quarta-feira, 30 de março de 2011

Casinha de Monet

O Restaurant Week acaba no próximo domingo, ainda bem. Ainda bem, porque eu vou precisar de umas boas semanas para me recuperar de toda essa orgia gastronômica proporcionada pelo evento.

Este ano tive boas surpresas em todos os restaurantes que escolhi. Acredito que seja porque realmente houve um maior envolvimento por parte dos restaurantes participantes, o atendimento em todos foi muito bom e os pratos nitidamente preparados com muito zelo.

Foi o caso do Le Poème e do Floriano que já mencionei em posts anteriores e também o do Casinha de Monet que é o tema deste post.
O Casinha de Monet não foi propriamente uma experiência nova. Já o conhecia e indicava por manter a qualidade desde a rua Francisco Leitão (endereço anterior onde fui apresentada ao restaurante).

Como todo bistrô, mantém um clima aconchegante e acolhedor, tranquilo para esperar a amiga que se atrapalha com o relógio (ou não). Fomos petiscando o couvert devagar, composto de tapenede de azeitonas pretas, queijo de cabra, uma manteiga temperada bastante suave e muitos pães de vários tipos, todos fresquinhos, macios e ainda quentes.
 

E já que é para esperar, um bom vinho também é sempre uma boa companhia. Pedimos o vinho Agnus, um merlot brasileiro com toque bastante perceptível de frutas vermelhas que agradou em muito nosso paladar.


A última amiga chegou à mesa e então pudemos pedir nossos pratos.

De entrada salada verde com harumaki de cogumelos. O harumaki estava bem crocante e o recheio com tempero bem suave e as folhas estavam deliciosamente cobertas por uma redução de vinagre balsâmico de framboesa.



Outra opção de entrada era o brandade de bacalhau, também acompanhado de folhas verdes, e tinha um sabor bastante suave e delicado.
  

Na hora do prato principal a falta de criatividade da mesa imperou, ou talvez tenhamos um certo preconceito com a pobre anchova. Resumindo, todas pedimos o confit de pato ao mel de especiarias com trigo e legumes.

Ninguém se arrependeu da escolha. Carne macia, suculenta, desgrudando do osso. Dava para sentir as especiarias do molho, notando-se que estavam todas muito bem dosadas e portanto uma não sobressaía à outra. O trigo deu o seu toque acrescentando mais uma textura ao prato.


De verdade, às vezes fico meio receosa de pedir pato em restaurantes. Dependendo do preparo o gosto de caça fica muito evidenciado (se bem que nem sei se o pato é realmente uma caça, embora durante toda a infância tenha visto isto nos desenhos). O que quero dizer é que as vezes a carne fica com um sabor residual muito forte, a carne muito rígida e mesmo no tempero percebe-se a ausência de uma longa marinada.

Desta vez me surpreendi muito positivamente, agora quando eu estiver com vontade de comer pato já sei para onde correr.

A opção que não provamos era a anchova com purê de wasabi e molho de gergelim torrado. Que também não deve ser nada mau.

Mas claro, a chave de ouro de todo jantar é sempre a sobremesa. Nas opções do Restaurant Week profiteroles ou pera ao zabaione.

Apesar dos profiteroles estarem lindos e com muito chocolate, resisti bravamente e optei pela pera.


Macia, delicada e o creme estava realmente incrível.

A reação de minhas amigas ao profiteroles também não deixou por menos, parecendo que estava igualmente fantástico.


O Restaurant Week é uma ótima desculpa para reunir amigos, comer bem e pedir a sobremesa sem culpa, mesmo não sendo fim-de-semana e claro, conhecer lugares capazes de surpreender até os mais exigentes paladares.

Mal posso esperar o próximo.

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