terça-feira, 30 de novembro de 2010

Loucos por chocolate

by Erika

Nem sempre queremos puxar uma cadeira na cozinha e ficar à vontade. Sabemos que isso pressupõe esquentar o umbiguinho no fogão e acabar com as unhas na pia. Às vezes estamos mais pra uma surpresa gastronômica vinda de outras mãos mágicas que não as nossas.

Morando na cidade de São Paulo e com tantas dicas de blogs nos deixando com água na boca, temos que, de vez em quando, reciclar e comprovar as indicações. Ou, não comprovar e arregaçar as mangas pra executar como estava no nosso imaginário. Foi assim que começaram as histórias que hoje contamos nesse blog, cêis sabem, né?

Então, nesse contexto todo, fui com”provar” o Fondant de Chocolate do Le French Bazar indicado em diversos blogs (dos quais sou leitora assídua) como a 8ª Maravilha do Universo.

Claro que aproveitei pra conhecer outros pratos e tal.

Veredicto: ADOREI.

Ambiente muito legal, destaque para o atendimento que surpreendeu. Além de rápido os garçons foram super simpáticos e autênticos. Passaram a impressão de que realmente conheciam os pratos.


Saladas impecáveis, tanto a de maçã verde com roquefort quanto a de camembert com mel trufado. Tudo fresquinho.


O prato principal foi polvo e lula braseados com purê de maracujá.

Delícia, adorei o gostinho de brasa em frutos do mar, nunca tinha pensado nisso. E o purê muito interessante, bem azedinho.


Pedimos apenas um prato principal, porque o que realmente me interessava era a sobremesa.
Chegou o grande momento – tcharan: tal e qual descreveram: sabor intenso de chocolate, beeemmm cremoso e acompanhado de creme anglaise e calda de frutas vermelhas. Veio morninho, mais acolhedor ainda, numa noite chuvosa (pra variar).


A experiência atendeu as expectativas. EBA!!! Mais subsídios e referências para nossas invencioníces = )))

domingo, 28 de novembro de 2010

Expresso

Nem só de cozimento lento vivem as carnes deste blog. Quando vamos para a cozinha já com fome, vale escolher um prato de preparo rápido e simples. Mas sem com isso perder o sabor e diminuir o prazer de apreciar um bom jantar.

A primeira coisa que fiz, foi colocar o vinho no freezer para ter tempo de ficar na temperatura ideal. Panela com água, sal e óleo no fogo.

Na sequência, fatiei o filé mignon em postas e temperei com sal, azeite e um dente de alho bem picado.

No liquidificador bati uma xícara de vinho Syrah com uma maçã sem casca. E coloquei uma panela no fogo com um pouquinho de azeite para esquentar.

Coloquei os filés para fritar, e enquanto isso coei a mistura de vinho e maçã. 

A água que estava na outra panela começou a ferver, então coloquei o macarrão para cozinhar. Escolhi o macarrão castellane, ele enrola durante o cozimento e fica bem interessante.

Virei os filés e ainda fazendo tudo ao mesmo tempo agora, piquei queijo minas e tomate, e lavei algumas folhinhas de manjericão.

Coloquei a carne em um prato e na mesma panela que fritei os filés, coloquei o vinho com a maçã e mais uma xícara do mesmo vinho, uma colher de cravo da índia em pó, uma pitada de sal e duas colheres de chá de amido de milho, esse é o molho que servi sobre a carne. Deixei lá para reduzir.

Passados 8 minutos, já é hora de tirar o macarrão do fogo e escorrer a água. Em uma panela um pouco de azeite, uma colher de manteiga, o tomate e o queijo picados, coloquei o macarrão cozido, mexi tudo muito bem, desliguei o fogo, acrescentei o manjericão e desliguei o fogo do macarrão e do molho.

Pronto. 


Em meia hora tudo estava pronto. O molho ficou bem forte e saboroso, o que era mesmo a intenção, já que por falta de tempo a carne não foi temperada com antecedência e poderia ficar meio sem graça. O filé ficou rosado no meio e bastante suculento. O macarrão ficou bem simples, mas no ponto exato e vamos combinar que tomate, queijo e manjericão fazem uma combinação leve e perfeita, com sabor de confort food.

Tudo regado ao vinho Malbec Latitud 33, argentino.

Depois que experimentamos esse vinho já repetimos a compra várias vezes. Ele é encorpado, agrada bastante o nosso paladar e combina muito bem com carnes.

Para finalizar a noite uma sobremesa gelada que harmoniza muito bem com todo o calor que fez neste fim de semana. Gelatina de abacaxi.

Essa foi preparada com bastante tempo de antecedência para ter tempo de ficar no ponto, mas não tem o preparo demorado ou complicado.

Comece colocando dois copos de açúcar e seis copos de água junto com um abacaxi picado em uma panela. Deixe ferver por uns 10 minutos.

Coloque nessa mistura 3 pacotes de gelatina de abacaxi, e mexa bem. Desligue o fogo e acrescente uma lata de creme de leite sem soro (para tirar o soro basta deixar no freezer enquanto ferve o abacaxi, aí basta fazer um furinho na lata e escorrer o soro antes de usar).

Tudo misturado, despeje em uma travessa (de preferência de vidro) e leve a geladeira por algumas horas até que fique firme.


Na hora de servir decorei com um morango.

Sobremesa leve e gelada, daquelas de comer de montão. Sendo fácil de fazer é bem legal de ter na geladeira para beliscar depois das refeições, até porque rende bastante.

Sentir-se satisfeito sem perder tempo e ter sobremesa na geladeira pela semana inteira, não dava para ser um jantar mais produtivo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cocoricór

Gostamos mesmo da idéia da galinha caipira, por isso fiquei empolgada quando vi a opção de comprar no mercado.
Tudo bem, pode não ser a autêntica, mas quem precisa de tanto preciosismo? Posso comprar apenas as partes que me interessam e sem ter que encará-la ainda viva.

Uma boa carne e meia garrafa de vinho na geladeira aberta no dia anterior são motivos mais do que suficientes para fazer um evento e um novo post no blog. Então vamos lá.

Tudo sempre começa com uma leve saladinha. Desta vez só folhas e finas fatias de maçã verde. Tempero só de azeite, sal e vinagre.


O vinho foi novamente o Tempranillo Monastério, e dessa vez eu já sabia que ele acentuava os sabores, então nada de folhas amargas na salada ou temperos exóticos.

Comecei a galinha caipira com azeite na panela de pressão, bem quente, coloquei as antecoxas, temperadas só com sal, para fritar. Fritei só a parte de baixo e não a pele, depois explico o porquê. Deixei que estivessem bem fritas, e acrescentei dois dentes de alho inteiros, uma cebola fatiada e uma pimenta dedo de moça inteira também (só tirei a "tampinha" dela). Fritei mais um pouquinho, fiz o deglacê com conhaque, cobri de água e tampei a panela para pegar pressão.

Deixei a carne cozinhar por cerca de 40 minutos. Então tirei as antecoxas e coloquei em uma forma, sobre elas coloquei um pouco de pimenta do reino, reguei com o caldo de uma laranja e deixei duas rodelinhas de laranja na forma para saborizar.

O restante do caldo eu coei e reservei.

Levei a forma ao forno médio, e aí está o porquê de não ter deixado a pele grudar no fundo da panela enquanto fritava tudo no começo do preparo, queria colocá-las no forno e conseguir uma pele bem crocante. Não levei direto ao forno pelo tempo de preparo que seria muito maior, por isso primeiro a pressão e também porque assim consegui um caldo escuro e bem saboroso com o qual eu fiz um risoto para acompanhar a galinha.

Forma no forno, me dediquei ao risoto.

Sempre o básico, uma cebola bem picada, um pouquinho de azeite, coloquei o arroz arbóreo, refoguei coloquei um pouco de vinho branco e depois foi só cozinhar aos poucos utilizando a água do cozimento da galinha. Quando o arroz já estava no ponto, desliguei a panela, acrescentei uma xícara de queijo ralado (usei os que tinha em casa, um pedacinho de brie, um pedacinho de gruyére e completei a xícara com parmesão), uma colher de manteiga e salsa e cebolinha para dar uma colorida.

De vez em quando ia espiar o forno e quando necessário acrescentava um pouquinho mais de caldo, para não deixar secar. Depois de uns 20 minutos de forno acrescentei cenouras rodeladas, um tomate partido em 4 e algumas azeitonas. E só tirei do forno quando a pele estava bem dourada.



A carne ficou suculenta, e desgrudava do osso de tão macia, estava realmente desmanchando na boca, e a pele ficou do jeitinho que eu queria, dourada e crocante. O risoto deu o complemento certo, porque não tinha nenhum tempero que sobressaísse à galinha, e estava na textura perfeita, e lembra daquela pimenta que coloquei no caldo? Então, no risoto ela ficou bem marcante, o que deu um toque bem caliente e interessante.

Para completar a noite, uma torta com cara de bolo e muito abacaxi caramelado, receita que minha mãe achou em uma comunidade do Orkut, testou, gostou e aprovamos:

Ingredientes:

1/4 xícara de margarina
1 1/2 xícara açúcar refinado
3 ovos
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara (chá)  abacaxi batido no liquidificador com o mínimo possível de água
2 colheres (chá) de fermento em pó

Ingredientes da calda:
1 xícara de açúcar refinado
1 abacaxi cortado em rodelas (sem o miolo)

Leve uma panela ao fogo com o açúcar e deixe até formar um caramelo. Coloque numa fôrma e distribua o abacaxi por cima. Reserve.

Na batedeira, bata a margarina, o açúcar e as gemas, até obter um creme. Adicione a seguir a farinha de trigo, o abacaxi batido e bata bem. Acrescente o fermento e por último, misture as claras previamente batidas em ponto de neve. Despeje por cima do abacaxi e leve ao forno (180ºC). Espere amornar e desenforme.


Fica maravilhoso, bem úmido, com o azedinho do abacaxi quebrando o doce do bolo, sem falar da apresentação. Ficou parecendo repleto de flores porque ela colocou uma ameixa sem caroço no lugar do miolo de cada fatia de abacaxi.

Nosso jantar ficou bem com cara de sítio mesmo, salada de folhas, galinha caipira e para finalizar o bolo quente, recém saído do forno que perfumou a casa toda até o dia seguinte.

Eita jantarzim prá lá de bão! Uai!

sábado, 20 de novembro de 2010

Não me interessa se ela é coroa...

Há tempos minha mãe fala de tirar duas panelas de ferro de minha bisavó do buraco negro localizado na parte de cima do armário da cozinha, bloqueado pela geladeira e longe do alcance de qualquer braço.

No último fim de semana, criei vergonha na cara, peguei a escada, empurrei a geladeira e fui à caça das tais panelas. Pobrezinhas, estavam em um estado lastimável, com muita ferrugem e pó.

Depois de um tratamento de primeira, com direito a banho de sol, lavagem, queima com óleo e tudo o que uma panela precisa em um longo dia de revitalização, ela estava pronta para o trabalho.

E já que é para usar a panela, resolvi abusar e fazer uma carne de panela com abóbora com cozimento lento, e deixá-la no fogo por mais de 3 horas para poder analisar toda a sua ação no preparo.

Chega de história e vamos às receitas.

Cardápio:
Entrada: Salada de chicória com pedacinhos de melão e tomates sweet com molho emulsificado de vinagre balsâmico de framboesa e azeite
Prato Principal: Carne de panela com abóbora
Acompanhamento: Batatas douradas no azeite (e pão bem fresquinho para limpar o prato)
Sobremesa: Bananas flambadas

Para a salada não tem segredo, umas folhinhas de chicória bem lavadas, pedacinhos miúdos de melão, tomates sweet partidos ao meio.

No processador bati uma porção de vinagre balsâmico de framboesa para duas porções de azeite extra virgem, sal e salsinha. Bati bastante até que ficasse um molho espesso para servir sobre a salada.



O vinho que escolhemos para acompanhar foi o Tempranillo Monasterio. O vinho é ótimo, e com a carne ficou maravilhoso, mas com a salada não deu muito certo não. A impressão que tive é que este vinho intensifica os sabores mais marcantes do prato, ou seja, acentuou demais o amargo do chicória, o que não foi nada legal, mas para os temperos da carne foi espetacular.

Já fiz a propaganda, então já posso falar como fiz.

Usei contra-filé em cubos médios. Em uma travessa coloquei a carne, uma cebola fatiada finamente, dois dentes de alho picados, sal e azeite. Bastante azeite. Se eu tivesse tempo teria colocado vinho e deixado marinar por muitas horas, mas como era para preparo imediato não coloquei nada, deixei o tempero bem seco para conseguir fritar bastante a carne sem que soltasse muita água.

Na panela de ferro coloquei bacon em pedaços bem pequenos e um fio de azeite. Fritei bem e só então coloquei os pedaços de carne. Deixei fritar e fritar, depois que a carne já estava muito bem frita acrescentei a cebola e o alho e deixei fritar mais. Um tomate sem pele e sem semente bem picado também foi para a panela. E continuei fritando, até que as cebolas estivessem bem escuras.

Nessa hora quando o tempero começa a grudar no fundo da panela, acrescentei um cálice de vinho do porto e fiz o deglacê. Depois do vinho evaporar cobri a carne com água fervente e deixei a panela trabalhar em paz, mexendo de vez em quando e adicionando mais água quando necessário. O caldo ficou bem escuro e com sabor bem intenso.

A carne cozinhou por aproximadamente 2 horas, até que estivesse desmanchando com o garfo e foi então que acrescentei pedaços de abóbora. Deixei as abóboras cozinharem por cerca de 25 minutos, para finalizar acrescentei uma colher de chá de manteiga para dar uma aveludada ao molho e salsa e cebolinha já com o fogo desligado. Pronto.

Para acompanhar a carne fervi algumas batatas rodeladas por cinco minutos com um pouco de sal e depois passei no azeite até que ficassem douradas. E claro, pãozinho bem fresquinho para limpar o prato e não ter desperdício. 


A carne ficou bem molinha, o molho ficou denso, os sabores ficaram bem marcantes e intensos. Mesmo sem ter inventado muito nos temperos ficou com aquele gostinho de comida caseira do interior super especial. Definitivamente, panela velha é que faz comida boa.

Para encerrar a noite, um cálice de vinho do porto para acompanhar bananas flambadas.

Fiz uma calda com açúcar mascavo, um toque de noz moscada e meia canela em pau. Cozinhei as bananas em fatias rapidamente e depois um cálice de conhaque e fogo.


E claro, tudo fica mais gostoso quando servido do lado de uma bola de sorvete.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Brazuca

Recentemente minha mãe e algumas amigas reencontraram uma amiga da época de adolescência que procuravam há tempos. E nada melhor para colocar 30 anos de conversa em dia do que um domingo em torno da mesa.
Convidamos as meninas para reunirem-se aqui em casa enquanto eu e minha irmã fomos para a cozinha ao som de muito burburinho e risadas vindas da sala. Esse foi apenas um dos temperos deste almoço.

Optamos fazer algo que sabemos ser unanimidade: feijoada. Mas pensando nas artérias e na disposição de todas depois do almoço, tudo foi muito light.

Acompanhamentos tradicionalíssimos, arroz, farofa, couve e laranjas cortadas.
O trabalho pesado ficou com minha irmã, e eu fiquei com os acompanhamentos. A começar pela farofa.

Uma cebola picada, linguiça picada, costelinha de porco defumada também picada. Fritei bastante com um fio de azeite. Acrescentei uma colher de manteiga e depois farinha de mandioca. Para finalizar e dar uma cor, salsa e cebolinha.


A couve foi refogada em azeite e alho, com um pouquinho de sal. Bem tradicional mesmo, assim como o arroz branco.

Agora o prato principal.

Tudo começou uns dois dias antes, quando minha mãe comprou costelinha defumada, lombo salgado e liguiças e começou a dessalgar o lombo e a costelinha.

No domingo, o primeiro passo da minha irmã foi em uma panela de pressão cozinhar a costelinha e o lombo, com uma folhinha de louro. Tudo teve que ser bem no passo a passo mesmo, porque só utilizamos uma panela de pressão. As carnes estavam bem sequinhas, quase nada de gordura.


Depois de cozidas, cerca de 25 minutos, ela tirou as carnes e boa parte do caldo e reservou.

Próxímo passo, colocou as linguiças até fritar, acrescentou o feijão preto, mais uma folha de louro e cobriu com água e um pouco do caldo em que previamente cozinhara as costelinhas e o lombo.

Pressão por mais uns 25 minutos, ou até que o feijão esteja  cozido.


Agora em outra panela refogou em azeite, cebola e alho, colocou o feijão e as carnes tudo misturado para que apurassem bem, às vezes tendo que acrescentar um pouco de água para que não secasse.
Aliás, teve que dividir em duas panelas por causa da quantidade.

Nesse ponto, depois de apurar por um tempo já, ela tirou uma concha do caldo e misturou com uma pimentinha bem picada e mais um pouquinho de azeite. Esse molhinho deu um toque bem caliente à feijoada.

E quando o caldo já estava bem grosso tirou do fogo e separou, carnes em uma travessa, feijão em outra. Acompanhamentos prontos e mesa posta, hora de chamar as convidadas e receber os elogios.


Conseguimos o objetivo, ficou saborosa, suculenta, mas bastante leve, o que permitiu que a empolgação do encontro e as risadas continuassem após o almoço.

Tudo foi harmonizado com cerveja para umas, coca-cola para outras, e histórias para todas.

Como um domingo é pouco para tanta história acho que já vou começar a preparar o cardápio do próximo encontro, que com certeza será em breve. E como sempre, será um prazer recebê-las aqui em casa com um almoço especial.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Macarrão em flor


Como disse em um post anterior, resolvi abusar das alcachofras enquanto a primavera me permitir.

Dessa vez em uma receita simples, leve e de sabor incrível.

Cozinhei as alcachofras na pressão por 10 minutos. E macarrão linguine por 8 minutos para ficar al dente.

O segredo está no molho.

Azeite na frigideira fazendo aquela música que indica que está bem quente. Uma cebola picada, um dente de alho (mais uma vez cozinhei o alho junto com a alcachofra e usei só a pasta dele no tempero).

Depois de refogar acrescentei o miolo das alcachofras picado em 4 partes e tomates sweet partidos na metade, umas folhinhas de manjericão, sal e está pronto.

Misturar o macarrão com o tempero.

A graça ficou para a montagem do prato, onde usei as folhas da alcachofra para fazer um contorno ao macarrão formando uma imensa flor.

E claro, nada de esquecer o queijo ralado para acompanhar porque afinal queijo ralado está para macarrão assim como o manjericão para o tomate e o azeite para a alcachofra.

Resumindo, várias combinações perfeitas formando um prato único.
Poderia ser melhor?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Persistência

Recentemente mandei um vídeo para o programa Que Marravilha, através do blog Rainhas do Lar.

Aproveitei a oportunidade já que precisava de ajuda para aprender a fazer um suflê decente, tendo em vista que todas as tentativas anteriores foram bastante frustrantes.

No vídeo contei para o Claude do meu trauma por não acertar nem os doces nem os salgados e falei que precisava muito da ajuda dele para superar e finalmente conseguir tirar do forno um suflê alto, bonito e que não afundasse depois de poucos segundos.

Como meu vídeo não foi selecionado, decidi criar coragem e encarar meus traumas. Ou seja, pesquisei mais um milhão de receitas na internet, peguei algumas dicas no livro 400g. E fui para a cozinha para mais uma tentativa.

De garantia minha mãe fez um risoto de tomate seco com abóbora.

Para o risoto sempre o mesmo preparo básico, refoga, arroz arbóreo, vinho branco, acrescentou tomate seco picado, caldo de legumes para o cozimento.

Quando o arroz já estava cozido ela acrescentou a abóbora.

Lembra da abóbora com azeite no forno que aprendemos no Atelier Gourmand? Então, minha mãe fez no dia anterior e utilizou no risoto fazendo um reaproveitamento básico.

Um pouquinho de queijo, uma colher de manteiga, salsa e cebolinha e o risoto estava pronto e espetacular. Textura bem aveludada, cremoso, vários sabores suaves mas que explodiam na boca.



Já garantidas, fui fazer o suflê. Prestando atenção a cada detalhe para não cometer os mesmos erros das tentativas anteriores.

Primeiro passo, fazer a base do suflê.

Primeira dica importante é que a base tem que ser consistente, portanto o molho bechamel tem que ficar não só liso, mas denso, eu usei 2 colheres de manteiga, 2 colheres e meia de farinha de trigo bem generosas e duas xícaras de leite.

Segunda dica, esperar o bechamel esfriar um pouco antes de acrescentar 2 gemas. Colocar a primeira, mexer bem e só depois acrescentar a segunda.

Tudo devidamente misturado, acrescentei uma xícara bem cheia de queijo gruyére ralado e meia xícara de queijo brie em pedaços pequenos.

Terceira dica, bater as claras em neve com uma pitada de sal. Bati 3, assim que ficaram em ponto de neve tirei da batedeira e incorporei à base de maneira delicada. Não esqueça as claras na batedeira, não deve bater muito para que o suflê consiga ficar bem aerado.

Colocar em ramequins untados (no meu caso umas cumbuquinhas que exercem a mesma função, já que não tenho ramequins) com manteiga e farinha de rosca, um pouco de queijo ralado por cima e levar ao forno pré aquecido à 150º.

Não é que deu certo?


  
Cresceu de cair das forminhas, tanto que nem acreditei. Deixei no forno sem pressa de tirar, para que cozinhasse direito, demorou mais ou menos uns 45 minutos.

Tirei do forno, bati fotos, coloquei no prato, esperei minha mãe acabar o risoto, e lá estava ele, firme e forte, sem a menor intenção de murchar.

Quando cansei de admirá-lo, provei, e estava tão bom quanto a minha melhor expectativa. Bastante aerado, quase como a consistência de uma mousse salgada, de fazer barulho a cada mordida.

Fantástico e impressionante. Pelo menos eu fiquei impressionada com o resultado.

Agora me animei, e quero fazer um teste com alguam receita de suflê doce. Me animei mais, a ponto de querer fazer a noite do suflê aqui em casa.

Quanto ao Claude e ao programa Que Marravilha, ainda quero participar e óbvio que as dicas e receitas dele serão sempre muito bem vindas, além do próprio Claude, claro.

Mas agora sem a necessidade de dicas específicas para suflês. Afinal desse trauma eu já me curei.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Atelier Gourmand

Desde que decidi assumir minha paixão por gastronomia venho me aprofundando no assunto. Buscando aprender técnicas, conhecer novos ingredientes, temperos e sabores, fazer muitos testes e lugares e claro, relatando cada experiência aqui no blog.


E já que estou aprendendo o b a ba da gastronomia achei que seria interessante assistir uma aula de culinária para conhecer a didática e pegar muitas dicas.

Me inscrevi na aula-almoço do Atelier Gourmand. Para quem nunca fez aulas é um excelente começo, por ter um perfil bem de escola mesmo, onde a professora-chef faz demonstrações e dá dicas e explanações sobre o modo de fazer, os alunos fazem anotações, analisam resultados e depois vão para casa estudar a matéria fazendo suas próprias experiências, com a vantagem de não ter a prova final. Rápido e indolor, não requer prática nem tão pouco habilidade e ainda pode-se vivenciar um clima agradável e uma refeição completa preparada com cuidado.

Escolhi o cardápio, liguei, confirmei presença e fui com minha mãe atrás dessa nova experiência.

O Atelier Gourmand é uma casinha discreta na Bela Cintra. Chegamos cedo, quase uma hora antes, graças a uma pequena confusão que fiz com o horário da aula. Tenho que prestar mais atenção a horários e caminhos, essas pequenas confusões andam muito recorrentes.

No horário certo, sem atrasos, a chef Camila Taquari veio nos chamar. Havia um total de 12 pessoas para a aula.

Quando entramos na cozinha a mesa estava posta e a entrada servida. Nos serviram o vinho e já podíamos provar enquanto a chef explicava com muita simpatia todos os pormenores e dava muitas dicas para o preparo do prato.

Era uma deliciosa salada de folhas de rúcula, com brusqueta de pão italiano coberta por berinjela, bresaola e mussarela de búfala, tudo regado com um delicioso molho feito de vinagre balsâmico de framboesa reduzido com caramelo de açúcar mascavo.


Logo na entrada já duas coisas me impressionaram, a bresaola e o molho.

A bresaola é um presunto de carne bovina seca muito magra, tipicamente italiana, suave e saborosa. E o molho da salada feito com caramelo de açúcar mascavo ficou extraordinário. O doce do caramelo quebra a acidez do vinagre que quebra o doce do caramelo, ou seja, sabores complementares que deixam uma simples salada com um toque sofisticado e surpreendente.

Na sequência, e sem perder tempo, a chef começou a demonstrar e explicar o prato principal. Assim como a salada era bastante simples, mas com várias sugestões de como tornar uma refeição comum em uma grande celebração à gastronomia.

Consistia em peito de frango recheado com espinafre acompanhado de abóbora.


A chef ensinou desde a melhor maneira para fazer o corte e facilitar o momento de rechear o frango até algumas dicas sobre o uso do estragão e da noz moscada.

O que me impressionou dessa vez foram as abóboras. Da mesma maneira que costumo fazer batatinhas aqui em casa, em uma grande forma com uma dose generosa de azeite e um pouco de sal grosso. Muito melhor do que batata, porque a abóbora é muito mais saborosa e com textura mais aveludada, além de seu leve adocicado que presenteia o paladar com várias nuances em um mesmo prato.

Quanto ao frango achei um pouco seco, talvez fosse necessário um pouco mais da mistura de conhaque e manteiga sobre ele, mas adorei a maneira de amarrar o barbante. Além de prender o recheio a chef enrolou de uma maneira que eles ficavam com o aspecto de uma "trouxinha" de frango depois de prontos, o que deixou a apresentação mais delicada.

O toque de noz moscada ao recheio também foi fundamental para agregar mais uma nuance ao todo.

Para finalizar, brownie de chocolate branco com maracujá.

Brownie de chocolate branco é algo bastante inusitado e em um primeiro momento a impressão de todos é que deve ficar com um sabor muito doce e talvez até um pouco enjoado, mas é aí que entra o maracujá. O azedinho do maracujá quebra o excesso de doce do chocolate branco e o resultado é um brownie com gostinho de bolo da casa da vovó.


Ele fica menos úmido do que o brownie tradicional, o sabor não é tão marcante e dispensa o sorvete de acompanhamento. Tudo bem que tudo com sorvete fica mais gostoso, mas neste caso ele fica com o gosto de bolo caseiro recém saído do forno tão intenso que com um café para acompanhar faz a chave de ouro da refeição.

O segredo é não compará-lo com o brownie de chocolate amargo e apreciá-lo sem preconceitos para perceber a delicadeza de seu sabor e colocá-lo na lista de doces preferidos.

Saimos de lá satisfeitas, tanto pela refeição, quanto pela aula. E o principal, com a cabeça recheada de novas idéias.

Tem coisa melhor do que experiências e sabores novos compartilhados com pessoas especiais?