quarta-feira, 9 de maio de 2012

Top Chef Masters

Era uma preguiçosa noite de sábado, pós jantar acompanhado de um bom vinho, estava eu aproveitando o sono dos justos em meu adorado sofá. Eis que de repente, não mais que de repente, sou acordada por minha mãe com uma notícia bombástica: Curtis Stone é o apresentador do Top Chef Masters 3ª temporada.

Se eu já gostava de Top Chef, e já tinha preferência pelo Top Chef Masters, agora então, tenho um programa imperdível para as noites de sábado. Uma excelente oportunidade para quem, assim como eu, já estava com saudades do Curtis na TV.

Para quem não conhece, Top Chef é um reality show onde chefs encaram os mais complexos desafios gastronômicos. Uma verdadeira fonte de inspiração.

Foi lá que descobri a gastronomia molecular, espumas e tendências, e percebi o quanto desafiar-se pode ser empolgante.

E se em Top Chef os competidores são ilustres desconhecidos, em Top Chef Masters só participa quem já tem uma reconhecida história de sucesso no ramo da gastronomia. Um programa de dar água na boca.

No segundo episódio desta temporada, intutalado Everything Old Is New Again, o desafio era preparar um prato moderno, inspirado nos anos sessenta. Entre esses pratos estavam clássicos como a ambrosia, o strogonoff, e o vencedor deviled eggs preparados pela chef Mary Sue Milliken.

Deviled eggs nada mais é do que um creme de maionese feito com as gemas dos ovos cozidos e servidos dentro das claras cozidas. Aparentemente nada tentador, mas que foi capaz de encantar os mais refinados paladares.

Mais do que inspirada, corri para a cozinha e me propus a refazer 3 dos pratos do programa.

Minha primeira aventura foi tranformar o bife wellington em um petisco que serviria como entrada. Basicamente apenas encolhi a fórmula fazendo pequenas esfihas folhadas de paté de cogumelos, filé mignon e presunto.

O primeiro passo foi fritar as fatias de presunto cru, depois de fritos eles estavam bem sequinhos, então piquei em pequenos pedacinhos, fazendo quase uma farofa. Reservei.

No liquidificador, requeijão cremoso e cogumelos paris com um pouco de sal, azeite e pimenta do reino até que vire uma pasta consistente. Reservado também.

Em uma frigideira com um pouco de azeite selei pequenos pedaços de filé mignon temperados com sal e pimenta do reino. Não gastei mais de um minuto nesta tarefa.

Hora da montagem. Corte pequenos quadrados de massa folhada e recheie com um pouco de paté, o presunto picado e um cubo de filé mignon.  Fechar e colocar em uma forma untada, antes de levar ao forno pincelar com uma gema de ovo, para ficar douradinho.


petisco wellington
Todos os sabores em uma única mordida. Ótima opção para quem gosta de brincar de gigante... O filé mignon não ficou mal passado como no original, mas manteve-se suculento, a massa crocante, o sabor marcante do presunto e a textura macia do paté parecem se esconder enquanto esperam o momento certo de explodirem. E este momento, é claro, é a cada mordida.

A seguir: coq au vin. Não posso dizer que foi propriamente uma releitura. A grande diferença da minha versão foi ter substituído o galo por coxas de frango orgânico. Se a intenção era tornar este prato moderno o fato de ser orgânico já deu o tom da moda.

Momento criança chata. Alguém já viu um frango inorgânico? Um pouco de etimologia... "orgânico" é um termo que refere-se à qualquer organismo vivo. Logo, um frango sempre será orgânico, independente de tomar antibióticos, comer ração vegetariana, animal, milho... 

Enfim, embora não concorde com o termo designado para definir este tipo de alimento, concordo plenamente com o propósito. Afinal, comer bem deve sempre ser um hábito saudável e evitar toxinas provenientes de antibióticos, agrotóxicos, adubo, e afins é altamente recomendável, mesmo que para isso, ainda tenha-se que pagar um pouco mais.

Sem contar que em vida estes animais também são tratados com muito mais respeito.

De volta à receita. Lave as coxas de frango com bastante limão. Faça a marinada com dois dentes de alho inteiros, uma cebola picada, sal, azeite, o suco de meio limão, pimenta do reino, tomilho, estragão e meio litro de vinho tinto seco.

Deixe por pelo menos duas horas. Coloque pequenos pedaços de bacon em uma panela e deixe fritar bastante. Acrescente as coxas de frango sem o líquido da marinada, a panela deve estar bem quente e as coxas devem ser fritas até que fiquem bem douradas.

Acrescente então a marinada, cubra com mais vinho, tampe a panela e deixe cozinhar por cerca de 1h. Outra vantagem da troca da carne, esta é bem mais macia e cozinha muito mais rápido.

Assim que o frango estiver descolando do osso, retire as coxas e bata o caldo no liquidificador com uma colher de manteiga para obter um molho mais fino e aveludado.

Finalize com uma colher de mostarda dijon e corrija o sal se necessário. Servi com algumas torradas e claro, os famigerados deviled eggs.

coq au vin e deviled egg
Tá bom, vou confessar que roubei no deviled egg. Ao invés de usar maionese, aproveitei um paté de queijo brie comprado já pronto no mercado e que estava dando sopa na geladeira. Foi a receita mais fácil da noite e a que arrancou maiores elogios.

Cozinhei o ovo até que estivesse bem firme, tirei a casca, parti ao meio, retirei a gema e com um garfo misturei a gema ao paté de brie. Sal, azeite, pimenta do reino e coloquei o creme no espaço da gema.

Facinho assim, cremoso demais, e ovo é sempre ovo e eu adoro.

Harmonizando este jantar, uma bebida tão charmosa quanto os anos 60, a Chandon baby Brut Rosé. Borbulhante, nada adstringente e com toque de frutas vermelhas.

chandon baby
Jantar maravilhoso, de sabores intensos e que só poderia ser melhor caso houvesse um certo chef a domicílio.

Mas mesmo sendo apenas pela TV, a companhia do Curtis já deixa qualquer noite bem feliz... Minhas noites de sábado jamais serão iguais.

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