terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Rock

Apesar do Espírito Santo ser logo ali, muitas vezes precisávamos de algumas traduções. Por exemplo, no "rock" de lá pode tocar forró, axé, reggae, pagode, sertanejo, mpb ou mesmo o bom e velho e rock'n roll. É a gíria local para falar que vão fazer uma balada, uma festa, um agito... e o local onde estão os melhores "rocks" de Vitória é no Triângulo das Bermudas. Pelo menos isso foi o que nos disseram, mas como estávamos em Vila Velha e percebemos que por lá havia muito a ser explorado, não nos arriscamos a nos perdermos muito longe.

De qualquer forma, nos disseram que no Caranguejo do Assis o rock costuma pocar e então seguimos pra lá. Ah! Pocar é um verbo muito usado por lá, e pode ser usado no sentido de estourar  ou como eu disse aí em cima, para indicar que o lugar é muito legal, interessante, movimentado... que o lugar bomba mesmo.


Ao chegarmos no Carangueijo do Assis, que fica na praia de Itapoã (embora haja controvérsias), nos trouxeram o cardápio e eu fiquei ali, folheando e folheando até que desisti e chamei o garçom para pedir algumas traduções. Nunca tinha ouvido falar em kieber, gurjão ou carne no palito por exemplo.

O garçom muito simpático foi explicando tudo, que gurjão é igual a isca de peixe, mas a isca de peixe é de cação e o gurjão é de badejo, que carne no palito é carne no espeto e que kieber... bom, do kieber eu falo daqui a pouco.


Começamos com a casquinha de siri, generosamente servida, acompanhada de farofa e bem temperada. Aliás, a fartura dos pratos me pareceu uma constante pela região.


Na sequência o gurjão. Acompanhado de maionese, bem sequinho, casquinha crocante e um delicioso peixe macio daqueles de desaparecer na boca, iá!
Taí, se mineiro fala uai, capixaba fala "iá". Já disse que fiquei impressionada com a quantidade de histórias e particularidades de lá? Pena que foi tão pouco tempo. Mas tempo suficiente para fazer muito rock.

Depois de nossa experiência no Caranguejo do Assis saímos para caminhar e mal demos dois passos e nos deparamos com o Abertura, lugar que nos pareceu "massa" e prometemos voltar no dia seguinte. Continuamos andando e conhecemos a praia de Itapoã que a noite fica repleta de pescadores e assim como a praia da Costa tem um visual incrível.

Dia seguinte, cumprimos a promessa e fomos ao Abertura onde descobrimos ser o local que criou o kieber.


Agora sim. Kieber é um pequeno pedaço de peito de frango recheado de presunto e queijo, preso com um palito de dente, empanado e frito. Petisco do tamanho da mordida, ideal para acompanhar uma cerveja bem gelada ou um bom chopp bem tirado.

Pena que eu resolvi tirar a foto depois do chopp... estava delicioso, frango suculento, queijinho derretido...


Deixa eu falar, foi mais uma experiência incrível proporcionada pela criatividade capixaba. Aliás, me parece que o que caracteriza mesmo os capixabas não são suas expressões regionais e peculiaridades históricas, mas a criatividade e o bom humor que pairam no ar, além de uma tremenda boa vontade e simpatia locais.

Nossos rocks foram muito legais e sempre muito bem acompanhados de comida farta e bem preparada. Não poderia ter sido melhor... quer dizer, se eu posso fazer um pequeno comentário, para mim seria ainda mais inesquecível se tivesse rolado algum rock de fato, que continua sendo meu gênero musical preferido onde quer que eu esteja...

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