terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não há bem que sempre dure

Infelizmente não há bem que sempre dure. Pois é, as férias acabaram. Mas já que é assim, vou lembrar que também não há mal que nunca se acabe. Ou seja, as atualizações do blog voltam a acontecer na mesma frequência de sempre.

Já faz um tempinho que eu estava com vontade de comer queijadinha. Mesmo sem comentar com ninguém, eis que recebo por e-mail uma receita cheia de recomendações da queridíssima amiga Vanúbia.

Depois de uma transmissão de pensamentos há como deixar uma receita de lado? Lógico que não. Ainda mais quando esta receita é simples, rápida e doce, do jeito que melhor combina com tardes à toa em casa.

Para fazer a queijadinha de assadeira bata no liquidificador 4 ovos (sempre com a gema sem a pele), meio litro de leite, 300g de açúcar, 100g de queijo ralado e 1 generosa colher de sopa de manteiga. Acrescente 100g de coco ralado e 2 colheres bem cheias de farinha de trigo, bata mais um pouco e despeje em uma assadeira untada.

Leve ao forno pré-aquecido, aproximadamente 40 minutos, mas depende muito da altura que a massa ficar na forma, quando estiver dourada a parte de cima já pode tirar do forno.


Algumas dicas da Van: gotas de baunilha deixam o aroma mais adocicado e fazem o ovo sumir de vez. Para quem gosta de acrescentar um toque especial a tudo o que faz, pedacinhos de goiabada enfarinhados podem ser adicionados no momento de assar.

Um café fresquinho para acompanhar e a tarde ficou completa, deitada na rede, admirando o céu azul e aproveitando o melhor de um docinho cremoso e cheio de texturas. Nada melhor do que usar as férias para matar algumas vontades.

Já nas próximas férias, acho que irei investir em um curso de fotografia. Essa queijadinha merecia ser melhor retratada para que a imagem fizesse jus ao seu sabor.

Mais uma vez obrigada Van!

domingo, 21 de agosto de 2011

Trocas

Uma das melhores coisas em se ter um blog é a troca que ele proporciona. São dicas, receitas e idéias que sempre são muitíssimo bem vindas.

Este é o caso da receita do pudim de laranja que o Serginho mencionou logo que descobriu o Gastronomia Doméstica.


Assim, após alguns: você TEM que experimentar. Não resisti e me rendi aos encantos do pudim de laranja.

Receita bem simples. No liquidificador bata 4 ovos, 1 lata de leite condensado, a mesma medida de suco de laranja e as raspas de uma laranja.

Complicado para mim em qualquer pudim é a calda. Me atrapalho toda e sempre preciso de diversas tentativas até chegar ao ponto certo. Não sei o que acontece.

Mas, segundo minha mãe, para pessoas normais é algo muito fácil, pois não é nada além de açúcar derretido.

Em uma panela coloque açúcar e deixe derreter, quando já estiver derretido, caramelado, coloque um pouco de água fervente e deixe no fogo até que a calda adquira a consistência desejada. Como o pudim é de laranja, pode-se substituir essa água por suco e deixá-la saborizada.

A forma de pudim deve ser untada com a calda e aí forno em banho maria pra quem é de forno ou a panela própria de pudim para quem é de panela. Aproximadamente 45minutos de cozimento. Uma dica legal é colocar a água já fervendo no banho maria, isso reduz o tempo de cozimento.

Esperar esfriar, desenformar e servir. Ameixas são sempre bem vindas em qualquer pudim na minha humilde opinião. 


Fica cremoso por causa do leite condensado, com toque de laranja... sem dúvida é daquelas receitas que se recomenda aos amigos com a merecida insistência de um: você TEM que experimentar!

Obrigada Serginho!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Feitos um para o outro

Algumas coisas combinam tão bem, que é difícil imaginar um sem o outro. Assim são Harry e Sally, arroz e feijão e também a mistura de cerveja com qualquer coisa bem fritinha.

Mas se essa "qualquer coisa" não for tão "qualquer" assim, a cerveja então deve manter o padrão e também não ser "qualquer" cerveja.

A fritura escolhida para a ocasião foi o pastel de angu, que o Olivier Anquier mostrou em seu programa há algumas semanas, enquanto a dona da receita jogava muito charme para cima do chef.

O pastel de angu foi criado lá pela metade do século XIX, pelos escravos. Era uma forma de aproveitarem as sobras de angu. O recheio tradicional era um guisado de umbigo de banana, já que carne não era um ingrediente dos mais abundantes na senzala. Mas, às vezes, as escravas que trabalhavam nas cozinhas conseguiam esconder alguns pedaços de carne no angu. E os pastéis eram assados em fornos de cupinzeiros.

Ao ver a receita e a vontade com que o Anquier os devorava me enchi de vontade e fui correndo pro batuque na cozinha.

A massa é sensacional e rápida de fazer.

Em uma panela coloque 2 copos de caldo de carne (400ml), 2 copos de fubá peneirado e 2 colheres (sopa) de óleo (usei azeite). Em fogo médio misture sempre até desgrudar do fundo da panela.

Tire do fogo e acrescente 1/2 copo de polvilho azedo peneirado. Sove a massa ainda quente, adicione um ovo e continue sovandoa até que fique uniforme e lisa.

De recheio seguimos a sugestão preparada no programa do Anquier: couve com bacon.

Bacon em cubos bem fritinhos, até ficar crocante. Reserve.

Tempere 1 maço de couve (picada bem fina) com salsiha, cebolinha, 1 cebola picada, 2 tomates também picados, sal e pimenta do reino. Misture tudo e junte o bacon.

Passe manteiga nas mãos para trabalhar a massa.


Na hora de fritar coloque os pasteizinhos no óleo e não mexa. Espere desgrudar do fundo da panela sozinho. É bem parecido com fritar polenta, mas é mais fácil.

Como disse, uma receita cheia de história e tradição deve ser acompanhada com uma cerveja a altura.

Neste caso uma cerveja especialíssima, a La Trappe Blond, cheia de história e tradição e que ficou ainda mais especial, já que foi um presente de aniversário da minha querida amiga Liane.

A La trappe é uma cerveja trapista, ou seja, é produzida dentro de um monastério Trapista. Existem 171 desses monastérios, apenas 7 produzem cerveja e são autorizados a marcar seus produtos com o selo de autenticidade, entre estes apenas 1 não está na Bélgica.

Justamente, neste único monastério holandês que a La Trappe é produzida desde 1884. Haja tradição, só alguns aninhos mais nova do que a receita do pastel de angu.

Quer saber o que esses monges fazem de tão especial? Esperam!

O método é marcado pela paciência com que a cerveja é produzida. É uma cerveja Ale (de alta fermentação), que sofre uma refermentação na garrafa e possui aroma único.

Atualmente os monges já não trabalham mais na produção, mas acompanham de perto todo o processo e são os proprietários da marca registrada La Trappe.

Bom, se o tema aqui é história... O monastério “Onze Lieve Vrouw van Koningshoeven” foi fundado em 1881, por uma ordem trapista refugiada da França, para conseguirem se manter, os monges começaram a recuperar e cultivar a terra, mas tornou-se logo evidente que os lucros não seriam suficientes e uma solução teve que ser encontrada. Foi quando o monge superior Nivard Schweykart decidiu produzir cerveja.


Para melhor aproveitar sua trapista blond sirva lentamente em uma taça de vidro de boca larga. Segure o copo a 45° até terminar de servir para controlar o colarinho. E é importante lembrar, que a temperatura ideal para consumí-la é entre 12 e 16º C, quando ela está trincando perde aroma e sabor. Aí ficará difícil apreciar sua refrescância, seu paladar frutado e leve amargor ou mesmo perceber a duração e intensidade de sua espuma.

Hora de fazer o brinde e provar os pastéis.


Se a massa é ótima para trabalhar é ainda melhor para comer. Crocante, saborosa e sequinha. Já o recheio de couve...

Não sei... Esta massa pedia um recheio mais forte, mais úmido. Calabresa com requeijão, carne seca com queijo... a couve com bacon deixou um pouco a desejar além de ser chatinho trabalhar com a couve no recheio (sempre sobra um verdinho para fora do pastel graças à minha inabilidade).

Com certeza essa massa será repetida, mas nas próximas vezes com recheios mais ousados.

Pastel de angu e cerveja trapista são meu novo Harry & Sally, casaram perfeitamente e não teria como ficar melhor. Teria?

Claro, para isto basta que este seja o cardápio de um primeiro dia de tão esperadas férias.

Um viva ao dolce far niente.

Dica 1: A amiga Bianca, fonte de inspiração inesgotável, escreve o blog bbgourmet. Muito legal para as mamães preocupadas com a alimentação dos bebês desde a gestação, principalmente para as que sabem que experimentar é fundamental. Sim, a gastronomia começa na barriga da mãe... Fica a dica para quem quiser se inspirar, assim como nós.

Dica 2: Segunda dica, agora para quem já não é mais criança e adora um bom vinho. O amigo Marcelo Gava está com uma nova loja virtual de vinhos, a La Vita Vinhos. Além de comprar pela loja pode-se aprender um pouco mais sobre esta arte no blog.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Inspiração

by Erika

Uma coisa que adoro é sentar com amigos pra um bom bate papo: sem compromisso, sem frescuras. Sabe aquela conversa que corre solta? Que faz vc pensar na sua vida e nas coisas do mundo. Enfim, que agrega.

Bem, um oásis que proporciona esses momentos são as reuniões na casa de um casal muito querido Bi e Lê. Eles têm um filhinho com pouco mais de um ano, mas ainda assim arrumam tempo e disposição para receber e tratar muito bem os amigos. Coisa linda = )

Num desses encontros, fui surpreendida com uma recepção suuuuper delicada, cheia de gostosuras. Aí não teve jeito, logo comecei a tirar fotos e já pensar num post legal pra mostrar o capricho da Bi pros amigos do Gastronomia Doméstica.

Vejam se não está mesmo uma belezura:

Mimo de Espetinhos: tempere tomates cereja e mini mussarelas de búfala com azeite, sal e orégano. Coloque em espetinhos de madeira intercalando os tomates com folhas de manjericão e mussarela.


Canapé de salmão: corte um brioche em cubinhos e "refogue" todos em uma frigideira com manteiga. Deixe que tomem cor dos dois lados. Reserve. Bata creme de leite fresco até que ele fique cremoso. Reserve. Cubra cada cubo de brioche com uma pequena fatia de salmão defumado e, por cima, coloque um pingo do creme de leite.


Canapé de tomatinho: pegue fatias de pão de forma preto e corte em quadradinhos, ou círculos. É mais fácil usando um aro para cortar biscoito. Asse em forno alto só até fica durinho, como uma torradinha. Por cima dele coloque um pouco de maionese (é mais fácil usando um saco de confeitar), depois uma rodelinha de palmito, mais uma gotinha de maionese e 1/4 de tomate cereja. Por cima de tudo pode colocar uma folha de manjericão ou salsinha.


Sopa de Cenoura, Abacaxi e Gengibre: ingredientes: 1 col de sopa de azeite, 2 cebolas fatiadas, 2 col de chá de gengibre fresco ralado, 500g de cenoura picada, 4 xic de água, 3/4 de xíc de suco de abacaxi, 1/3 de um abacaxi em pedaços, sal e pimenta preta.

Aqueça o azeite e refogue a cebola, quando ela ficar transparente coloque o gengibre e espere perfumar. Acrescente a cenoura e refogue bem ( se preciso acrescente mais azeite). Coloque a água, o suco e tempere com sal. Ferva em fogo baixo até a cenoura ficar macia. Bata tudo no liquidificador com o abacaxi. Tempere depois com mais sal, se necessário, e pimenta.

Dica- coloque menos abacaxi e vá testando a doçura da sopa. Às vezes o que é doce pra mim não é pra você. É gostoso comer com um pingo de creme de leite.


Brigadeiro de Limão Siciliano - 1 col de sopa de manteiga sem sal, raspas da casca de 2 limões sicilianos,  2 col de sopa de raspas de chocolate branco, 1 lata de leite condensado, mais raspas de chocolate branco para confeitar.

Retire as raspas dos limões sicilianos com descascador de frutas cítricas (sem usar a pele branca, que deixa um gosto amargo). Com um ralador manual, raspe o chocolate branco. Em uma panela, coloque o leite condensado, as raspas de chocolate branco e a manteiga. Leve ao fogo brando, mexendo sempre, até desgrudar do fundo da panela (isso leva, aproximadamente, 10 minutos).

Apague o fogo, junte as raspas de limão e misture bem para liberar o óleo essencial da casca, responsável por aromatizar os brigadeiros. Transfira para um recipiente de louça untado com manteiga. Quando esfriar, unte as mãos com manteiga e enrole. Cubra os brigadeiros com as raspas do chocolate branco que sobraram.


Sempre saio da casa deles inspirada, afinal todos os cantinhos parecem cuidadosamente pensados pra acolher e cativar e, dessa vez não foi diferente. Quem precisa da  Nigella e do Jamie Oliver???

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Hoje vai ter uma festa...

... bolo e guaraná muito doce pra você!

Pois é, com felicidade e amor no coração, resolvi comemorar em grande estilo a minha chegada aos 30!

Sem crises e com a intenção de receber os amigos com muita animação. Se o objetivo é animação, nada melhor do que resgatar a criança interior de cada convidado em uma viagem de volta à infância. O tema neste caso foi a década de 80, ou seja, a década da infância da aniversariante aqui. E por acaso alguém conhece uma década mais infantil e animada? É isso aí, hora de festejar e os amigos receber.

Dos anos 80 lembro da quantidade de anúncios de brinquedos na TV, uma infinidade de desenhos animados, brincadeiras e shows infantis com muitas músicas. Esta geração teve muita coisa voltada para as crianças. E mesmo os adultos da época não tinham nenhum preconceito em vestir muitas cores e demonstrar seu bom humor. Me parece que havia uma certa leveza no ar.

Fomos a última geração a ter que inventar nossas próprias brincadeiras e nos divertíamos muito com bonecas que não falavam e carrinhos que andavam somente ao serem empurrados. Pulamos de pogobol e ficamos horas tentando deixar cada lado do cubo mágico de uma mesma cor.

Ao mesmo tempo, participamos do início de todas as mudanças tecnológicas. Conhecemos o telefone de disco, os orelhões de ficha, o Atari, o PC 386, celulares gigantes presos ao cinto como sinal de status, patins de rodas paralelas e vitrolas e hoje acompanhamos sem dificuldades os Playstations, Wiis, tablets, smartphones e baixamos muitas músicas na internet. Ensinamos nossos pais a mexer no video cassete, no dvd e no blu ray...

Aiai... Bom, foi um pouco de tudo isso que quis resgatar. Fazer com que cada um puxasse pela memória o que era mais representativo em sua infância. Então coloquei o disco na vitrola (...banho de lua, nós dois. Oh! Cupido, só um carinho e depois ficar contigo, mas tem alguém espionando no sofá...) e comecei uma intensa pesquisa nas fotos guardadas em uma caixa escondida no guarda-roupa. Tentei pensar em cada detalhe e para isso contei com a ajuda claro, da minha mãe, irmã e cunhado, que sempre me acompanham e apoiam nas minhas idéias malucas.

Ah! Tantas coisas. E as festas de aniversário eram um capítulo à parte. A começar pelo tema, e claro, pelo cardápio.

O tema escolhido foi... Homem Aranha! É gente, sou fã do Spider e mesmo com alguns críticos me dizendo ser tema de festa de menininho, não pude evitar. Nenhum outro personagem se encaixaria melhor na festa de uma menininha que tem uma parte de seu guarda-roupa destinada a uma pilha de HQ's (em sua maioria justo do amigão da vizinhança). E vamos combinar que essa história de coisas de menininhos e coisas de menininhas só aumentam a distância entre os gêneros e cada um tem mesmo é o direito de gostar do que quiser, afinal, não é isto que define nada.


Enfim, mas aqui o que importa mesmo para a gente é o cardápio, que como tudo nos anos 80 era também bastante exagerado. O importante é a variedade e escolher coisinhas bastante substanciosas. Nada de micro salgadinhos ou canapezinhos, o bom mesmo são os sanduíches de carne louca e paté de atum, esfihas caseiras, barquinhas de palmito e espetinhos de picles e salsichas enfiados em um repolho. Tudo para se fartar.

A receita das esfihas é a mesma desse post aqui a única coisa que mudou foi o recheio. Dessa vez ficamos com o autêntico recheio de carne.

Tempere aproximadamente 1kg de carne moída (recheio suficiente para a massa feita com 1kg de farinha). Coloque o suco de 1 limão, 1 cebola grande e 2 dentes de alho picados bem miudinhos, 1 pimenta vermelha também picada (sem sementes), 1 generoso maço de hortelã, azeite e sal.

Recheie as esfihas com a carne crua, ela irá cozinhar junto com a massa.


Outra coisa bastante tradicional, mas que confesso ter dado um pouco de briga aqui em casa, foram as barquinhas recheadas. Lembra aquele papo de trauma? Então, a minha lembrança desse petisco não era das melhores não. Aquelas barquinhas murchas e úmidas com um recheio cheio de cebola, tomate, milho, ervilha e tudo mais que a mãe da gente tivesse na despensa na hora de preparar e não necessariamente ingredientes que combinassem entre si.

Mas, depois da minha mãe muito insistir e chegarmos ao acordo de que não rechearíamos previamente para que não murchasse, aí sim as barquinhas navegaram livremente pela festa. Cada um colocando a quantidade de tripulação que bem lhe conviesse e sentindo a crocância a cada mordida.

Ah! E o recheio também foi dos mais caprichados. Primeiro aqueça azeite em uma panela e acrescente 1 cebola picada, deixe dourar, coloque 2 dentes de alho picados e 4 tomates sem pele. Deixe refogar com paciência. Adicione um vidro de palmito bem picado, 1 lata de milho, azeitonas pretas picadas, 1 pimenta vermelha (sem sementes), sal e deixe apurar. Para finalizar acrescente um ovo cozido em pedaços pequenos, 3 generosas colheres (sopa) de requeijão, salsa e cebolinha.


Cremoso e bem temperado, nem lembrei de nenhum trauma ao devorar várias embarcações.

Já uma coisa que eu nunca tive trauma nenhum, é de carne louca. Isso sim é algo a se comer, comer. Comer, comer, é o melhor para poder crescer!

Tempere uma peça de cerca de 1kg de paleta com sal, pimenta do reino e azeite. Em uma panela de pressão deixe a carne fritar em bastante azeite junto com dois dentes de alho inteiros. Quando já estiver bem dourada, acrescente uma dose de conhaque e flambe a carne. Cubra com água fervente e tampe a panela. Após pegar pressão conte 1hora.

Tem que ficar bem molinha mesmo, porque depois de tirar da pressão, deve-se desfiar a carne. Em outra panela aqueça azeite, frite 3 cebolas fatiadas até dourar, acrescente 5 tomates sem pele picados e uma pimenta vermelha bem picadinha, deixe tudo refogar muito bem. Junte então a carne desfiada. Corrija o sal e coloque cerca de duas conchas do caldo onde a carne foi cozida. Dica? Congele o restante deste caldo, pode ser usado depois em uma infinidade de receitas.

De volta à loucura da carne. Deixe ferver até ficar bem apurada. Depois que desligar o fogo acrescente bastante salsinha picada. Assim como as barquinhas de palmito, decidimos não servir os lanches montados. A carne acabaria deixando o pão muito úmido e molenga se os lanches ficassem montados por muito tempo. A solução encontrada foi deixar a panela de carne louca no rechaud de fondue para mantê-la aquecida, e os pãezinhos cortados ao lado. Assim cada um montava seu lanchinho na hora e poderia prová-lo quentinho e fresquinho até o fim da festa.


O sanduíche de atum é bem fácil. Coloque em uma travessa uma lata de atum, desfie bem e acrescente uma cebola picada bem miudinho, bastante salsinha, um pouco de sal, azeite e aproximadamente 3 colheres (sopa) bem generosas de maionese.

Misture tudo muito bem até ficar uniforme. Espalhe este paté sobre uma fatia de pão de forma, feche com outra fatia de pão de forma formando o sanduíche. Partimos cada lanche em 4 para que as porções ficassem menores, como petiscos mesmo.


Agora, algo que não podia faltar na festa era safadeza. Calma, estou falando daqueles palitinhos de salsicha espetados em um repolho embrulhado em papel alumínio. Outras pessoas conhecem como capetinha ou porco espinho.

Nos meus palitinhos coloquei salsicha fervida em rodelas, queijo muçarela (com "ç" como provou Tadeu Schmidt ser o correto), temperada com azeite, orégano e pimenta calabresa seca, além de finas rodelas de picles e azeitonas sem caroço com pimentão.


Preta, fala pra mim, tem coisa mais cafoninha e gostosa nessa vida?

Mais uma opção? Que tal batatinhas temperadas? Cozinhe batatinhas (daquelas bem pequenininhas mesmo) com casca e tudo em água e um pouco de sal. Depois de cozidas escorra bem e tempere com bastante azeite, um pouco de vinagre balsâmico, orégano, pimenta vermelha picada, sal, salsa e cebolinha.

Sirva em uma travessa com muitos palitinhos.


Tantas opções que só fazendo Uni Duni Duni Tê, ôôô, Salamê minguê... para escolher o que provar primeiro.

Para beber Itubaína e cerveja de garrafa, ambos em um grande isopor cheio de gelo para que os convidados se servissem sem cerimônia.

É chegada a hora do parabéns. Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!!!!!!

Que é a hora mais esperada da festa de aniversário, afinal, só depois do parabéns. Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!!!! é que os doces são liberados.

Haja doce, doce, doce. A vida é um doce, vida é mel. Brigadeiro, cajuzinho, beijinho, abacaxizinho, balas de coco e claro, o grande astro da festa: O Bolo!


A começar pelo tradicional brigadeiro, o docinho mais cobiçado de qualquer festa. Nesta versão nem tão tradicional, porque sofreu algumas maravilhosas modificações.

Em uma panela coloque 1 lata de leite condensado, 1 colher (sopa) de farinha de trigo bem rasa e misture tudo muito bem. Acrescente meia lata de creme de leite e 150g de chocolate meio amargo ralado. Misture bem, ligue o fogo em temperatura média e mexa sempre até desgrudar da panela.

Enrolar, passar no granulado e arrumar bonitinho no pratinho.

O brigadeiro mais bonito que eu já comi na minha vida!

A dupla do brigadeiro também não pode ficar de fora. Beijinho! Quem não gosta de beijinho? Uma dica para deixá-lo ainda melhor? Roube-o! Porque beijinho é bom, mas beijinho roubado é uma delícia. Essa receita também já está aqui no blog, no dia do beijo, lembra? Só clicar aqui para lembrar.

Para festa o docinho é enrolado, passado no açúcar cristal e um cravinho de enfeite.

Esta é a dupla de doces mais tradicional mesmo, meio como arroz e feijão, mas nas festas bacanas de verdade não podia faltar era cajuzinho.

Em uma panela coloque 1 lata de leite condensado, 1 xícara de amendoim torrado e moído (por que chama cajuzinho se é feito com amendoim?), 1 colher (sopa) de manteiga e para dar um toque especial coloque pouco mais de 50g de chocolate meio amargo picado. O ponto é o mesmo do brigadeiro, ou seja, até desgrudar da panela.

Cajuzinho a gente passa no açúcar cristal depois de enrolar e enfeita com meio amendoim dem pele.

Como diria Punky, a levada da breca, esse docinho é massa!

Agora, o docinho mais supimpa da festa, o abacaxizinho. Comece fazendo um doce de abacaxi. Pique em pedaços bem miudinhos meio abacaxi pérola sem miolo e leve ao fogo com aproximadamente 4 colheres (sopa) de açúcar. Deixe até virar uma geléia bem sequinha. Espere esfriar.

Em outra panela coloque 1 lata de leite condensado, 1 colher (sopa) de manteiga e coloque o doce de abacaxi. Mais uma vez, deixe a panela em fogo médio até desgrudar da panela.

Abacaxizinho é no açúcar cristal amarelo e enfeitado com um cravinho.

Lá em casa eles não faltavam nas festas. Bem amarelinhos sempre chamavam atenção e davam alegria à mesa de doces.

Mas alegria mesmo é a torre de bala de coco, com suas franjas coloridas. As balas de coco desta festa foram compradas.

Quando eu era criança, minha vó Ignez é quem fazia. Saudades das balas macias e deliciosas dela. Essas balas dão um trabalhão para fazer, desde acertar o ponto até puxar e puxar e puxar... Quem sabe um dia a gente se arrisca lá em casa.

Enfim, o bolo. E nada dessas armações ilimitadas de bolo trufado ou mousse não. Se é anos 80 o bolo tem que ser branco e com recheio de doce de leite e fruta.


O bolo branco é o pão de ló de água. Bata 5 claras em neve e reserve.

Na batedeira coloque as 5 gemas e acrescente devagar 10 colheres (sopa) bem cheias de açúcar. Bata até que o creme formado fique esbranquiçado. Só então adicione 2 colheres (sopa) de água e aos poucos 10 colheres (sopa) de farinha de trigo. Caso seja necessário, acrescente mais 2 colheres (sopa) de água. Isso dependerá do ponto da massa. Não pode ficar muito líquida, mas também não a deixe dura demais. O bom e velho caminho do meio na hora de encontrar o ponto. Lembrando que, a água pode ser substituída por suco de laranja ou qualquer outro líquido que se queira para saborizar a massa.

Desligue a batedeira e delicadamente acrescente as claras à massa alternando com uma colher (sopa) de fermento.

Essa receita é para uma forma de 25cm e fica bem alto. Caso queira um bolo maior, aumente as proporções da receita.

Fizemos dois recheios. O primeiro de ameixa e doce de leite. Cozinhe o leite condensado por 45 minutos em panela de pressão. Lembre-se de só abrir a lata quando já estiver bem fria. Reserve. Misture 500g de ameixa preta sem caroço picadas e um cálice de vinho do porto. Deixe as ameixas absorverem o vinho por cerca de 2horas. Então misture as ameixas ao doce de leite.

O segundo recheio foi feito com creme de confeiteiro e pêssego em calda. No liquidificador coloque 1 lata de leite condensado, 2 vezes a mesma medida de leite, 2 colheres (sopa) de amido de milho bem cheias, meia lata de creme de leite (lembra a que sobrou do brigadeiro?) e 3 gemas sem pele (tirar a pele ajuda a tirar o cheiro de ovo do creme). Bata bem, leve ao fogo médio e deixe cozinhar até engrossar.

Quando estiver na consistência desejada coloque em uma travessa de vidro e cubra com papel filme para que quando esfriar não crie uma casca por cima. Reserve.

Abra a lata de pêssegos em calda e escorra toda a calda, reserve a calda, ela será utilizada para umidecer o bolo. Pique os pêssegos e reserve.

Para regar o bolo use a calda misturada a um copo de água. Isso ajuda a quebrar um pouco o melado.

Basta montar. Bolo, calda, creme de confeiteiro, pêssegos, bolo, calda, doce de leite com ameixas, bolo, calda e leve à geladeira por umas 3 horas. Esse tempo de geladeira ajuda para que tudo fique mais firme e facilite na hora de confeitar.

De cobertura o escolhido foi chantilly. Creme de leite fresco batido. O bolo foi decorado com castanhas de caju picadas na lateral e por cima uma linda teia feita com chocolate.

Preciso dizer que esse bolo é tão bom, bom, bom, bom?

Assoprar velinhas, fazer um pedido e o primeiro pedaço vai para... Alguma dúvida de a quem ofereci o primeiro pedaço?

Se depois do parabéns. Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!!!!! alguém acha que tudo fica com cara de fim de festa, engana-se muito. Em uma verdadeira festa dos anos 80 não pode faltar jogos, diversão, bexigas e muitos outros docinhos da época. Como dadinho, dip'n lik além de brinquedinhos de festa, como língua de sogra e apito.

Tudo isso sem esquecer do figurino exagerado e colorido, que pode contar com blue jeans, all star, rabos de cavalo alto e para o lado, muitos topetes, ombreiras e acessórios.

Mas de verdade, melhor do que qualquer enfeite, receita ou figurino, foi ver e participar de coreografias como "Não se reprima" e "Ilariê". Esforçar-se para lembrar cada passo ou voltinha em meio a muitas risadas e ouvir as lembranças resgatadas dos baús das memórias dos presentes.

Cantamos e dançamos sem parar. ÔÔÔÔÔ!

Na hora de ir embora cada convidado levou uma lembrancinha cheia de surpresas. Supresas essas, que tinham como intenção fazer cada um levar para casa um pedacinho da festa, uma simbologia de uma nova recordação que se grava na memória.


Afinal festas assim, modéstia a parte, merecem ser lembradas porque fazem o mundo bem mais divertido.
SUPERFANTÁSTICO!

sábado, 6 de agosto de 2011

Onde nascem as receitas?

Conheço receitas que nasceram em sonhos, outras a partir de um inusitado ingrediente, lendo ou preparando outras receitas, ou mesmo ouvindo o roncar do estômago em um fim de tarde. É, pessoas que possuem idéias fixas são assim, até sonham com isso, é involuntário.

Normalmente as receitas brotam de forma espontânea, mas às vezes elas simplesmente não surgem. Precisam ser forçadas à nascer de um jeito ou de outro. Era nessa situação que eu me encontrava no sábado passado.

Por isso eu olhava o armário, a geladeira, o freezer e de volta ao armário, e à geladeira, e ao freezer e novamente o armário... Assim mesmo, em um irritante e infinito ir e vir.

Até que mentalmente os ingredientes disponíveis ali começaram a ganhar vida, formar pares, produzir misturas e eis que nasce uma nova receita. Pois é, as receitas não nascem na panela, mas quando você começa a se perguntar "E se...?". Pensando nas possíveis combinações de ingredientes que poderá realizar. Ou seja, como grande parte das coisas do mundo, as receitas surgem como meras idéias.

Quanto mais informações existirem dentro da cabeça do chef sobre o resultado da mistura dos ingredientes e mais técnicas ele tiver conhecimento, melhores tendem a ser as suas criações. No meu caso, ainda uma aprendiz de chef, acho que me saí muito bem na escolha e transformação que realizei ao talhar e lapidar cada um dos ingredientes. Confesso que não fui muito criativa, mas fiquei muito feliz com o resultado. E feliz por sair deste empasse resolvendo o que iria jantar naquela noite.

Primeiro abri o armário e olhei para o arroz arbóreo, abri a geladeira e o shitake sorriu para mim. Resultado: risoto de shitake.

Pela derradeira vez abri o freezer e foi então que o peito de frango piscou e não tive dúvida: polpetone de frango. Mas achei que ficaria muito seco e para me salvar ouvi o bacon gritando e me trazendo a solução.

Cardápio definido, então mãos à obra.

Descongelei o peito de frango e o desossei. Coloquei a carne no processador junto com uma generosa porção de bacon (uma proporção de metade do peso da carne do frango), acrescentei sal, pimenta do reino, salsa, cebolinha, 1 cebola, 1 dente de alho, 1 ovo e um toque de pimenta calabresa seca. Bati tudo até que ficasse uma mistura uniforme e bem moída.

Sobre a mesa coloquei uma forma forrada com papel filme, fiz bolinhas com a massa de frango, as passei levemente pela farinha de rosca e coloquei na forma, onde as achatava um pouquinho. Quando acabei de fazer os polpetones levei ao freezer por 15 minutos.

Enquanto isso... Junto com o frango descongelei o caldo de galinha que eu já tinha no freezer de outros carnavais, ou melhor, da última festa junina. Feito durante o cozimento de peito de frango com sal e azeite apenas.

Em uma panela o incrementei um pouquinho, acrescentei um pedaço bem pequeno do couro do bacon (um quadradinho e uns 2cm) o osso do peito de frango que acabara de tirar e um alho amassado. Deixei ferver por alguns minutos e peneirei tudo.

Em outra panela aqueci azeite e fritei uma cebola picada. Quando já estava começando a dourar acrescentei o shitake cortado em tiras e esperei que murchasse um pouco, só então coloquei o arroz arbóreo, mexi rapidamente e juntei meia xícara de vinho branco seco.

De concha em concha fui acrescentando o caldo devagar até que o arroz cozinhasse. Arroz já cozido, coloquei alguns cubinhos de queijo do reino, esperei derreter, desliguei o fogo e finalizei com uma colher de manteiga e salsinha.

Para o preparo dos polpetones (que na verdade estão mais é para hamburguinhos de frango) basta grelhar em uma chapa de ferro ou gril (sugestão, mesmo com o bacon ele pode ficar um pouco seco caso frite de mais, procure deixá-lo ao ponto).

Pratos montados, harmonizamos com um vinho já conhecido, o Monte Alentejano Monte Velho.


Hora de ver se o resultado confere com a expectativa da idealização.


Neste caso, hora de descobrir que é ótimo quando a prática supera a teoria. O risoto ficou realmente cremoso e aveludado, a textura do shitake e o ponto do risoto ficaram ideais. Quer mais do que isso? O hamburguer/polpetone combinou e complementou muito bem o prato, trazendo um sabor mais marcante (por causa do bacon mesmo) e uma textura mais seca para combater a cremosidade do risoto.

Como dificilmente uma receita nasce pronta, após provar achei que um molho sobre o polpetone/hamburguer cairia muito bem e daria outra cara para toda essa mistura, mais sofisticada e com maior complexidade de sabores.

Receita idealizada, testada e anotada. Após o jantar, comemoramos às idéias que dão origem a cada nova receita. Para comemorar escolhemos sorvete. Porque até mesmo idéias ficam ainda melhores com sorvete.

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Saída pela direita

Aqui em casa todos os domingos são guardados para a gastronomia. Seja para o preparo de um novo cardápio temático, repetir receitas ou para visitar novas cozinhas. Por isso, sempre planejamos com uma certa antecedência.

O último não foi diferente. Já no sábado a noite sabíamos que o almoço seguinte seria em uma cantina altamente recomendada. Assim que bateu a fome saímos felizes e contentes, chegamos ao local, encontramos uma vaga e... levamos um susto ao ver a fila de espera.

Pois é, lugares altamente recomendados costumam ter esse tipo de problema. Problema óbvio, que acontece com quem mesmo sabendo previamente onde irá, nem ao menos se dá ao trabalho de ligar e fazer reserva, ou ao menos, tentar chegar bem cedo.

Um pouco decepcionadas com nossa falta de astúcia, buscamos uma saída pela direita. Foi quando encontramos ali, na mesma rua, um restaurante argentino, sem espera e com ambiente bastante agradável.

Mudamos nossas expectativas de um belo prato de massa para um belo corte de carne e seguimos em frente.

Ao entrar na casa da Familia Argentina Parrilla Yanelli fomos muitíssimo bem recebidas. Escolhemos nossa mesa, abrimos o cardápio e a carta de vinhos.

Pedimos a meia garrafa do Malbec Syrah Tília, de Mendonza para combinar com o clima. Vinho encorpado, de ricos sabores, macio e que acompanha muito bem carnes vermelhas.


Já mais familiarizadas e podendo contar com atendimento rápido e eficaz, partimos para uma colorida salada, com muitas folhas verdes picadas, tomate seco, presunto e ovo cozido, só para começar.


Depois deste passo inicial aí sim foi a hora de nos esbaldamos ao provar a farofa, crocantes batatas soufflées e claro, um belo e alto filé de chorizo ao ponto.


Tudo muito bem preparado. A carne estava macia, suculenta, saborosa e linda. Daquelas de sentir a boca cheia d'água só de admirá-la no prato. Pedimos o corte de 400g e foi suficiente para que eu e minha mãe saíssemos de lá completamente satisfeitas.

Tanto que nem pedimos café, precisávamos caminhar um pouco para assimilar toda a fartura do que consumimos. Caminhada esta que não durou muito, tendo em vista que na saída pela esquerda encontramos um ajeitadinho e aconchegante café. Para ser mais exata, ali, na mesma rua, no nº 1446, o
Jour café et chocolat, um pouquinho mais para cima do restaurante.


Nova e agradável surpresa. Mais uma vez o atendimento foi espetacular, extremamente atencioso, e com várias indicações de doces e cafés.

O mochaccino para mim e o caramelo para minha mãe.


Para acompanhar não poderíamos deixar de provar o chocolate belga de lá em duas versões. Ao leite na torta crocante...


...e amargo na torta de damascos coberta com pistaches.


Sensacional e bem preparadas é pouco para descrever essas tortas, sem falar da bela apresentação dos pratos.

O que posso dizer? Readequar expectativas pode ser uma boa opção (além de salvar o humor e o dia frente à situações não calculadas). Claro, que ainda voltaremos na cantina, mas não há dúvidas de que neste último domingo para todos os lados que olhamos encontramos uma verdadeira orgia gastronômica ao nosso dispor.

Depois de tudo isso os planos ainda incluíam cinema. Ainda bem que o filme era cheio da ação, senão ficaria difícil manter os olhos abertos quando as luzes apagassem. Essa parte do plano saiu à risca.