terça-feira, 9 de agosto de 2011

Hoje vai ter uma festa...

... bolo e guaraná muito doce pra você!

Pois é, com felicidade e amor no coração, resolvi comemorar em grande estilo a minha chegada aos 30!

Sem crises e com a intenção de receber os amigos com muita animação. Se o objetivo é animação, nada melhor do que resgatar a criança interior de cada convidado em uma viagem de volta à infância. O tema neste caso foi a década de 80, ou seja, a década da infância da aniversariante aqui. E por acaso alguém conhece uma década mais infantil e animada? É isso aí, hora de festejar e os amigos receber.

Dos anos 80 lembro da quantidade de anúncios de brinquedos na TV, uma infinidade de desenhos animados, brincadeiras e shows infantis com muitas músicas. Esta geração teve muita coisa voltada para as crianças. E mesmo os adultos da época não tinham nenhum preconceito em vestir muitas cores e demonstrar seu bom humor. Me parece que havia uma certa leveza no ar.

Fomos a última geração a ter que inventar nossas próprias brincadeiras e nos divertíamos muito com bonecas que não falavam e carrinhos que andavam somente ao serem empurrados. Pulamos de pogobol e ficamos horas tentando deixar cada lado do cubo mágico de uma mesma cor.

Ao mesmo tempo, participamos do início de todas as mudanças tecnológicas. Conhecemos o telefone de disco, os orelhões de ficha, o Atari, o PC 386, celulares gigantes presos ao cinto como sinal de status, patins de rodas paralelas e vitrolas e hoje acompanhamos sem dificuldades os Playstations, Wiis, tablets, smartphones e baixamos muitas músicas na internet. Ensinamos nossos pais a mexer no video cassete, no dvd e no blu ray...

Aiai... Bom, foi um pouco de tudo isso que quis resgatar. Fazer com que cada um puxasse pela memória o que era mais representativo em sua infância. Então coloquei o disco na vitrola (...banho de lua, nós dois. Oh! Cupido, só um carinho e depois ficar contigo, mas tem alguém espionando no sofá...) e comecei uma intensa pesquisa nas fotos guardadas em uma caixa escondida no guarda-roupa. Tentei pensar em cada detalhe e para isso contei com a ajuda claro, da minha mãe, irmã e cunhado, que sempre me acompanham e apoiam nas minhas idéias malucas.

Ah! Tantas coisas. E as festas de aniversário eram um capítulo à parte. A começar pelo tema, e claro, pelo cardápio.

O tema escolhido foi... Homem Aranha! É gente, sou fã do Spider e mesmo com alguns críticos me dizendo ser tema de festa de menininho, não pude evitar. Nenhum outro personagem se encaixaria melhor na festa de uma menininha que tem uma parte de seu guarda-roupa destinada a uma pilha de HQ's (em sua maioria justo do amigão da vizinhança). E vamos combinar que essa história de coisas de menininhos e coisas de menininhas só aumentam a distância entre os gêneros e cada um tem mesmo é o direito de gostar do que quiser, afinal, não é isto que define nada.


Enfim, mas aqui o que importa mesmo para a gente é o cardápio, que como tudo nos anos 80 era também bastante exagerado. O importante é a variedade e escolher coisinhas bastante substanciosas. Nada de micro salgadinhos ou canapezinhos, o bom mesmo são os sanduíches de carne louca e paté de atum, esfihas caseiras, barquinhas de palmito e espetinhos de picles e salsichas enfiados em um repolho. Tudo para se fartar.

A receita das esfihas é a mesma desse post aqui a única coisa que mudou foi o recheio. Dessa vez ficamos com o autêntico recheio de carne.

Tempere aproximadamente 1kg de carne moída (recheio suficiente para a massa feita com 1kg de farinha). Coloque o suco de 1 limão, 1 cebola grande e 2 dentes de alho picados bem miudinhos, 1 pimenta vermelha também picada (sem sementes), 1 generoso maço de hortelã, azeite e sal.

Recheie as esfihas com a carne crua, ela irá cozinhar junto com a massa.


Outra coisa bastante tradicional, mas que confesso ter dado um pouco de briga aqui em casa, foram as barquinhas recheadas. Lembra aquele papo de trauma? Então, a minha lembrança desse petisco não era das melhores não. Aquelas barquinhas murchas e úmidas com um recheio cheio de cebola, tomate, milho, ervilha e tudo mais que a mãe da gente tivesse na despensa na hora de preparar e não necessariamente ingredientes que combinassem entre si.

Mas, depois da minha mãe muito insistir e chegarmos ao acordo de que não rechearíamos previamente para que não murchasse, aí sim as barquinhas navegaram livremente pela festa. Cada um colocando a quantidade de tripulação que bem lhe conviesse e sentindo a crocância a cada mordida.

Ah! E o recheio também foi dos mais caprichados. Primeiro aqueça azeite em uma panela e acrescente 1 cebola picada, deixe dourar, coloque 2 dentes de alho picados e 4 tomates sem pele. Deixe refogar com paciência. Adicione um vidro de palmito bem picado, 1 lata de milho, azeitonas pretas picadas, 1 pimenta vermelha (sem sementes), sal e deixe apurar. Para finalizar acrescente um ovo cozido em pedaços pequenos, 3 generosas colheres (sopa) de requeijão, salsa e cebolinha.


Cremoso e bem temperado, nem lembrei de nenhum trauma ao devorar várias embarcações.

Já uma coisa que eu nunca tive trauma nenhum, é de carne louca. Isso sim é algo a se comer, comer. Comer, comer, é o melhor para poder crescer!

Tempere uma peça de cerca de 1kg de paleta com sal, pimenta do reino e azeite. Em uma panela de pressão deixe a carne fritar em bastante azeite junto com dois dentes de alho inteiros. Quando já estiver bem dourada, acrescente uma dose de conhaque e flambe a carne. Cubra com água fervente e tampe a panela. Após pegar pressão conte 1hora.

Tem que ficar bem molinha mesmo, porque depois de tirar da pressão, deve-se desfiar a carne. Em outra panela aqueça azeite, frite 3 cebolas fatiadas até dourar, acrescente 5 tomates sem pele picados e uma pimenta vermelha bem picadinha, deixe tudo refogar muito bem. Junte então a carne desfiada. Corrija o sal e coloque cerca de duas conchas do caldo onde a carne foi cozida. Dica? Congele o restante deste caldo, pode ser usado depois em uma infinidade de receitas.

De volta à loucura da carne. Deixe ferver até ficar bem apurada. Depois que desligar o fogo acrescente bastante salsinha picada. Assim como as barquinhas de palmito, decidimos não servir os lanches montados. A carne acabaria deixando o pão muito úmido e molenga se os lanches ficassem montados por muito tempo. A solução encontrada foi deixar a panela de carne louca no rechaud de fondue para mantê-la aquecida, e os pãezinhos cortados ao lado. Assim cada um montava seu lanchinho na hora e poderia prová-lo quentinho e fresquinho até o fim da festa.


O sanduíche de atum é bem fácil. Coloque em uma travessa uma lata de atum, desfie bem e acrescente uma cebola picada bem miudinho, bastante salsinha, um pouco de sal, azeite e aproximadamente 3 colheres (sopa) bem generosas de maionese.

Misture tudo muito bem até ficar uniforme. Espalhe este paté sobre uma fatia de pão de forma, feche com outra fatia de pão de forma formando o sanduíche. Partimos cada lanche em 4 para que as porções ficassem menores, como petiscos mesmo.


Agora, algo que não podia faltar na festa era safadeza. Calma, estou falando daqueles palitinhos de salsicha espetados em um repolho embrulhado em papel alumínio. Outras pessoas conhecem como capetinha ou porco espinho.

Nos meus palitinhos coloquei salsicha fervida em rodelas, queijo muçarela (com "ç" como provou Tadeu Schmidt ser o correto), temperada com azeite, orégano e pimenta calabresa seca, além de finas rodelas de picles e azeitonas sem caroço com pimentão.


Preta, fala pra mim, tem coisa mais cafoninha e gostosa nessa vida?

Mais uma opção? Que tal batatinhas temperadas? Cozinhe batatinhas (daquelas bem pequenininhas mesmo) com casca e tudo em água e um pouco de sal. Depois de cozidas escorra bem e tempere com bastante azeite, um pouco de vinagre balsâmico, orégano, pimenta vermelha picada, sal, salsa e cebolinha.

Sirva em uma travessa com muitos palitinhos.


Tantas opções que só fazendo Uni Duni Duni Tê, ôôô, Salamê minguê... para escolher o que provar primeiro.

Para beber Itubaína e cerveja de garrafa, ambos em um grande isopor cheio de gelo para que os convidados se servissem sem cerimônia.

É chegada a hora do parabéns. Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!!!!!!

Que é a hora mais esperada da festa de aniversário, afinal, só depois do parabéns. Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!!!! é que os doces são liberados.

Haja doce, doce, doce. A vida é um doce, vida é mel. Brigadeiro, cajuzinho, beijinho, abacaxizinho, balas de coco e claro, o grande astro da festa: O Bolo!


A começar pelo tradicional brigadeiro, o docinho mais cobiçado de qualquer festa. Nesta versão nem tão tradicional, porque sofreu algumas maravilhosas modificações.

Em uma panela coloque 1 lata de leite condensado, 1 colher (sopa) de farinha de trigo bem rasa e misture tudo muito bem. Acrescente meia lata de creme de leite e 150g de chocolate meio amargo ralado. Misture bem, ligue o fogo em temperatura média e mexa sempre até desgrudar da panela.

Enrolar, passar no granulado e arrumar bonitinho no pratinho.

O brigadeiro mais bonito que eu já comi na minha vida!

A dupla do brigadeiro também não pode ficar de fora. Beijinho! Quem não gosta de beijinho? Uma dica para deixá-lo ainda melhor? Roube-o! Porque beijinho é bom, mas beijinho roubado é uma delícia. Essa receita também já está aqui no blog, no dia do beijo, lembra? Só clicar aqui para lembrar.

Para festa o docinho é enrolado, passado no açúcar cristal e um cravinho de enfeite.

Esta é a dupla de doces mais tradicional mesmo, meio como arroz e feijão, mas nas festas bacanas de verdade não podia faltar era cajuzinho.

Em uma panela coloque 1 lata de leite condensado, 1 xícara de amendoim torrado e moído (por que chama cajuzinho se é feito com amendoim?), 1 colher (sopa) de manteiga e para dar um toque especial coloque pouco mais de 50g de chocolate meio amargo picado. O ponto é o mesmo do brigadeiro, ou seja, até desgrudar da panela.

Cajuzinho a gente passa no açúcar cristal depois de enrolar e enfeita com meio amendoim dem pele.

Como diria Punky, a levada da breca, esse docinho é massa!

Agora, o docinho mais supimpa da festa, o abacaxizinho. Comece fazendo um doce de abacaxi. Pique em pedaços bem miudinhos meio abacaxi pérola sem miolo e leve ao fogo com aproximadamente 4 colheres (sopa) de açúcar. Deixe até virar uma geléia bem sequinha. Espere esfriar.

Em outra panela coloque 1 lata de leite condensado, 1 colher (sopa) de manteiga e coloque o doce de abacaxi. Mais uma vez, deixe a panela em fogo médio até desgrudar da panela.

Abacaxizinho é no açúcar cristal amarelo e enfeitado com um cravinho.

Lá em casa eles não faltavam nas festas. Bem amarelinhos sempre chamavam atenção e davam alegria à mesa de doces.

Mas alegria mesmo é a torre de bala de coco, com suas franjas coloridas. As balas de coco desta festa foram compradas.

Quando eu era criança, minha vó Ignez é quem fazia. Saudades das balas macias e deliciosas dela. Essas balas dão um trabalhão para fazer, desde acertar o ponto até puxar e puxar e puxar... Quem sabe um dia a gente se arrisca lá em casa.

Enfim, o bolo. E nada dessas armações ilimitadas de bolo trufado ou mousse não. Se é anos 80 o bolo tem que ser branco e com recheio de doce de leite e fruta.


O bolo branco é o pão de ló de água. Bata 5 claras em neve e reserve.

Na batedeira coloque as 5 gemas e acrescente devagar 10 colheres (sopa) bem cheias de açúcar. Bata até que o creme formado fique esbranquiçado. Só então adicione 2 colheres (sopa) de água e aos poucos 10 colheres (sopa) de farinha de trigo. Caso seja necessário, acrescente mais 2 colheres (sopa) de água. Isso dependerá do ponto da massa. Não pode ficar muito líquida, mas também não a deixe dura demais. O bom e velho caminho do meio na hora de encontrar o ponto. Lembrando que, a água pode ser substituída por suco de laranja ou qualquer outro líquido que se queira para saborizar a massa.

Desligue a batedeira e delicadamente acrescente as claras à massa alternando com uma colher (sopa) de fermento.

Essa receita é para uma forma de 25cm e fica bem alto. Caso queira um bolo maior, aumente as proporções da receita.

Fizemos dois recheios. O primeiro de ameixa e doce de leite. Cozinhe o leite condensado por 45 minutos em panela de pressão. Lembre-se de só abrir a lata quando já estiver bem fria. Reserve. Misture 500g de ameixa preta sem caroço picadas e um cálice de vinho do porto. Deixe as ameixas absorverem o vinho por cerca de 2horas. Então misture as ameixas ao doce de leite.

O segundo recheio foi feito com creme de confeiteiro e pêssego em calda. No liquidificador coloque 1 lata de leite condensado, 2 vezes a mesma medida de leite, 2 colheres (sopa) de amido de milho bem cheias, meia lata de creme de leite (lembra a que sobrou do brigadeiro?) e 3 gemas sem pele (tirar a pele ajuda a tirar o cheiro de ovo do creme). Bata bem, leve ao fogo médio e deixe cozinhar até engrossar.

Quando estiver na consistência desejada coloque em uma travessa de vidro e cubra com papel filme para que quando esfriar não crie uma casca por cima. Reserve.

Abra a lata de pêssegos em calda e escorra toda a calda, reserve a calda, ela será utilizada para umidecer o bolo. Pique os pêssegos e reserve.

Para regar o bolo use a calda misturada a um copo de água. Isso ajuda a quebrar um pouco o melado.

Basta montar. Bolo, calda, creme de confeiteiro, pêssegos, bolo, calda, doce de leite com ameixas, bolo, calda e leve à geladeira por umas 3 horas. Esse tempo de geladeira ajuda para que tudo fique mais firme e facilite na hora de confeitar.

De cobertura o escolhido foi chantilly. Creme de leite fresco batido. O bolo foi decorado com castanhas de caju picadas na lateral e por cima uma linda teia feita com chocolate.

Preciso dizer que esse bolo é tão bom, bom, bom, bom?

Assoprar velinhas, fazer um pedido e o primeiro pedaço vai para... Alguma dúvida de a quem ofereci o primeiro pedaço?

Se depois do parabéns. Parabéns, hoje é o seu dia que dia mais feliz!!!!! alguém acha que tudo fica com cara de fim de festa, engana-se muito. Em uma verdadeira festa dos anos 80 não pode faltar jogos, diversão, bexigas e muitos outros docinhos da época. Como dadinho, dip'n lik além de brinquedinhos de festa, como língua de sogra e apito.

Tudo isso sem esquecer do figurino exagerado e colorido, que pode contar com blue jeans, all star, rabos de cavalo alto e para o lado, muitos topetes, ombreiras e acessórios.

Mas de verdade, melhor do que qualquer enfeite, receita ou figurino, foi ver e participar de coreografias como "Não se reprima" e "Ilariê". Esforçar-se para lembrar cada passo ou voltinha em meio a muitas risadas e ouvir as lembranças resgatadas dos baús das memórias dos presentes.

Cantamos e dançamos sem parar. ÔÔÔÔÔ!

Na hora de ir embora cada convidado levou uma lembrancinha cheia de surpresas. Supresas essas, que tinham como intenção fazer cada um levar para casa um pedacinho da festa, uma simbologia de uma nova recordação que se grava na memória.


Afinal festas assim, modéstia a parte, merecem ser lembradas porque fazem o mundo bem mais divertido.
SUPERFANTÁSTICO!

3 comentários:

  1. UAU!!! Ficou lindo o post. Tão lindo quanto a festa, que foi um capricho só, né? AMEI. Mais uma vez, PARABÉNS para minha irmã mais nova = )
    Tatá

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  2. Parabéns Renata, delicia de festa. E bem aos 30, na minha opinião, a melhor idade, ainda em plena forma, mas já cheia de histórias pra contar.

    Olha a coincidência, nos meus 30 chamei a galera pra uma balada anos 80. Não foi bem uma festa, mas anos 80 é tudo e sua festa estava lindíssima, amei! E que venham os proximos 30, comemore todos os anos que se seguem, pq aniversário sem festa é ano que passa, mas com festa é vida celebrada. Bjos.

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  3. Obrigada Nivea!

    Me disseram essa semana algo que achei bem legal sobre a chegada aos 30 tbm: Que aos 30 temos a vitalidade dos 20, mas já com a maturidade dos 40... ;)

    Coincidência mesmo, e que a gente sempre tenha muitos motivos para comemorar.

    bjks

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