segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Insônia

A madrugada é o meu lugar preferido. Preferido para ler, asssitir, jogar, ter ideias, organizar o guarda-roupa, o quarto, a cabeça, a vida... e em meio a tanta produtividade notívaga é claro que em algum momento a fome bate.

Eis que surge a oportunidade de protagonizar a clássica cena de caminhar na ponta dos pés para assaltar a geladeira. Não se engane achando que por culpa do avançado das horas a opção será por algo leve e de fácil digestão. Não! Normalmente este momento é permeado por pacotes de batatinha, salgadinhos de milho, macarrão instantâneo ou qualquer outro prazer cheio de sódio e gordura que seria quase "proibido" aos olhos alheios.

Claro que a preferência é sempre por algo rápido, já pronto, que permita uma volta rápida ao reduto anterior, mas às vezes a vontade é de provar algo mais elaborado, preparado a meia luz, acompanhado de uma taça de vinho do porto... aliás, vinho do porto de madrugada já é quase uma tradição por aqui...

Obviamente qualquer receita na calada da noite impede o uso de batedeira, liquidificador, mixer, processador e qualquer utensílio barulhento que estragaria completamente o sigilo da empreitada. Mas fogão e panelas estão liberados, desde que manipulados com cuidado.

Hora de colocar Frank Sinatra (no fone de ouvido) e deixar a inspiração tomar conta da cozinha.

Uma panela pequena para começar, derreta uma colher (de chá, a porção é individual) de manteiga com sal, junte 1 colher (chá) de farinha de trigo e misture rapidamente, incorpore lentamente 1/4 xícara de leite em temperatura ambiente, mexa sempre, para que não empelote, e deixe ferver até engrossar. Quando chegar no ponto desejado acrescente noz moscada ralada e uma pequena porção de queijo gorgonzola, basta derreter para desligar o fogo. Reserve.

Faça algumas torradinhas com azeite em uma chapa de ferro ou grill, utilizei nesta versão uma pequena broa de milho, mas vale qualquer pão.

Aqueça 3 cm de água com uma colher (chá) de vinagre, quando ferver abaixe o fogo para que não levante bolhas da fervura e quebre delicadamente um ovo na água. Cronometre 4 minutos e 30 segundos, é importante não fazer movimentos bruscos para que a clara não se espalhe, mexa o mínimo possível, somente na intenção de juntar o ovo e fazer com que fique o mais próximo de uma bolinha de clara com uma gema escondida. Retire o ovo com uma escumadeira e é hora de juntar todos os elementos do prato.

O ovo, um pouco de sal, sobre o ovo o creme bechamel com gorgonzola e as torradinhas ao lado.

Ovo poché com bechamel de gorgonzola

Gema mole dispensa maiores explicações. Quebrar a gema e deixá-la encontrar-se com o creme de gorgonzola para lambuzar as torradinhas nesta mistura é um verdadeiro deleite. De fazer correr para os braços do Senhor das Areias com um sorriso nos lábios, pronta para ser embalada por deliciosos sonhos...

Óbvio que para as pessoas normais, esta pode ser uma receita para começar o dia com muita energia. Já para os nem tão normais... 

Só posso concluir que quando o mundo dormir e o estômago roncar, ovo poché é o que há.

 pronta para ser embalada por deliciosos sonhos...


Ingredientes
Ovo poché com bechamel de gorgonzola:

1 colher (chá) de manteiga com sal
1 colher (chá) de farinha de trigo
1/4 xícara de leite
15 g de queijo gorgonzola
1 ovo
1 colher (chá) de vinagre
1 pãozinho para fazer torradinhas
noz moscada e sal a gosto

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Yes! Nós temos pizza

Podemos não ter praia, podemos não ter água, mas com certeza uma coisa sempre haverá em São Paulo: pizza!

Temos mais de 5 mil pizzarias, e enquanto escrevo este texto é bem provavél que mais meia dúzia esteja em via de ser inaugurada pelas ruas da cidade. Consumimos mais de 800 mil pizzas por dia, isso mesmo, POR DIA!

Pra gostar de pizza assim, só mesmo em São Paulo. E, embora haja controvérsias, não existe horário para o seu consumo (recentemente fiquei sabendo através de um amigo carioca que paulistanos só comem pizza a noite... para mim, paulistana de raiz, foi curioso descobrir esta regra que nasceu para ser quebrada).

Claro que a noite a pizza ganha um ar todo especial e as entregas começam a acontecer, mas é importante sempre ter um pedaço para a manhã seguinte, pizza no café da manhã é perfeito para começar o dia. No almoço? Pode ser também, cai muito bem em praças de alimentação ou as feitas em casa com aquele toque personalizado.

E é sobre uma dessas pizzas caseiras com toque personalizado que se trata este post. A receita da massa não tem nenhuma novidade, é a mesma que temos no post Redondas. Mas para quem não é adepto de colocar a mão na massa, existem inúmeras opções prontas no mercado. Prefira as mais finas.

Massa pronta, pré assada hora de combinar os ingredientes. O molho é muito importante. Gosto de bater no mixer 4 tomates sem pele, 1 cebola e 1 dente de alho pequeno com sal e azeite. Depois de bem batido, fogo para apurar um pouco e quebrar o sabor mais forte do alho (entre 20 e 30 minutos são muito mais do que suficientes). Quantidade para 4 pizzas grandes.

Sobre a massa o molho, sobre o molho o recheio... fatias de presunto cru, o bastante para cobrir a massa, alho poró em finas fatias, uvas sem caroço partidas ao meio, muçarela de búfala ralada, orégano e azeite para finalizar. Forno médio por 15 minutos (até que a massa esteja dourada e a muçarela bem derretida). Pronto para servir.

pizza de presunto cru com alho  poró e uva

Delícia!

O presunto cru fica bem equilibrado com o adocicado da uva e o alho poró confere personalidade à mistura de ingredientes.

Sabores que me fazem acreditar que quando tudo acaba em pizza é porque acaba muito bem... aliás parece que foi com esse sentido que nasceu a expressão em meados da década de 50... pena que hoje seu significado não seja tão bom quanto comer uma pizza.

Ingredientes
Molho:
4 tomates sem pele
1 cebola
1 dente de alho pequeno
sal e azeite a gosto

Recheio:
10 fatias de presunto cru
1/2 maço de alho poró
7 uvas
50 g de muçarela de búfala
orégano e azeite a gosto

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Alegria, alegria

Pois é, só mesmo em países de clima Tropical para em pleno inverno termos dias preguiçosos de muito sol e calor.

Quem acompanha o blog sabe que eu não sou lá muito fã deste clima quente, mas se é ele o responsável pelas frutas tropicais, então não pode ser assim tão ruim quanto eu gosto de pintar.

As frutas tropicais tem um quê de especial. São suculentas, coloridas, exóticas... verdadeiras obras de arte. Mas como foco é importante, vou falar de uma em particular.

Trazida pelos portugueses veio lá da Índia e por similaridades com o clima não foi difícil se adaptar ao solo brasileiro e tornar-se quase um símbolo de nosso tropicalismo, a nossa querida verde rosa: a manga.

Muito mais do que uma bela inspiração para o samba, a manga é também uma fruta cheia de virtudes. Composta por muito potássio, magnésio, ferro, antioxidantes e fibras solúveis auxilia no bom funcionamento das artérias, baixa o colesterol, ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, evita degeneração das células, possui potencial anticâncer e ainda pode conter vitamina A, B e C.

Tudo isso é muito bom, mas o que interessa mesmo, é saber que seu sabor é delicioso e pode ser utilizada para as mais diversas preparações (sucos, saladas, sorvetes, chutney e variadas sobremesas, como, por exemplo, a mousse de manga que é a receita deste post).

Bata no liquidifcador 1 vidro de leite de coco e 2 mangas picadas. A esta mistura, acrescente 1 xícara de creme de leite batido em ponto de chantily. Delicadamente incorpore 3 claras batidas em neve com uma pitada de sal e 2 colheres de açúcar.

Coloque em pequenas taças para deixar a apresentação bonita (e dificultar a foto) e leve à geladeira por cerca de 4 horas.

Polvilhe um pouco de coco ralado sobre a mousse para decorar.

mousse de manga com coco, digna de ser apreciada com calma

Deixe o lenço e o documento de lado e aprecie esta cremosa mousse com toda a calma que merece...

Por que não?

Ingredientes
Mousse de manga com coco:
1 vidro de leite de coco
2 mangas maduras
1 xícara de creme de leite fresco
3 claras
1 pitada de sal
2 colheres de açúcar
Coco ralado para polvilhar

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Riso solto

Orzo, kritharaki, arroz italiano, ou (o meu preferido) risone, nada mais é do que um macarrão com formato de arroz.

Muito versátil, o risone pode ser utilizado para diversos pratos. Como sopas, risotos e, claro, com qualquer molho de sua preferência.

Macarrão cheio de graça que deixa mais do que explicado a minha preferência pelo nome que começa com "riso".  Afinal, uma boa refeição conforta, relaxa e melhora o humor de qualquer ser humano.

E se o prato é rico em felizes carboidratos combinados com molho, não há como resistir e segurar o sorriso que surge a cada garfada.

Tudo pronto para misturar ingredientes e começar o preparo de um provável novo clássico da gastronomia ítalo-brasileira (pretensão pouca é bobagem...).

Cozinhe a carne seca dessalgada e limpa de gordura em panela de pressão, coberta de água e com um pouco de azeite, por aproximadamente 45 minutos.

Desfie a carne e reserve. Coloque aproximadamente 2 xícaras da água do cozimento em uma travessa na geladeira. Quando estiver bem gelada a gordura terá solidificado na parte superior, retire com uma colher e descarte, utilizaremos apenas o caldo.

Em uma panela aqueça aquela costumeira e generosa quantia de azeite. Refogue, até murchar, 1 talo de alho poró em finas fatias. Adicione 2 tomates sem pele picados em pequenos cubos, mexa bem, acrescente a água do cozimento e deixe ferver. 

Ferveu, acrescente a carne seca desfiada e espere até que seque todo o caldo. Adicione queijo coalho ralado (o equivalente a 3 espetos). Mexa até incorporar, finalize com 350 ml de creme de leite fresco, salsa e cebolinha à vontade...

Molho pronto, hora de cozinhar o risone. Muita água salgada fervendo, coloque o macarrão para cozinhar até que esteja al dente, escorra e passe em azeite para que fique soltinho, soltinho.

risone com molho de carne seca e queijo coalho

Para acompanhar, uma salada que cai muito bem em dias mais frios: couve com abóbora assada.

Abóbora em pedaços dispostos sobre uma forma, temperada com sal, azeite e tomilho. Forno médio por aproximadamente 40 minutos (ou até que as abóboras estejam macias). Na metade do tempo vire as abóboras na forma. Reserve.

Panela com água fervente, desligue o fogo, acrescente 1 maço de couve fatiada, espere 2 minutos, escorra e passe em água fria. Tempere com azeite, sal e limão.

Agregando cor à salada, tomates sweet partidos ao meio, e o toque de delicadeza fica por conta de uma ou outra bolinha de muçarela de búfala. 

Agora é só deixar tudo junto e misturado, ou fazer alguma graça para conseguir uma apresentação mais sofisticada.

salada de couve e abóbora assada

Embora os ingredientes não sejam nada leves (creme de leite, carne seca, queijo coalho...) a combinação de sabores ficou bastante delicada e harmoniosa. A salada ficou surpreendente, o crocante da couve, a maciez do queijo e da abóbora, a acidez do limão, a doçura do tomate, tudo bem equilibrado tornando este um prato rico em sabor.

Fiquei rindo à toa, não que a vida esteja assim tão boa, mas um risone ajuda a melhorar... e melhora ainda mais se for com carne seca e queijo coalho. 


Ingredientes
Macarrão de dois:
500 g de risoni (ou outro macarrão de sua preferência)
2 pacotes de carne seca
1 talo de alho poró
2 tomates
3 espetos de queijo coalho
350 ml de creme de leite fresco
azeite, salsa e cebolinha à vontade...

Salada de couve e abóbora:
1 maço de couve
1/2 abóbora cabotiá
15 tomates sweet
5 bolinhas de muçarela de búfala
tomilho, azeite e sal