segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dia de folga

Tem momentos em que a gente sabe que tudo o que precisa e merece é de um dia de folga.

Daqueles de ficar de bobeira em casa. Curtir o cachorro, o sofá e a Sessão da Tarde. Ou mesmo aproveitar para fazer coisinhas comuns de forma divertida e prazerosa ao invés da maneira habitual sempre tão corrida e simplesmente por obrigação.

Segunda-feira passada eu me presenteei com um desses dias.

Aproveitei para fazer as compras de mês com minha mãe. Onde pudemos passear calmamente pelos corredores vazios do mercado e escolher tudo com tranquilidade. E claro, planejar um jantar especial para encerrar o dia e encontrar um bom vinho para acompanhá-lo.

O Cardápio ficou decidido assim:

Entrada: Salada de folhas verdes, tomate e azeitona
Prato Principal: Picanha de cordeiro com molho de hortelã
Acompanhamento: Mini batatas recheadas

Como sempre, gostamos de começar com uma leve saladinha. Nada especial, não requer prática nem tão pouco habilidade.

Folhas de escarola e de rúcula, tomates partidos em 6 e algumas azeitonas pretas. Para temperar, vinagre balsâmico, azeite e sal. Leve, básico e comer verduras para balancear a refeição é sempre necessário, até para amenizar a culpa do que viria a seguir.


Vamos começar pelas batatas. Cuidadosamente procuramos batatinhas pequenas, mas não tão pequenas que não fosse possível rechear. Cerca de uns 3,5cm de diâmetro (não vale levar régua para a feira).

Em uma forma coloquei as batatas, reguei com azeite, sal grosso e funcho e levei ao forno a 180º por cerca de 40 minutos, ou até que as batatas fiquem macias.

Todos esses temperos servem só para saborizar a casquinha. Depois que já estavam assadas tirei com uma faca a pontinha e com uma colher de chá fui retirando o miolinho das batatas e reservando.

Quando já estavam todas ocas, preparei o recheio. Ralei queijo gouda, a mesma porção de queijo gruyére, um tomate sem pele e sem sementes picado em pedaços bem pequenos, salsa e cebolinha, um pouco de azeite e um toque de noz moscada.

Em cada batata coloquei uma colher (café) de manteiga, preenchi com o recheio e depois cobri com queijo parmesão ralado. Voltei ao forno para que gratinasse.


Ficaram ótimas. Os queijos bem derretidos, a batata bem macia. Nem vou me estender muito tentando explicar, porque tem coisas que simplesmente todo mundo está cansado de saber que funciona. Batata com queijo obviamente está entre elas, e se ainda tiver um tomatinho e temperos para dar um toque... Perfeito.

Lembra que disse que reservei o miolo retirado das batatas? Pois então, misturei com o restante do recheio, um pouco de sal, manteiga e requeijão cremoso até que ficasse na consistência de um purê.

Mas a sensação da noite sem dúvida era a picanha de cordeiro. Corte até então desconhecido de nossos paladares. No mercado compramos a carne congelada e já temperada. Claro que prefiro os produtos frescos aos congelados, mas era a oferta que tínhamos e estava de fato muito bonita. É a mesma coisa em relação ao tempero, sim, ela já veio temperada. Claro que prefiro dar meu toque pessoal e escolher o tempero que mais me agradar, mas era a oferta que tínhamos e estávamos de fato, dispostas a experimentar este corte.

Muito empolgadas com nossa escolha chegamos em casa e fui procurar uma receita de molho de hortelã para acompanhar o cordeiro e não resisti a dar uma encrementada no tempero.

Acrescentei à carne dois dentes de alho picados, uma generosa colher (sopa) de geléia de hortelã, um pouco mais de sal e um copo de vinho branco seco. Deixei que descongelasse nessa marinada durante toda a tarde. Depois de bem descongelada coloquei a peça em uma forma, sobre finas fatias de cebola, a posicionei com a gordura virada para cima, joguei sobre ela o tempero onde estava e levei ao forno sem cobrí-la. O forno estava a 180° graus, de tempos em tempos eu dava uma espiada no forno e com uma colher regava a carne com o tempero que estava na forma.

Enquanto isso, fui preparar o molho. Refoguei uma cebola bem picada com um pouco de azeite. Acrescentei um maço de hortelã picado finamente (bati no processador), um pouco de sal, algumas gotas de tabasco e meia xícara de vinho branco seco. Deixe ferver por uns cinco minutos e pronto.

Após 2 horas de forno tirei o cordeiro e esperei uns 15 minutos antes de fatiar.


Extremamente macia e suculenta de sabor suave e ainda deixou um maravilhoso aroma por toda a cozinha. Fantástico.

Na hora de servir usei aquele purê (lembra?) para acomodar a batata no prato, e sobre a carne o molho de hortelã que ficou picante e realçou o sabor do cordeiro.


Fiquei aqui salivando ao descrever o cordeiro que quase me esqueci de falar do vinho com o que o acompanhamos. O Merlot Francês J. P. Chenet. Ao contrário da tradição do velho mundo, este vinho apesar de ser produzido na França marca no rótulo qual a uva utilizada, o que facilita para quem gosta de beber, mas não conhece tão profundamente o assunto para saber quais as uvas que o compõe só pela região e o ano.

Esse vinho é bastante leve, o que foi ótimo para o nosso cordeiro porque desta forma eles não brigaram em nenhum momento.


Adorei me dar este dia de presente. Um passeio tranquilo pelo shopping, ter calma e espaço para escolher tudo e planejar o jantar, reinar na cozinha sem pressa... e só poderia terminar com muito chocolate e episódios inéditos dos meus seriados preferidos.

Ainda bem que de vez em quando essas pausas são possíveis.

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