quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Peteleco


Não adianta.
Tem algumas coisas que nunca mais vou poder saborear. Por exemplo o bolo peteleco da minha vó.

Sim, eu tenho a receita, esse não é o problema. A questão é que posso tentar fazer quantas vezes eu quiser que não fica igual.

Toda vez que faço ele fica fofo, alto macio, perfeito, a receita é muito boa e simples. Só não é o bolo sensacional, baixinho, oleoso e bem escuro que minha vó fazia.

Pois é, ela era fantástica na cozinha, mas nunca se entendeu muito bem com doces. Mas era só servir um sorriso junto e pronto, lá estava o melhor bolo do mundo.

Já tentei mudar a receita, colocar mais óleo, ou usar uma forma maior, mais chocolate, não pré aquecer o forno e nada funciona.

Hoje, aproveitando o friozinho, resolvi tentar de novo...

Acho que no fundo a diferença está na idade.

Porque nada é como os sabores que sentimos na infância. Quando crianças tudo é novidade, gostoso e surpreendente. Sabores marcantes e intensos por causa das papilas gustativas novinhas e aguçadas.

Depois a gente envelhece e passa a vida toda tentando surpreender nosso paladar misturando ingredientes em uma vã tentativa de resgatar essa sensação infantil da descoberta dos sabores.

Ainda bem que só tentar já vale a pena. E que nessa vida tem sabor demais para experimentar.

Segue a receita do bolo Peteleco.

Em uma tigela coloque 3 xícaras de farinha, 2 de açúcar e uma bem cheia de chocolate em pó.

Acrescente 4 ovos inteiros, 1 xícara de óleo e 1 xícara de água morna. Mistura tudo muito bem, adicione uma pitada de sal, uma pitada de bicarbonato de sódio e uma colher de sobremesa de fermento em pó.

Coloque em uma forma untada e leve ao forno pré aquecido.

Costumo usar ganache de cobertura. E claro, como bolo bom é bolo quente, tire do forno e delicie-se com uma fatia generosa e muita ganache derretida. Essa história de dor de barriga é lenda.

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