi dada por minha irmã, sempre muito perspicaz em suas observações. Com certeza isso será testado em breve.

De qualquer forma, o chutney foi a sensação da noite, aprovado por todos os presentes. A melhor parte? A receita é simples e não requer prática, nem tão pouco habilidade.

Em uma frigideira coloque uma manga madura picada em cubinhos e uma cebola também picada. Sempre em fogo baixo, acrescente aos poucos uma pequena porção de uvas passas, meia xícara de vinagre balsâmico de framboesa e 200gr de açúcar mascavo. Deixe cozinhar por 10 minutos, mexendo de vez em quando.

Então adicione o suco de meio limão, uma pitada de canela em pó e outra de cravo moído, uma pitada generosa de sal e outra de pimenta do reino moída e uma colher (chá) bem cheia, de gengibre ralado. Misture tudo e espere apurar por 15 minutos.

Retire do fogo e deixe esfriar antes de servir. O sabor das especiarias é o que caracteriza o chutney, portanto, não tenha medo de usá-las.

Harmonizamos o início desse jantar com a cerveja Golden da Baden Baden, uma cerveja clara, leve de sabor bem feminino e com aroma de canela.

Depois de surpreender os paladares com a entrada, seguimos para o prato principal.

Confesso, quando quero impressionar vou de massa caseira. Escolhi para isso o ravioli de abóbora com molho noisette. Enquanto eu preparava ravioli por ravioli, não achei que foi assim uma de minhas idéias mais felizes, ainda bem que sempre posso contar com a ajuda da minha mãe. 

É sem dúvida uma receita mais fácil de ser feita em pequenas quantidades, mas como sempre, todo trabalho que uma boa massa requer é sempre muito bem recompensado pelo sabor e satisfação ao prová-lo.

Para a massa, é sempre a mesma história, um ovo por 100gr de farinha e calcular 100gr por pessoa. Ou seja, como estávamos em 7, foram 7 ovos e 700gr de farinha. 

Depois esticar até que ficasse bem fininha, cortar em pequenos círculos e rechear individualmente como pequenos pasteizinhos.

O recheio que escolhi foi de abóbora. Em uma forma, coloquei a bóbora japonesa em pedaços, reguei com bastante azeite, embrulhei em papel alumínio e deixei no forno por cerca de 40 minutos. Quando tirei, a abóbora estava bem molinha, fácil de esmagar com o garfo para formar um purê. Acrescentei sal, mais azeite, amêndoa torrada moída e requeijão.

Como no preparo de um purê mesmo, não me preocupei muito com medidas, fui experimentando enquanto fazia até que ficasse no ponto desejado.


Massa pronta, cozinhar e colocar no molho. O molho é basicamente manteiga. Manteiga derretida até que fique com aroma levemente adocicado e com tom castanho. Misturamos os raviolis na manteiga e acrescentamos muitas folhinhas de manjericão.

Na hora de servir, queijo ralado.

Para os não vegetarianos, complementamos com antecoxas de frango, desossadas e recheadas de gorgonzola, queijo minas e azeitonas pretas picadas para acompanhar.

Minha mãe desossou as antecoxas, colocou o recheio e fechou com palitos de dente. Distribuiu por uma forma, regou com cerveja e levou ao forno para cozinhar lentamente, cerca de 2 horas.

Ficou espetacular, tanto os raviolis quanto o frango. O ravioli é bem suave, e o molho noisette não cobre o sabor da abóbora enquanto o manjericão dá um toque mediterrâneo.

O frango ficou com a pele bem crocante e o recheio era uma verdadeira explosão de sabores que balanceou bem o prato.

A cerveja com que harmonizamos, foi a Baden Baden 1999, uma bitter ale, de tonalidade avermelhada e intenso amargor.

Para fechar o jantar, petit gateau.

Derreta 100grs de manteiga e junte com 100gr de chocolate meio amargo, 3 ovos, 100gr de açúcar e por último, 50 gr de farinha de trigo. Misture muito bem todos os ingredientes e leve para assar em formas pequenas e untadas, por cerca de 8 minutos, em temperatura 200º.

O segredo do petit gateau é deixar o forno bem quente e jamais ultrapassar os 8 minutos de cozimento.


Claro, acompanhamos com sorvete, porque tudo sempre fica melhor com sorvete. Cobrimos com calda de caramelo e ficamos com sorrisos nos lábios quando ao partir o bolinho escorreu de seu interior o delicioso creme de chocolate que caracteriza esta sobremesa.

Módestia a parte, foi tudo excelente do início ao fim. Sem falar da animação que transbordava da mesa.

Sabendo que o objetivo deste jantar era delinear o trajeto de uma tão esperada viagem, isso para mim, só pode significar um ótimo presságio.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Truta

Quando viajo, não me contento em conhecer os lugares, ver belas paisagens e curtir o clima, preciso também me familiarizar com sua típica culinária.

Fim de semana passado, fugi um pouquinho do calor, e corri para Campos do Jordão. Onde estava deliciosa e inacreditavelmente frio a ponto de me permitir dormir de cobertor e edredon e usar blusa de lã para conseguir permanecer no agradável bar da Baden Baden enquanto provava suas saborosas cervejas.

Mas, cervejas e detalhes da viagem podem ser conferidos no Mulheres e Cerveja. Aqui estamos para falar de gastronomia, e o tema deste post são as trutas. Um delicioso e suave peixe de rio, de carne bem branca e sabor delicado.

Em todos os restaurantes que paramos por lá havia várias opções, é realmente um prato típico da região que merece ser apreciado.

A primeira versão que provei foi com hortelã, acompanhada de brócolis e arroz. Sugestão do chef do Bar Mercearia Campos.


Achei surpreendente a combinação da hortelã com o peixe e a manteiga. Fiquei com muita vontade de testar essa mistura em outras receitas com peixes de sabor leve. Talvez uma pescada branca no forno em papelote com hortelã e manteiga, com algumas gotinhas de limão.

Foi sem dúvida uma combinação muito feliz que merece ser explorada.

Mas, se é um prato típico e já aprovado, não poderia provar apenas uma receita, certo?


Essa segunda experiência gastronômica da viagem foi no próprio bar Baden Baden, onde pudemos testar algumas harmonizações sugeridas com as cervejas. Já que a Baden Baden é considerada a 1ª cerveja gourmet do Brasil.

Foi acompanhada de legumes e batata sauté e servida com molho de amêndoas e alcaparra.


Mais uma vez uma feliz mistura de sabores. As amêndoas além de conferirem um leve adocicado, ainda trouxeram mais vida por sua crocância, e as alcaparras tornaram o sabor bem marcante, sem esconder o peixe e claro, tudo regado por muito azeite.

Pena que o fim-de-semana tem apenas dois dias e por isso só pude provar essas duas receitas, mas por lá existem tantas opções que seria possível comer truta todos os dias por meses sem ter que repetir um prato.

Tudo bem, com apenas dois deles já deu para voltar para casa cheia de idéias para criar as minhas próprias versões. 

Afinal, criar as próprias receitas para dividir com os amigos é sempre a parte que realmente nos interessa.  

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Releituras

Estamos sempre pensando em receitas novas ou novas maneiras de fazer antigas receitas. Então resolvi fazer a tradicional moqueca de peixe com um peixe não tão tradicional assim: o bacalhau.

Muito fácil e rápido. Quer dizer, nem tão rápido por causa do descongelamento do bacalhau. Usamos as mesmas postas do ano novo, lombo de bacalhau congelado e já dessalgado. Colocamos no leite com sal, durante todo o dia.

Na hora do preparo o bacalhau já estava no ponto, então bastou reproduzir a receita como se fosse qualquer outro peixe comumente utilizado.

Em uma panela coloque bastante azeite, 2 cebolas em rodelas finas, deixe fritar um pouco, acrescente 1 dente de alho bem picado, 3 tomates também em rodelas finas (com pele e sementes) e uma pimenta dedo de moça em pedacinhos bem pequenos. Deixe refogar durante alguns minutos, até que o tomate comece a soltar água. Algumas azeitonas pretas picadas ajudam a dar sabor e combinam bastante com o prato, se tiver azeite de dendê também é altamente recomendável.

Então coloque as postas de bacalhau (tínhamos 4 postas).

Após uns 10 minutos vire as postas, esperar mais 10 minutos e então acrescente dois terços de uma garrafa de leite de côco e bastante salsa e cebolinha.


Ficou incrível. O bacalhau, como sempre, por causa do leite, ficou macio no ponto certo, Os temperos deram vida ao prato, diferentes texturas e sabores marcantes. Sem falar que ficou realmente bonito, de se comer com os olhos e com cheirinho de dar água na boca.

Não bastasse tudo isso, acompanhamos nosso bacalhau com arroz preto. Lembra dele? Do dia que fizemos um almoço especial vegano?

O preparo é simples. Em uma panela de pressão refogue alho e cebola em azeite, depois acrescente o arroz preto, sal e 2 xícaras e meia de água para cada xícara de arroz. Deixe na pressão por 25 minutos.

O caldo tem uma incrível coloração vinho e o aroma é de amêndoas. Sabor surpreendente, sem contar todos os inúmeros benefícios nutricionais desta iguaria.


O jantar ficou muito bem harmonizado, mais uma vez, pelo Vinho Verde Casal Garcia, bem gelado. Um vinho leve que realçou cada tempero.

Mais um excelente sábado a noite que me encheu de idéias. Minha cabeça ficou borbulhando enquanto pensava nas receitas que podem passar por uma releitura trocando ingredientes tradicionais por aqueles que não estamos tão acostumados assim.

Misturar é sempre muito interessante.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

“Batuque na cozinha, Sinhá num qué, por causa do batuque eu quebrei meu pé”

by Erika

Há muito tempo os programas de culinária permeiam a programação televisiva. Lembro quando criança de achar engraçado o alvoroço da minha avó tentando conciliar o preparo do almoço com o programa da Ofélia. Sobrava pro Vovô anotar os ingredientes e prestar bastante atenção no modo de preparo para depois explicar para a Vovó – imagina o resultado – rsrsrs. 

A Ofélia como culinarista experiente, passava altas dicas pras donas de casa, além de trazer novidades e ajudar na difícil tarefa de escolher cardápios pro dia-a-dia.

Hoje a coisa mudou, o que temos na TV é uma infinidade de Chefs ultra habilidosos, que lançam mão de todo o tipo de pirotecnia e fazem uso dos mais exóticos ingredientes para produzir pratos sofisticados.

Os programas de culinária têm outro foco, nada de donas de casa querendo uma receita prática de torta de liquidificador ou uma gelatina colorida para agradar os pimpolhos em férias, mas homens e mulheres jovens que buscam na culinária um hobbie e querem, com seus pratos inusitados, impressionar os amigos e os amados.

Vá lá, na contramão de tudo isso que escrevi temos a Palmirinha, mas o CQC já cuidou de transformá-la em cult.

Bem, o marido não é daqueles que viam a Ofélia quando criança, mas hoje acompanha os Olivers, Anquies e Toisgros com bastante interesse. Sorte a minha, porque além de assistir aos programas ele costuma encafifar com algumas receitas e reproduzi-las com muito esmero.

Taí o atum em crosta de gergelim que não me deixa mentir. Resultado de um sábado chuvoso na frente da TV vendo o "Que Marravilha".


Atum em crosta de gergelim com salada de couve-flor.

Envolva o lombo de atum em um preparo de gergelim preto e branco, clara de ovo e sal para temperar. Utilize papel alumínio para pressionar bem a crosta no peixe. Grelhe ligeiramente em frigideira com azeite, mantendo o centro do lombo cru. Corte em postas altas.


Para a salada corte a couve flor em pequenos pedaços frite ligeiramente na mesma frigideira que fritou o peixe. Para o molho misture um pouco de alho, molho de soja, suco de limão, óleo de gergelim, mel e gengibre ralado (cuidado com o gengibre que fica bem forte).


Loosho só!!!

O óleo de gergelim dá um sabor bem oriental pro prato. E me surpreendi com a crocância da couve flor bem al dente.


Acompanhamos com um vinho branco espetacular Alma Negra da uva Viognier, recomendo.


Um brinde aos novos tempos em que homens na cozinha dão um show!!

Ah, o título do post era a música tema do programa da Ofélia.

Monte o prato com as postas de peixe e a salada no meio.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cantinhos de SP

Mais um cantinho em São Paulo, descoberto em um almoço com minha irmã.

Ali, na esquina da rua Alvares Penteado, no centro velho de São Paulo, em um prédio tombado, do ínicio do século passado, onde encontra-se o Centro Cultural Banco do Brasil.

Ao entrar fomos recepcionadas por uma bela fonte no salão central, pertecente à atual exposição do CCBB (Islã: arte e civilização). Então subimos para o 3° andar, onde chegamos ao singelo restaurante.

Um espaço bem pequeno, com grandes janelas, que iluminam o ambiente ao mesmo tempo que lhe conferem um charme todo especial e aconchegante, e onde os talheres são amarrados com fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim.

Mais uma vez, vá sem pressa. Parece que todo cantinho de refúgio no coração de São Paulo é mesmo um espaço para esquecer do burburinho da cidade e relaxar. Comer com calma e aprender a controlar a ansiedade.

Escolhemos o ravioli de abóbora, o meu com molho quatro queijos e o da minha irmã, ao sugo.


A apresentação não foi muito impressionante, mas o sabor da massa e do recheio era daqueles de nos fazer abrir um grande sorriso e ter vontade de pedir após a refeição aquela rede para quem é de rede ou um café bem forte para quem precisa voltar ao trabalho.

Na minha humilde opinião o ravioli e a abóbora, principalmente, combinaram bem mais com o molho de queijos do que com o molho vermelho.


Como tínhamos que voltar ao trabalho, nada de rede para nós. Fomos de café. Minha irmã pediu o nevasca, que vem com uma espessa camada de espuma de leite sobre o café.


Eu fui de Pé de Café, mundo novo. Explico, lá eles vendem uma marca de café chamada Pé de Café, e existem vários tipos de cafés aromatizados desta marca. Entre eles o mundo novo, que possui um leve aroma de ameixas secas.

Confesso que estou longe de ser barista, e a ameixa seca propriamente não consegui notar, mas de fato o sabor era bem diferente, me pareceu menos amargo que o café tradicional, e apesar de estar forte o sabor manteve-se suave e bastante agradável, além de uma gostosa cremosidade.


Hora de ir embora, amarrar a fitinha no braço, fazer 3 pedidos e voltar ao labor.

Momento filosófico: chegar ao trabalho e perceber-se pensando onde outros cantinhos como este escondem-se na cidade e dar-se conta de que essas pequenas descobertas no meio da São Paulo em que nasci, cresci, vivo e me apaixono a cada dia me deram a sensação de que estou procurando e descobrindo coisas novas em mim mesma. Profundo, né?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Plano B

Votação encerrada, cardápio definido, convidada escolhida e data agendada, tudo pronto para começar o melhores do ano.

Cada um já sabia a sua parte, bastou colocarmos as mãos na massa. O primeiro passo foi o preparo do nhoque.

O responsável:  meu cunhado preferido.
A receita: aqui.

Preparou tudo com muito capricho e zelo. Dedicou tempo e suor de seu sábado a noite para trazer o nhoque já pronto no domingo.

Acabou de fazer, ajeitou tudo em bandejas e foi dormir o sono dos justos.


Quando as bandejas chegaram aqui em casa, não sabemos dizer o que aconteceu, mas o nhoque estava meio grudento. Resolvemos colocá-lo no freezer, era uma tentativa. Enquanto aguardávamos o nhoque recebemos nossas convidadas.

Sim, no plural, porque nossa ilustre leitora Sheyna tem uma mini-mim muito fofa que também veio nos presentear com sua participação mais que especial. 


Claro que não podíamos perder a oportunidade de doutrinar uma possível futura Grand Chef de Cuisine, e fomos logo lhe apresentando a nossa primeira cartilha, o Gente Miúda na Cozinha.

Nos inspiramos tanto nele que nosso próximo encontro culinário será uma releitura de suas receitinhas.

Mas próximo encontro é assunto para outro post, ainda temos muito trabalho a fazer por aqui, como a entrada, nossa recorrente salada caprese com molho pesto.

A reponsável: minha irmã mais legal.
A receita: aqui.

Montou tudo como sempre de maneira muito organizada e delicadinha. Essa salada sempre fica com uma apresentação bem interessante além do sabor bastante marcante.


O acompanhamento escolhido era muito mais do que um simples acompanhamento. Nada mais do que a galinha caipira de receita da vó Ignez. E não poderia ser realizada por ninguém menos que minha mãe.

A responsável: a melhor mãe do mundo (sou puxa saco mesmo e nem ligo).
A receita: aqui.


Dessa vez, ela foi até a avícola, mas achou que as galinhas estavam muito mirradinhas. Pequenas, coitadinhas, melhor deixá-las lá para crescerem mais um pouco. Correu para o mercado e comprou o frango caipira congelado, este sim, grande e saudável. Não foi por pena, apenas para garantir que haveria carne para todos.

Vou confessar que dessa vez o frango ficou mais tenro, descolando do osso, muito suculento. Realmente incrível. De deixar a vó Ignez muito orgulhosa.

E então é chegado o momento de tirar os nhoques do freezer e tentar cozinhá-los. Mas aí tivemos um pequeno problema. Os nhoques simplesmente se desmancharam na água.

Definitivamente, não sabemos explicar o que aconteceu. Sei que o Léo (meu cunhado preferido) ficou bastante chateado, e mais do que isso, ficou devendo uma receita de nhoque para nós. Claro que iremos cobrar o quanto antes e postar aqui no blog as diferenças de preparo, para em uma comparação, tentarmos adivinhar o que deu errado desta vez.

Enfim, ficamos sem nhoque, mas ainda tinhamos convidadas a alimentar, que esperavam comer una bela pasta com molho de cogumelos. E sim, já tínhamos o molho pronto. A receita do molho está aqui.

Resolvemos fazendo o que sabemos fazer de melhor. Improvisamos. Abrimos o armário, pegamos espaguete e assim recorremos ao plano B.


É, nem tudo sai exatamente como a gente quer às vezes. Mas vendo pelo lado positivo é sempre uma ótima desculpa para repetir receitas e claro, aprender e crescer na arte culinária que tanto nos fascina.

Tudo pronto, sentar à mesa e saborear.


No fim, plano A ou plano B, não fez assim uma diferença tão grande. O almoço estava de se comer rezando. Espia só a concentração da pequena Livia que repetiu o espaguete e pediu muito molho.


Depois do almoço, a sobremesa. As peras ao vinho do Curtis Stone, eu não poderia deixar que o cardápio de melhores do ano ficasse sem uma receita dele que foi a minha grande descoberta de 2010.

A responsável: eu.
A receita: aqui.

Preparei as peras no sábado, para que estivessem bem geladinhas e curtidas no vinho. Obviamente elas foram acompanhadas de sorvete, porque tudo fica melhor com uma bola de sorvete, ainda mais no verão.


Mas esse almoço não acabou na sobremesa, ainda tivemos café passado na hora acompanhado de um delicioso panetone trazido por nossa convidada.

Um panetone importado da Itália, chamado Flamigni.  
  
   

Extra macio, úmido na medida certa e apesar de ter o sabor bem intenso não tinha aquele aroma forte e bastante artificial de alguns panetones de marca bem conhecida. Pena tê-lo conhecido longe do Natal. Agora terei que esperar até o ano que vem para provar os diversos sabores que ele possui, como peras ou figo. 

Depois de tudo isso nada melhor do que a clássica rede preguiçosa para deitar.    


Dessa vez eu cedi meu lugar na rede para a nossa mais ilustre convidada. Afinal depois do elogio de pedir para repetir com certeza ela merecia o lugar de honra da casa.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Dia de verão

Eu e o verão não vivemos exatamente um caso de amor. Quanto mais calor, menos vontade eu tenho de me mover por qualquer motivo, até os que incluem forno e fogão.

O corpo parece pesado e fico sem vontade de nada, inclusive de comer. Mas como vovó já dizia, saco vazio não pára em pé, então busco alternativas de comidinhas leves para degustar.

Falar em coisas leves automaticamente remete às saladas e grelhados, mas uma refeição completa precisa também de uma boa dose de carboidratos. Afinal eles ajudam a recarregar as energias e, quem sabe, podem me fazer inclusive conseguir sair debaixo do ventilador.

A solução encontrada foi fazer uma salada de macarrão. Onde pude acrescentar o máximo de ingredientes que encontrei e achei que poderiam combinar entre si e servir tudo fresquinho. 

Comecei cozinhando um pouco de farfalle (o macarrão gravatinha), depois de cozido, escorri, passei no azeite e reservei.

Puxei cogumelos paris fresco no azeite, com bastante limão. Reservei também. Piquei tomates, fatiei escarola bem fininho e piquei azeitonas pretas. Quando o macarrão e o cogumelo não estavam mais quentes, misturei tudo.

Grelhei filés de frango e depois de bem fritinhos fatiei em tiras largas que coloquei sobre a salada.

Para temperar preparei um molho com folhas de manjericão amassadas, bastante queijo ralado, suco de limão, sal e azeite. Vi esse molho no "show de cozinha do Jamie Oliver" e estava com vontade de experimentar.


A montagem do prato também foi inspirada nele, ou seja, um grande amontoado de ingredientes.

Ficou muito bom. Além de leve, tinha a mistura de sabores e texturas, fazendo deste prato uma refeição completa. O limão junto com as folhas de manjericão deram um aroma incrível e não havia como não perceber o frescor que exalavam.

Ideal para os dias quentes. Capaz de deixar até alguém como eu, que não se entende com o calor, muito feliz.

Agora, sobremesa de dia de verão, nem precisa pensar muito, né?

Sorvete, claro. Com direito a cereja e farofa doce.


Após tudo isso,  foi inevitável, voltei para debaixo do ventilador e continuei reclamando da intensidade do verão, mas pelo menos agora muito mais satisfeita e cheia de idéias para receitinhas leves que combinem com os dias mais quentes do ano.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Domingo no parque

Verão e fim de semana não combinam muito com forno e fogão. Parecem harmonizar muito mais com um dia ao ar livre no parque.

Por isso pegamos nossa cesta, fizemos uns lanchinhos e lá fomos nós, caminhar pelo Ibirapuera e na sequência aproveitar o clima fazendo piquenique.



As bebidas deixamos para comprar por lá mesmo, assim não teríamos que nos preocupar com a forma de mantê-las geladas. Pãozinho francês bem fresquinho, pastrami, queijo prato, requeijão e cebolinha para dar o toque final.

Tudo bem embaladinho. Uns sequilhinhos com goiabada da padaria para adocicar a tarde e lá fomos nós.


Procurar um canto embaixo da árvore, com uma sombrinha acolhedora e muito verde por todos os lados.


Provar nossos lanchinhos próximo à natureza e cercada de paz. Não faltou nada, nem toalha, nem guardanapo e nem as clássicas formiguinhas, que felizmente não roubaram nossa comida.


E depois curtir a tarde satisfeitas e deitadas de bobeira, olhando o céu, admirando a paisagem.


Não importa, em casa, restaurantes ou no parque, parar para comer é sempre um evento em família com momentos agradáveis e relaxantes, mesmo quando é apenas um lanchinho.

Aliás, a cebolinha deixou mesmo o lanche bem especial, e colocamos apenas uma fatia de pastrami por lanche, porque achamos muito forte para colocar uma quantidade maior. Mas aí, é apenas uma questão de gosto.

Depois de um domingo assim, podemos enfim começar a semana cheias de energia. E claro, começar a pensar nos próximos encontros culinários.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

American Pie


Há tempos estava à caça de uma receita da verdadeira torta americana. Aquelas que vemos em vários filmes e que enchiam a minha boca d'água no seriado Pushing Daisies.

Mas achava estranha qualquer receita que não tivesse nenhum creme no recheio, por achar que ficaria muito seca.

Foi então que navegando pela internet encontrei o blog A Cozinha Coletiva. Onde não só havia uma linda torta de frutas no estilo americano como explicava toda a técnica de preparo.

Se sobremesas não são meu forte, pelo menos agora encontrei um blog onde pesquisar receitas que podem me ajudar.

Quem testou a receita foi minha mãe, que a seguiu, milagrosamente, à risca.

Para a massa misture 2 xícaras de farinha e meia colher (chá) de sal. Adicione 200g de manteiga gelada em cubinhos. Amasse com as pontas dos dedos até virar uma farofa. Adicione 2 colheres (sopa) de água gelada, 1 ovo e 2 colheres (chá) de vinagre branco, amasse levemente, divida em duas bolas e leve-as à geladeira por 20 minutos.

Abra uma metade com o rolo e forre o fundo e as laterais de uma fôrma para tortas de 22cm de diâmetro.  Reserve a massa na geladeira enquanto prepara o recheio.

Para o recheio misture todas as frutas picadas que quiser (usamos amora, morango, manga e pêssegos) com o suco de meio limão e as raspas. Adicione 2/3 de uma xícara de açúcar e 3 colheres (sopa) de amido de milho e misture até as frutas ficarem cobertas.

Retire a forma da geladeira e recheie com a mistura de frutas.

Abra o resto da massa, e vá cortando retalhos com um cortador de biscoitos (usamos o de quadrados) e cobrindo a torta com esse retalhos.

Leve ao forno pré-aquecido a 180° por 35 minutos. Depois desse tempo retire, polvilhe a torta com açúcar e volte ao forno por mais uns 10 minutos.


Muitas frutas, um delicioso creme doce que as une e uma massa bem crocante. Imperdível, e vamos combinar, muito mais digna de sequências do que o filme.