quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Liberdade

Fiquei com vontade de ir até a Liberdade comprar papel de arroz depois que vi o Claude Troigros fazer um salmão enrolado e frito nesse papel que me interessou bastante, e umas semanas depois Olivier Anquier também usar esse papel para fazer uma receita vietnamita.

Como passar vontade não faz bem para o ser humano, aproveitei as idéias dos chefs, peguei uma dica do Marcelo Katsuki e saí as compras com minha irmã em mais um almoço golpe.


Fomos no Ebis, por indicação do blog do Katsuki e experimentamos o Gyudon (arroz com carne e cebola) e o Udon (macarrão japonês com um caldo bem temperado, eu escolhi a opção com carne e cebola).


Almoço leve em um ambiente agradável e o principal, rápido para sobrar mais tempo para bater perna.

Compras feitas, montei um cardápio de inspiração oriental para o sábado a noite.

De entrada salada de alface roxa, mussarela de búfala, tomates e bifum, temperada com vinagre balsâmico e azeite.


Para o preparo do bifum basta ferver um pouco de água, tirar do fogo e deixá-lo na água cerca de um minuto. Depois disso basta tirar da água e servir, sobre a salada salsa e cebolinha para dar uma cor.

Para o acompanhamento do prato principal cozinhei cenoura, berinjela, abobrinha e uma cebola em cubinhos. No ponto um pouco antes de estarem cozidos tirei a água, acrescentei shoyu e refoguei um pouco.

O prato principal foi o peixe no papel de arroz. Usei postas de atum, mas cometi um erro. Deveria ter usado apenas temperos secos, para que não umedecesse demais o papel de arroz.

Bom, eu temperei com shoyu, raspas e suco de limão e sal. Ficou bem saboroso, mas a umidade do shoyu e do suco de limão impediu que ele ficasse crocante. O que era justamente a minha intenção nesse prato.

Depois de temperar as postas, umedecer o papel de arroz na água (fria mesmo, só para conseguir manipulá-lo) e embrulhar o peixe no papel como se fosse um presentinho.

Agora basta fritar 3 minutos de cada lado em um pouco de azeite.


O sabor ficou muito bom, os legumes e o peixe combinaram perfeitamente, e já que faltou a crocância da casquinha de arroz, na hora de servir piquei algumas castanhas de caju. Na próxima acho que acerto.

Mas, o que eu mais gostei desse cardápio foi a sobremesa.

Primeiro fiz uma calda simples com laranjinhas kinkan. Derreti açúcar, coloquei um pouquinho de água e uma dose de cachaça, alguns cravos e canela em pau, algumas uvas passas e as kinkans partidas ao meio.

Calda pronta. Minha mãe fez um delicioso creme de confeiteiro, levando ao fogo uma lata de leite condensado, a mesma medida de leite, duas gemas, uma colher de sobremesa de essência de baunilha e duas colheres rasas de maizena (que devem ser diluídas no leite), mexer até engrossar.

Antes de usar o creme é preciso que ele esfrie. A maneira mais fácil é colocar o creme em uma travessa e cobrir com papel filme antes de levar a geladeira. O filme impede que crie uma nata sobre o creme sem a necessidade de mexê-lo o tempo todo enquanto esfria.

Calda e creme prontos, vamos ao toque final.

Sabe aquelas massas para pastéis folhados que vendem pronta no mercado?

Pois é, coloquei aquelas massas no forno para fazer placas folhadas, bem crocantes.

Essas ficaram crocantes mesmo, então parti ao meio e montei a sobremesa.

Massa folhada, creme, mais massa, mais creme, mais massa, mais creme... e sobre toda essa torre desencontrada de massa folhada e creme de confeitero uma generosa porção da calda de kinkan.


Sensacional!

A calda estava levemente azedinha e com um fundo amargo por causa da casca das kinkans o que combinou com o doce do creme e não podia ser completado por uma combinação melhor do que a massa folhada e crocante.

Resumo da história, por ser a primeira vez que usamos o papel de arroz até que não nos saímos tão mal, a sobremesa pode entrar para a lista das melhores do ano e só resta uma dúvida: o que fazer agora com as 98 folhas de papel de arroz que sobraram no pacote?

É pelo visto vou ter muitas oportunidades para acertar essa receita.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vegano

Lembra que no final do post Vó Ig, último encontro culinário daqui de casa, eu fiz uma sugestão?: "Talvez façamos um almoço vegano após uma manhã de yoga no quintal, passar um domingo zen para começar uma boa semana... quem sabe?"

Idéia aceita, montar o cardápio e mãos a obra.

Montar um cardápio vegano é um grande desafio. Porque além de não poder incluir carne, óbvio, também não pode ter nenhum ingrediente de origem animal.

Risca-se então da lista, queijos, ovos, manteiga, leite...

Ao montar o cardápio quebrei a cabeça para procurar coisinhas diferentes para incrementar os pratos e que não tivesse origem animal.

Há tempos estava com vontade de experimentar o arroz preto. Um arroz que ouvia dizer ser muito mais saboroso e saudável.


Cogumelos também são sempre bem vindos, assim como grãos, verduras, palmito e frutas.

Escolhidos os ingredientes, precisava pensar no preparo de cada um e montar um cardápio que provasse que ao contrário do que muita gente pensa, veganos comem muito bem.

Definimos o cardápio então:

Entrada: salada de favas com cogumelos e rúcula
Prato principal: arroz negro com palmito moquecado
Sobremesa: frutas flambadas

Encontramos as favas em uma casa do norte. Deixamos de molho por 1 hora e depois cozinhamos na pressão por cerca de 30 minutos.


Usamos shimeji e shitake puxados no azeite, e minha irmã usando toda sua técnica, habilidade e vontade de estreiar o maçarico, flambou os cogumelos com conhaque, o que os deixou com um sabor muito bom. 

Algumas folhinhas de rúcula para completar a salada e então misturar tudo. Favas e cogumelos já frios com a rúcula e temperar com azeite, sal e salsa e cebolinha.


Fantástico. A mistura de texturas e sabores combinou bastante. Ao mesmo tempo leve e marcante. Essa entrada fará parte dos cardápios aqui em casa daqui por diante, com certeza.

A receita de arroz preto com palmito moquecado eu peguei no site do próprio arroz.

Começando pelo palmito. Em uma frigideira coloque em camadas, tomates, cebolas e palmito rodelados, além de uma pimenta dedo de moça, sal, salsa e cebolinha e um tiquinho de água.

Depois que o tomate e a cebola estiverem cozidos acrescentar um pouco de leite de coco (fiquei com medo que leite de coco fosse leite misturado com coco ralado, como vi em algumas receitas caseiras do produto, fui pesquisar e descobri que é apenas o leite obtido pela extração mecânica de emulsão da polpa do fruto, portanto, poderia sim entrar no cardápio vegano, o que ampliou bastante as póssibilidades de pratos).  

Deixe ferver mais alguns minutos e está pronto. Um acompanhamento picante e realmente muito gostoso, além de ser simples e rápido de preparar.


Agora o arroz preto. Optamos por fazer uma receita básica para podermos sentir o gosto do arroz.

Em uma panela de pressão refogamos alho e cebola, depois acrescentamos o arroz preto, sal e 2 xícaras e meia de água para cada xícara de arroz.

Deixar na pressão por 25 minutos. Ele ficou al dente e deixei mais uns cinco minutos no fogo depois da pressão para terminar de secar o caldo do arroz. Caldo este que tem uma incrível coloração vinho.

Servimos com o palmito.


Adorei o arroz. Aroma e sabor acastanhado, além de ser muito mais benéfico a saúde, por seu valor calórico reduzido, promover melhoria da função celular e previnir envelhecimento precoce, hipertensão e mais um monte de outras coisas.

Mas de fato, o que mais me impressionou foi mesmo o sabor. Vale a pena experimentar.

Acompanhamos nosso almoço vegano do vinho verde Gazela. Suave como pedia o nosso cardápio.


De sobremesa, mais fogo. Morango e banana em uma calda de açúcar mascavo e flambadas com conhaque.

Como ontem fiz uma calda de kinkan, para a sobremesa de um cardápio que irei postar durante a semana, roubei umas laranjinhas de lá para completar o prato.


Os veganos que me perdoem, mas essas frutas flambadas pediam sorvete de creme. Nada como o contraste do quente e do gelado para dar um toque todo especial a esta sobremesa.

Da idéia inicial só faltou a yoga, certo?

Nada, no sábado de manhã eu e minha irmã fomos até a academia participar do Bio Yoga Day na Bio Ritmo. Muitas aulinhas de yoga de diversos estilos. Quick Massage gratuita. E ainda saí de lá com um presente super especial, um vale massagem da Fisio Shape que sortearam em uma das aulas. E se a massagem for tão boa quanto a prévia na academia, sei que sairei de lá leve e relaxada.


Peeling de Cristal, massagem... melhor parar de participar de sorteios, se continuar assim minhas férias serão uma verdadeira peregrinação por clínicas de estética. Coisa chata, né? (rs)

Todos muito zens e satisfeitos, prontos para mais uma semana.

A única coisa nos planos agora é só jogar na Mega Sena.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Menu Confiança

Saio do trabalho cansada, com os olhos piscando de tanto tempo na frente do computador.

Corro até o metrô e me esforço para pegar o primeiro trem que passar. Carregando a mochila para a academia e em um grande dilema: ir para a academia gastar as calorias do fim de semana ou ir direto para casa onde minha mãe me espera com um delicioso Boeuf Bourguignon?

Me senti como um desenho animado, que se deixa levar pelo irresistível aroma que sai da comida.

Claro, fui para casa. Cheguei a tempo de vê-lo ( o boeuf bourguignon ) ainda borbulhando na panela de barro sobre o fogão.


No mesmo dia saiu atrás dos ingredientes, inclusive um vinho da região da Borgonha para o marinado e cozimento.

Vamos à receita.

Primeiro tem que ter uma carne de segunda, daquelas bem durinhas, cortada em cubos grandes, temperar com sal, azeite e pimenta, colocar uma cenoura em cubos pequenos, uma cebola em pedaços grandes, alho e vinho suficiente para cobrir tudo isso.

Deixar marinando por 24 horas. Sim, você leu direito, 24 horas.


Em uma panela (minha mãe usou a panela de barro para intensificar os sabores) frite pequenos cubos de bacon, quando já estiverem bem fritinhos coloque apenas a carne na panela, antes porém, seque os pedaços da carne em um pano para que consiga fritá-los sem que soltem muita água. Depois coloque um pouco de cachaça e flambe a carne.

Acrescente todo o marinado. E agora vem a parte fácil, deixe ferver por cerca de 4 horas, até a carne estar bem molinha, sem acrescentar mais nada de líquido. A carne tem que cozinhar apenas no vinho, e em fogo bem baixo.

Enquanto isso, em uma panela frite cebolinhas no azeite até dourar. Quando a carne estiver pronta acrescente as cebolinhas e sirva.

Para acompanhar esta marravilha, ela fez deliciosas batatinhas com alecrim, sal e muito azeite no forno e claro, não poderia faltar o pãozinho para raspar o prato no final.


O vinho que escolhemos para harmonizar o prato, foi o mesmo utilizado para o preparo, o Beaujolais-Villages, Michel Picard, obviamente, da região da Borgonha. Sabor suave.


Só para deixar registrado. Depois de sentir o sabor do Boeuf bourguignon não senti a menor culpa de ter deixado de ir à academia. Dormi com a consciência tranquila e o corpo satisfeito.
 
QUE MARRAVILHA! (ops, esse já é outro programa).

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Miscelânia Cultural

Lembra aquela história de digitar as mais de 900 receitas até o fim do mês?

Pois é, a meta foi suspensa por tempo indeterminado.

Explico.

Semana passada prendi o dedo na porta do carro, e portanto a digitação está bem comprometida. Mas, só foi suspensa, não desisti do projeto não.

Deixando essa história de lado, vamos a algumas receitinhas.

Outro dia estava aqui em casa pensando em um cardápio para o jantar e fui dar uma espiada no freezer para ver se achava uma luz.

Foi aí que encontrei um pouco daquele hambúrguer de lombo que fizemos no almoço do post junk food. Ele não estava no formato de hambúrguer, isso facilitou também para que eu pudesse incrementar as coisas.

Comecei o jantar com uma salada leve, de alface crespa, morangos e tiras de palmito. Para dar uma crocância coloquei algumas castanhas de caju. Temperinhos básicos, azeite e vinagre balsâmico.


Para o prato principal comecei descongelando a massa do hambúrguer de lombo. Então peguei algumas porções dessa carne e recheei com fatias de mussarela de búfala e azeitonas pretas picadas, um pouquinho de orégano e pronto.

Deixei porções grandes, mais ou menos do tamanho de dois hambúrgueres, como um polpetone. Passei esses polpetones no ovo e na farinha de rosca, e levei ao forno com um pouquinho de azeite.

Enquanto isso, aproveitei para fazer um arroz branco de acompanhamento e o molho dos polpetones.

Em uma panela fritei alho e cebola no azeite e depois acrescentei cogumelos paris frescos fatiados e 4 tomates sem pele picados.

Coloquei um pouquinho de água fervente para formar o molho e claro, sal, orégano, um pouquinho de manjericão, pimenta do reino, uma pimenta dedo de moça e um pouquinho de pimenta calabresa.

Confesso que carreguei na pimenta, propositadamente.

Tirei os polpetones do forno e os coloquei na mesma frigideira onde estava o molho, até a hora de servir.


O título do post entra aí,  chamei esse prato de polpetone au poivre, por causa obviamente da pimenta. Uma miscelânia cultural entre França e Itália que deu muito certo.

Para completar a miscelânia, o prato foi regado ao vinho argentino Malbec Latitud 33, bastante frutado e de sabor marcante que combinou muito bem com o sabor picante do prato.

E claro que para servi-lo usamos um dos nossos brinquedinhos novos. O corta gotas funcionou perfeitamente, e a foto ficou um charme não? Dá para ver a cor e o brilho desse vinho.


O corgumelo ficou um pouquinho escuro, só depois de fazer o molho é que fiquei sabendo que usar suco de limão evita que isso aconteça, mas é uma questão de aparência, não de sabor.

Para quem estava sem idéia de cardápio, olhar o freezer foi uma verdadeira fonte de inspiração. Vou fazer isso com mais frequência.

Evita desperdícios e faz surgir muitas boas idéias.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Confraria de Mulheres

Mês passado, na revista Gula, li uma matéria sobre uma degustação de vinhos só para mulheres. Como a jornalista descreveu: "uma verdadeira peruagem enogastronômica".

Me interessei na hora, conhecer um pouco mais de vinhos, justo agora que acabei de ler um livro sobre enologia, e aproveitar um jantar de alta gastronomia, só poderia ser uma excelente idéia.

Convidei minha irmã, que assim como eu também demonstrou interesse imediato e pronto. 

Liguei para a Ville du Vin, que é o local onde ocorre a degustação, e falei com a Ana Carla, que de maneira muito atenciosa me passou todas as informações necessárias e mostrou-se super receptiva e empolgada para nos receber. Contou que além do jantar e da degustação dos vinhos, sempre há um tema feminino a ser abordado na noite e me enviou o convite por e-mail, onde dizia que teríamos uma noite espanhola.

Para apresentar e contar um pouco da história dos vinhos que seriam servidos, Juan Rodriguez, proprietário da importadora Península, e sim, o irmão da Pepita Rodriguez.

A noite começou de forma bastante descontraída, e o Juan começou a contar a história da vinicultura espanhola e sua importância. De como a Espanha foi o primeiro país a exportar vinho e basicamente falou bastante sobre a superioridade dos vinhos espanhóis em relação aos franceses e italianos.

Fica na sugestão para as próximas degustações uma noite francesa e uma italiana, para podermos conhecer todas as versões antes de tomar uma posição. Afinal, é importante conhecer todos os lados de cada história, não?

De qualquer forma, no primeiro gole do primeiro vinho, me senti tentada a comprar a idéia e levantar a bandeira dos vinhos espanhóis.

Esse primeiro vinho foi o Castaño Monastrell. 100% uvas Monastrell, de clima mediterrâneo, bastante intenso, com aroma frutado e extremamente saboroso.


Para acompanhar o vinho, uma autêntica tortilla. Feita de forma primorosa com ovos e batata.


O segundo prato da noite foi uma deliciosa polenta com ragu de cordeiro. O ragu estava perfeito, mas me impressionei com a polenta, e o chef Duh Cabral gentilmente deu algumas dicas revelando parte de seu segredo.

No preparo, além do caldo de legumes ou frango ele adiciona leite ao invés de água, e acrescenta também algumas ervas aromáticas.

Cremosa, saborosa e na minha opinião mais suave do que a polenta tradicional. Com certeza essa dica testaremos aqui em casa na próxima vez que fizermos polenta. 


E claro, acompanhamos a polenta com o segundo vinho da noite, o Sierra Cantabria Cosecha. Mais suave do que o primeiro, mas também muito aromático e saboroso, vermelho intenso e brilhante e muito bem harmonizado com o prato.


O terceiro prato da noite foi o bacalhau a Pil Pil. Segundo o Juan esse prato de origem basca é o responsável pelo maior número de estrelas Michelins do mundo estar concentrado entre os restaurantes desta região. Confesso que não conferi a informação, então a Michelin eu não sei, mas que eu na minha humilde opinião, dei muitas estrelas para o prato, isso sem dúvida.

Basicamente bacalhau e azeite, mas para o preparo é necessário mexer o tempo inteiro e isso faz com que o azeite forme um molho cremoso.

O bacalhau estava no ponto perfeito, e tão apetitoso que não aguentei esperar para tirar a foto, tive que roubar uma lasquinha dele antes.

O vinho que acompanhou o prato estrelado foi o Viña Sastre Roble, um vinho envelhecido, onde pode-se sentir o aroma de baunilha e madeira, e tem cor cereja muito intensa além de ser quase opaco.

Mas o bacalhau tinha um sabor tão intenso que se sobrepôs a ele, então não consegui perceber muito deste, que na opinião do Juan era o melhor vinho da noite. Acho que serei obrigada a prová-lo novamente, e só parar de prová-lo depois que conseguir perceber a baunilha e a madeira.


Para encerrar a noite um vinho de sobremesa, branco, muito frutado e extremamente doce, o Moscatel de La Marina que inclusive foi utilizado no preparo da salada de frutas.

Lembra que além do jantar e dos vinhos a proposta desta confraria também inclui temas femininos?

Pois é, nessa noite estavam lá algumas representantes da Oligoflora, um centro de estética e bem estar próximo a Ville du Vin.

Elas falaram um pouco sobre a Oligoflora e seus tratamentos diferenciados e sortearam para as presentes peelings de diamante e cristal além de oferecerem descontos.

Adivinha quem ganhou o peeling de cristal?
Claro, a pessoa que vos escreve.

Saí de lá inebriada com tantos aromas e sabores e ainda mais, com este presente super especial.


Agora preciso ligar para lá e agendar o peeling.

E pensar que tudo isso foi apenas uma terça-feira a noite...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

L'Entrecôte de Paris

Nada como uma folga da cozinha para aproveitar e conhecer novos sabores e encher a cabeça de idéias.

Desde que descobri o L'Entrecôte de Paris estava morrendo de vontade de conhecer.

É um restaurante onde o conceito é ter um único prato. Ao escolher o restaurante o prato já está definido, basta escolher a bebida, o ponto da carne e a sobremesa.

Chegamos ao restaurante por volta das 13h, e estava bem tranquilo. Calmo a ponto de conseguir escolher mesa e poder sentar na varanda com ar condicionado em um ambiente agradabilíssimo. Bem diferente da primeira tentativa que fizemos, quando chegamos tarde e acabamos desistindo por causa da longa espera. Dessa vez estávamos preparados, fizemos reserva e chegamos cedo.

O atendimento foi impecável.

Começaram o serviço com o couvert, alguns tipos de pães e antepastos. O pão de ervas faz valer a pena não dispensar o couvert.

Na sequência chegou a bebida. Uma cerveja Tcheca chamada Czechvar, meio impronunciável, mas muito saborosa. O amargo dela é bem marcante, mas ao mesmo tempo é suave. Não sei descrever, mas sei que vale a pena provar.


Depois nos serviram a salada. Muitas folhas, nozes, tomate e um molho de mostarda dijon com toque picante.


Em seguida o garçom perguntou o ponto da carne e fez uma anotação na mesa que achei bem interessante e evita confusões. Se bem que na nossa mesa não teria briga, todos escolhemos ao ponto, por isso tantos "ps" marcados na toalha.


Enfim o prato. Um suculento entrecôte fatiado, servido com fritas e recoberto com o molho secreto, composto de mais de 21 ingredientes em fina harmonia.

Dava para sentir o sabor de muitos ingredientes e especiarias no molho, mas incrivelmente eles não brigavam entre si, cada um foi muito bem dosado para complementar o outro e criar um sabor único. E deu certo. Concordo com eles, com um prato tão bom assim no cardápio, quem precisa de outros?


E quando tudo caminhava para um almoço agradável e prazeroso onde todos estavam mais do que satisfeitos, chegaram as sobremesas e conseguiram nos encantar e surpreender ainda mais, tanto por suas apresentações delicadas quanto por seus sabores impecáveis.

Uma Torre Eiffel desenhada com canela em cima do mil folhas não encontra-se em qualquer lugar.
Alíás, mil folhas não Mille-Feuilles Eiffel de doce de leite, super crocante e muitíssimo bem recheado. Meu cunhado que o diga...


Eu escolhi o Le Cigar de Café com Baileys. Canudinhos crocantes, recheados de um creme suave de café, com castanhas na ponta e acompanhado de uma dose de Baileys. Incrível, eu sou suspeita para falar porque sou fã desse tipo de doce, mas já provei muitos e nunca um com uma massa tão fina e crocante. Um trabalho muito delicado com lindo resultado.


Minha irmã e minha mãe dividiram um creme brûlée. Confesso que não resisti, e tive que bater com a colher para quebrar um pedaço da casquinha. Creme brûlée dispensa comentários, não?


Fica a sugestão, programe-se, faça reservas, chegue cedo. Isso evita aborrecimentos e espera e o que resta é aproveitar o melhor que um lugar tão charmoso quanto este pode oferecer.

Teria um jeito melhor de terminar um fim de semana?

domingo, 12 de setembro de 2010

Redondas

 

Sábado é dia de pizza.

Então fizemos muitos discos, separamos lavamos, picamos e preparamos muitos ingredientes e um bom molho de tomate e chamamos os amigos para compartilhar tudo isso.

Para a massa dissolva 30g de fermento biológico e 1 colher de chá de açúcar em uma xícara de água morna. Junte uma xícara de farinha e 3/4 de uma xícara de óleo. Misture bem, acrescente 1 colher de chá de sal, 1 colher de sopa de cachaça (a cachaça deixa a massa sequinha e crocante) e alternadamente acrescente mais ou menos 6 xícaras de farinha e duas de água morna, quanto seja necessário para que a massa desgrude das mãos.

Deixe descansar por 30 minutos. Abra discos no tamanho desejado coloque em uma forma adequada e fure a massa com um garfo. Leve ao forno por aproximadamente 15 minutos.

Cada receita é o equivalente a 6 discos grandes aproxidamente.

Depois disso fica fácil, molho de tomate, muitos recheios de sua preferência e forno até ficar torradinha e o queijo bem derretido.

Um bom azeite por cima e algumas taças de vinho e o resultado são muitas pessoas felizes e satisfeitas.


Preparamos as massas no dia anterior e no sábado deixamos para fazer os recheios na hora, assim todos podiam dar palpites e fazer pizzas pela preferência dos convidados. Na verdade meu cunhado montou as pizzas na hora e eu dei muitos palpites com alguma ajuda.

Nossa primeira pizza era de abobrinha e berinjela.


Fatiamos as abobrinhas e as berinjelas e colocamos no grill. Depois colocadas sobre o molho e cobertas de queijo para uma pizza leve e saudável.

Também tivemos entre os ingredientes, bacon torrado, mussarela, presunto, mussarela, tomates fatiados, mussarela, calabresa fatiada, mussarela, peperoni, cebola fatiada, azeitonas picadas, já citei a mussarela? Continuando, ovos cozidos, catupiry, gorgonzola, manjericão, orégano e cogumelos que fritamos com shoyu e azeite antes de colocar nas pizzas e claro, muita mussarela. 


Fizemos diversas combinações, fica difícil saber qual estava melhor.


Como não podemos ficar sem sobremesa alguns ingredientes doces. Maçãs cozidas com açúcar e suco de limão, canela em pó, goiabada, morangos, chocolate meio amargo e ao leite picados.

Para substituir o molho, fizemos um creme com leite condensado e chocolate branco.

Para fazer esse creme leve ao fogo uma lata de leite condensado, a mesma medida de leite com uma colher bem cheia de maizena diluída, uma colher rasa de manteiga e uma colher de chá de essência de baunilha e umas 50g de chocolate branco ralado. estará pronto assim que engrossar.


As pizzas doces fizemos meia maçã com canela, meia romeu e julieta, com a goiabada e o catupiry e uma inteirinha de morangos com chocolate.

Eventos tradicionais, como pizzas em um sábado a noite, pedem gestos tradicionais para acompanhar e portanto, não poderíamos deixar de servir as pizzas nos pratos de feijoada. Tradição exclusiva daqui de casa.


Não tem um motivo especial para isto, mas tradição é assim, a gente faz sem discutir.

Falando em tradição, há algo mais tradicional do que a preguiça profunda depois de comer bem?

sábado, 11 de setembro de 2010

Restaurant Week

Acho que não sou muito boa com metas, as receitas ainda enfeitam minha mesa no formato de pilha que nem ameaça diminuir.

Enfim... desde a semana passada está rolando em São Paulo o Restaurant Week.

Para quem não sabe o que é.
É um evento que acontece em várias partes do mundo e consiste em um preço único por um cardápio que possua entrada, prato principal e sobremesa em restaurantes espalhados pela cidade.

Por ser um preço bem mais acessível do que a maioria dos restaurantes teem fora do evento (R$29,00 almoço, R$39,00 jantar mais 1 real para a Ação Criança) é uma excelente oportunidade de conhecer o ambiente e o cardápio sem gastar absurdamente e ver se vale a pena voltar ao restaurante depois para provar outros pratos.

Infelizmente alguns restaurantes não pegaram bem o espírito da coisa e oferecem como menu do Restaurant Week saladas de alface e tomate, espaguete ao sugo e bola de sorvete de sobremesa. Por isso é sempre legal dar uma espiada nos cardápios e ver os que realmente valem a pena.

Algumas dicas que achei legal, são o Blú Bistrô que logo na entrada já presenteia seus clientes em um prato que leva azeite trufado, e o La Marie que inclui lagosta no jantar.

Agora como qualquer outro evento que acontece em São Paulo, prepare-se também para filas e esperas, principalmente aos fins de semana.

Eu já fui em dois, o Capim Santo e o Paribar.

No Capim Santo fui no domingo do feriado, cheguei cedo e como estava só com minha mãe foi fácil achar uma mesa e não tivemos espera, 1° ponto positivo.

O atendimento foi fantástico, rápido e eficiente. Os pratos muitíssimo bem preparados e saborosos, e tivemos a oportunidade de experimentar tartar de atum e polenta branca.

Pena que nesse dia esqueci a máquina, a apresentação também é muito bem feita.

O cardápio completo de lá tinha de entrada o tartar de atum, ou o tabule de quinua. De prato principal podíamos escolher entre o quibe de berinjela e a polenta branca. De sobremesa, creme de cupuaçu ou pudim de tapioca.

Como estávamos em duas pedimos um de cada e experimentamos tudo. E tudo nos agradou bastante. Inclusive o ambiente do restaurante, que é um capítulo a parte. Muito agradável, muito verde e arejado. Demos uma volta para conhecer e achei incrível o espaço da escola de cozinha lá em cima.

Deu vontade. Já olhei no site os próximos cursos, talvez eu me inscreva em algum. 

Com certeza é um reataurante que volto depois do evento. Já estou marcando de levar minha irmã para conhecer logo mais.

O Paribar deixei para ir no almoço durante a semana. Por ser no centro e perto do trabalho, Marquei um dos famosos almoços golpe com minha irmã.

Acho que muita gente teve a mesma idéia. Mas mesmo assim foi rápido conseguir uma mesa. A sobremesa demorou um pouco para chegar e demorei mais do que gostaria para voltar ao trabalho, recomendo ir com tempo disponível.

Dessa vez lembrei de levar a máquina e tirei umas fotinhos.

A saladinha de entrada do cardápio do Restaurant Week não agrega nada. Uma salada caprese com meia mussarela de búfala e meio tomate cereja com algumas folhinhas verdes. 

Os pratos principais eram ravioli duo de brie ou nhoque de mandioquinha. 

  

Bela apresentação, e as massas eram bem leves.

De sobremesa no cardápio tinha o brownie ou creme de limão siciliano. Mas eles estavam sem o creme, portanto não provei, em compensação o brownie foi a melhor parte do cardápio.

Sensacional, textura e sabor perfeitos e, mais uma vez, ponto para a apresentação.


Preciso aprender a tirar fotos mais rápidas, principalmente dos pratos acompanhados de sorvete.

Até o jantar de amanhã ainda dá tempo de conhecer mais algum restaurante.

Claro, escolhendo bem o cardápio para que valha a pena e possa sempre dizer que adoro São Paulo e seus eventos gastronômicos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ratatouille by Leo

Poucas, muito poucas receitas digitadas. Mas se eu estou desanimada na digitação, pelo menos meu cunhado continua empenhado na atualização do blog.

Nada como trabalho em equipe. ;)

Ratatouille


2010 tem sido um ano bastante cansativo. Muita pressão no trabalho; muitos trabalhos para a faculdade. Neste feriado prolongado de sete de setembro ficarei mergulhado em meu Trabalho de Conclusão de Curso. Por isso, qual foi o combinado? Eu estudo, ela viaja...

Antes disso, porém, porque não uma comidinha leve para curtir um pouquinho antes do feriado? Portanto, resolvi, na última quinta-feira, preparar um ratatouille, que é um prato clássico francês (e muito simples) de vegetais assados.

Tirei a receita do site ( http://www.heavenskitchen.com.br/ ). É um prato muito conveniente, pois pode ser servido tanto quente quanto morno. No meu preparo, substituí os aspargos frescos, muito difíceis de serem encontrados nesta época do ano, por cogumelos paris.

Cortei uma berinjela, uma abobrinha e três tomates em rodelas finas. Fatiei uma porção (dez unidades) de cogumelos paris e embebi em molho shoyo. Reservei.

A seguir, dourei um alho fatiado finamente e uma cebola cortada em meia lua em um pouco de azeite. Depois acrescentei uma lata de tomate pelatti (tomates inteiros sem pele e sementes) e um cubo de caldo de carne (esfarelado manualmente). Deixei reduzir por cerca de dez minutos.

Coloquei o molho em uma travessa e fui deitando as rodelas de vegetais (tomates, abobrinhas e berinjelas) alternadamente, por cor, para dar um visual bem colorido. Depois de cobrir por inteiro o molho, temperei com uma pitada de pimenta calabresa (cuidado para não exagerar!) e sal. Então, espalhei os cogumelos por cima de tudo e reguei generosamente com azeite de oliva. Por fim, cobri a travessa com papel alumínio e levei ao forno médio por 40 minutos.


Enquanto esperava o ratatouille ficar pronto, como entrada, minha esposa fatiou um pouco de queijo brie (após retirar sua capa branca) e serviu com mel, algumas amêndoas torradas e fatias de pão italiano integral. E claro que começamos a degustar um delicioso e muito aromático vinho branco nacional (Salton Volpi) de uva gewustraminer que nos acompanhou até o final da noite!

domingo, 5 de setembro de 2010

Entre metas e risotos

Feriado em casa, aproveitei para começar algo que planejo há tempos, mas nunca crio coragem.

Arrumar as receitas aqui de casa.

Primeiro me escondi atrás de uma pilha de livros precisando de durex e grampos. Depois organizei todas as revistas e por fim, peguei as 486 folhas soltas e as coloquei ao lado do computador para digitá-las.

Sim, eu disse 486 folhas. Se calcularmos uma média de 2 receitas por folha estamos falando de digitar 972 receitas.

E eu me propus a, pelo menos tentar, digitar todas até o fim do mês. O que é mais ou menos o equivalente a quase 40 receitas por dia.

Uma meta bem ao estilo Julie Powell.

Enfim, ainda bem que eu tenho um cunhado MAIOR legal que vai me ajudar na atualização do blog contando suas peripécias culinárias dos últimos tempos.

A primeira receita dele é um risoto, mas vou deixar que ele conte essa história.

Valeu Léo! ;)

Risoto de Calabresa Curada e Manjericão

Em uma destas sextas-feiras, em que a gente quer que chegue logo a hora de ir embora do trabalho para curtir o final de semana, eu e alguns amigos (da empresa) fomos conhecer o NICO Pasta&Basta, que fica no bairro do Ipiranga.

Diga-se de passagem, é um lugar muito romântico para jantar a dois.

Lá comemos o Risoto de Calabresa Curada e Manjericão, que faz parte do Cardápio Executivo. Sensacional!

Neste ano tenho aulas de pós graduação às segundas e terças à noite. Recentemente, logo após uma prova, ganhei uma folga. Então, resolvi preparar o tal risoto para fazer uma surpresa para minha esposa e compartilhar esta iguaria com ela. E o melhor, quebramos um pouco o ritmo um tanto desgastante do dia a dia, já que era uma terça-feira. Cheguei em casa um pouco mais cedo que ela e comecei o preparo.

Para o caldo, usei dois cubos de caldo de carne dissolvidos em um litro de água fervente com alguns galhos de manjericão.

Depois lavei algumas folhas de manjericão e cortei cerca de 150g de lingüiça calabresa curada, (daquelas secas, que ficam penduradas sobre o balcão de padarias famosas como a São Domingos ou a Basilicata) em fatias bem finas. Reservei.

A seguir, dourei uma cebola e um dente de alho, bem picadinhos, em um pouco de azeite na nossa panela de barro, que transfere um sabor especial ao prato. Medi uma xícara de arroz arbóreo (deve ser de boa qualidade, preferencialmente italiano) e coloquei na panela para uma ligeira fritada. Depois, coloquei meia xícara de vinho branco seco. O arroz deve ser mexido até que ele absorva o vinho e solte o amido. Então comecei a regá-lo com o caldo que deve ser mantido em fogo baixo. Uma ou duas conchas de caldo de tempos em tempos, sempre observando a consistência do arroz e experimentando-o para verificar seu ponto de cozimento.

Quando o arroz ficou pronto, finalizei o risoto com uns dois punhados de folha de manjericão, a lingüiça calabresa e cerca de um quarto de xícara de queijo parmesão ralado grosseiramente. Após mexer vale experimentar para corrigir o sal, se necessário.


Ao servir o risoto, pode-se deixar o prato bonito, colocando um galho de manjericão para enfeitar. 


Quando minha esposa chegou, adorou a surpresa. Acompanhamos o prato com o honesto Pinot Noir Alamos, de Catena Zapata, o mais reverenciado produtor da Argentina.

Pena ter que trabalhar no dia seguinte. :)