quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Onde paramos?

Ah sim! Voltaremos no tempo há exato um mês, porque nossas histórias por aqui pararam no Jingle Bell.

Mas se hoje é 25 de janeiro, não posso deixar de dar parabéns à cidade de todas as cidades. Cidade que eu digo e repito que amo de paixão. Parabéns pelos 458 anos SP.

Agora sim, de volta à Noite Feliz.

Natal é a época em que mais tempo ficamos na cozinha aqui de casa. Muitas opções, muito trabalho, mas como sempre, compensado pelo sabor de cada prato.

Como a ceia só é servida depois que todos estão presentes alguns beliscos não fazem mal a ninguém.

Uma travessa com avelãs e frutas secas, como damascos e tâmaras é sempre bem vinda.


Assim como a já tradicional torta da mamãe. Dessa vez de frango. A massa é a mesma do post Reciclagem e pode ser conferida aqui.

Para o recheio cozinhe 2 peitos de frango, temperados apenas com sal, na pressão por 20 minutos. Depois de cozidos, desfie o frango e reserve.

Em uma panela coloque azeite, uma cebola grande finamente picado e 2 dentes de alho igualmente picado, refogue até que a cebola fique transparente. Acrescente o frango desfiado e deixe fritar, mexendo de vez em quando.

Depois de frito junte dois tomates sem pele, uma porção generosa de azeitonas pretas e uma pimenta dedo de moça, todos bem picados, corrija o sal e refogue até que o tomate murche.

Uma dica para apurar o sabor é acrescentar um pouco do caldo onde o frango foi cozido e deixar ferver por alguns minutos com a panela tampada. Abra a panela, deixe o caldo secar. Tire do fogo e acrescente 1 copo de requeijão cremoso, salsa e cebolinha e 2 ovos cozidos picados finalizam o recheio.

Espere esfriar bem antes de usar.


Massa bem quebradiça e recheio cremoso e bem temperado. Com um petisco desses tem como ter pressa em servir o jantar?

Com ou sem pressa os pratos aos poucos aparecem na mesa enchendo os olhos dos convidados. A começar pela terrine servida na entrada.

Esta terrine é um pouquinho diferente da que fiz no post Fanáticos por berinjela. A forma usada é a de bolo inglês, untada com óleo. Foram usadas 2 berinjelas grandes cortadas em rodelas e passadas na farinha de trigo levemente e fritas em azeite suficiente para dourá-las dos dois lados.

O creme foi feito a partir do molho bechamel, acrescentado de uma gema e um pote de cream cheese, além de um pouquinho de noz moscada.

Uma das camadas é de tomate e cebolas com bastante manjericão fresco picado. Dessa vez coloquei o tomate e a cebola crus, pois depois de alternar camadas de berinjela, molho, cebola e tomate com azeite e manjericão, levei ao forno brando em banho maria por cerca de 1 hora e meia. A primeira hora coberta por papel alumínio.

Esperar esfriar, levar à geladeira de um dia para o outro. Pois é, os trabalhos começaram cedo por aqui.


Ficou ainda melhor desta vez. Mais fácil de fatiar sem desmontá-la e os sabores ainda mais mesclados. Arrancou elogios até de quem não é tão fã de berinjela assim. O toque final foi dado pelo molho de mostarda com mel (com aquele toque de azeite).

E se uma entrada assim inspirada já faz sucesso, imagine duas. Não tem como evitar, Natal é sinônimo de mesa farta e acabamos sempre exagerando na montagem do cardápio.

Já que ano passado o tender foi muito apreciado, resolvemos inventar de serví-lo em finas fatias para serem saboreadas com pão italiano e regado pelo bom e velho azeite.

Temperado de um dia para o outro, para ter aquele tempo básico de uma boa marinada. O primeiro passo é fazer pequenos cortes sobre o tender formando losangos. Nas pontas destes losangos espetar cravinhos da índia para saborizar.

Dentro de um saco plástico coloque o tender, meia xícara de melado de cana e o suco de 2 laranjas. Feche o saco plástico, mexa bem e leve à geladeira. De tempos em tempos dê uma nova sacudida no tender e vire de lado, para que absorva bem o tempero de maneira uniforme.

No dia seguinte asse o tender a 200°. Para cada quilo de tender deixe assar por 20 minutos. Tire do forno, tire os cravos, espere esfriar e fatie bem fino.

Volte a forma ao fogo e deixe reduzir o molho até que esteja com a consistência de um caramelo. Sirva o molho junto com o tender.


Fatias agridoce de tender com pão italiano. Tudo muito bom, tudo muito bem e receita aprovadíssima, mas prepare-se para a reciclagem de tender. Como as fatias ficam finas acaba rendendo muito, recomendado para grandes famílias ou para exercitar a criatividade na hora do reaproveitamento.

Ainda nas entradas, algo que não pode faltar é uma boa salada. Fresquinha, leve, com folhas de rúcula, palmito, tomatinhos sweet, azeitonas e muçarelinha de búfala.


Afinal algum desses pratos tem que fazer com que eu me sinta uma pessoa light. Ainda mais quando servida junto com molho de iogurte e hortelã. Muito fácil, basta misturar iogurte, hortelã picada, sal e azeite e servir sobre a salada. Refrescante e delicioso.

Chega de entradas, vamos ao acompanhamento. Cuscuz marroquino, lembra-se dele? Fizemos esta receita no Churrasco da Cumeeira.

Em uma frigideira alta, coloque água, um pouco de vinho branco, sal e azeite e deixe esquentar. Não precisa ferver, a água deve ficar apenas morna. Desligue o fogo e acrescente uma porção de uvas passa e o cuscuz marroquino (a proporção de líquido para o cuscuz é de 1 para 1). Espere 5 minutos e solte com a ajuda de um garfo.

Quando já estiver bem soltinho tempere com canela e noz moscada, coloque também um pouco mais de azeite e sal e para finalizar junte castanhas (usamos avelãs) e frutas secas (tâmaras e damascos).


Acompanhamento diferente, rápido de fazer e de sabor incrível e impressionante.

Finalmente a estrela da festa. O prato principal. Este ano nada de peru, optamos por uma receita de lombo com abacaxi.

Só para variar, tratando-se de carnes vamos começar pela marinada feita no dia anterior. O lombo deve estar aberto em manta. Se não souber como fazer basta pedir para o açougueiro. Tempere com sal, azeite, pimenta do reino, bastante limão, alho, ramos de alecrim e vinho branco. Mais uma vez coloque dentro de um saco plástico e leve à geladeira. Faça como no tender. Dê aquela sacudida de tempos em tempos.

Enquanto isso... faça o recheio de abacaxi. Em uma panela coloque azeite, uma colher de manteiga com sal e duas cebolas picadas. Deixe dourar bem e então acrescente dois abacaxis picados sem o miolo. Junte também uma xícara de açúcar mascavo, uma generosa pitada de sal, um maço de hortelã finamente picada, pimenta do reino, uma casca de canela, noz moscada ralada (mais ou menos umas duas colheres de chá) e alguns cravos da índia para saborizar.

Deixe ferver bastante até engrossar. Tome cuidado, espirra bastante enquanto ferve. Tire do fogo, espere esfriar e então peneire esse molho.

A parte sólida será usada para rechear o lombo e o caldo será servido como molho junto com o prato.

No dia seguinte... tire o lombo da geladeira. Com ele aberto passe uma camada do recheio e então enrole o lombo como um rocambole, faça esta manobra com muito carinho para que o chutney de abacaxi não escape. Amarre com barbante e coloque em uma forma.

Hora de ir ao forno médio. Durante uma hora deixe o lombo assar tranquilamente com a parte da gordura para cima, regue de vez em quando para que ele não fique seco e não há necessidade do alumínio.

Após essa hora tire o lombo do forno, corte e retire o barbante. Coloque batatas ao redor da forma e cubra o lombo com fatias de bacon. Volte ao forno por mais uma hora, ou até que as batatas estejam macias e o bacon bem crocante.


Fala sério, lombo úmido, com recheio de abacaxi bem apurado, batatas douradas e macias com o sabor da carne e bacon. Podia ser melhor?

Só de ver a foto fico aqui babando. Ainda bem que não é preciso esperar o próximo Natal para que as receitas sejam reprisadas...

Aliás até hoje ainda não consigo entender porque as rabanadas só são lembradas no Natal. Algo tão simples e delicioso deveria estar presente durante todo o ano para adoçar os dias ruins.

Enfim, é exatamente a mesma receita do ano passado que está no post Tradição natalina e pode ser vista aqui. Porém... este ano descartamos o pão italiano. Fizemos com bisnaguinhas amanhecidas. Ficou ainda mais molinha. Delícia!


Falando em tradição natalina... às vezes dá vontade de importar algumas tradições. Como por exemplo aqueles bonequinhos de gengibre feito em larga escala no Natal dos Estados Unidos. Retratado de maneira tão simpática no Shrek e aparentemente tão deliciosos e bonitinhos.

Procuramos em vários lugares e nada de encontrarmos as forminhas certas. Também achamos a receita de gengibre um tanto quanto forte e não gostamos muito da idéia de usar glacê na decoração... é... parece que importar tradições não é o nosso forte.

Usamos então apenas a idéia de fazer biscoitinhos em formato de bonequinhos e inventamos tanto quanto possível criando talvez uma nova tradição aqui em casa. A tradição dos monstrengos de Natal.

Os monstrengos são biscoitos deliciosamente amanteigados e crocantes. Coloque em uma travessa 2 xícaras de farinha de trigo, 200g de manteiga gelada em cubinhos, 1 colher (sopa) de cacau em pó, 1 xícara rasa de açúcar e 1 xícara generosa de castanhas do Pará quebradas em pequenos pedaços.

Misture tudo com as pontas dos dedos até obter uma massa homogênea. Enrole em papel filme e leve à geladeira por 1 hora.

Uma hora depois... coloque a massa entre dois pedaços de papel filme e estique com o rolo. Deixe com aproximadamente meio centímetro de altura e corte com o auxílio de cortadores de biscoito. Como disse nós não encontramos o cortador certo, usamos um de anjo e adaptamos para o formato desejado.

Leve ao forno a 180° até que asse. Se o forno estiver quente é bem rápido, uns 10 ou 15 minutos são mais do que suficientes. Para saber o ponto olhe embaixo do biscoito, estando dourado, pode tirar do forno.

Espere esfriar e então faça os desenhos com chocolate branco e preto derretido. Faltou habilidade por aqui... mas até que os monstrengos ficaram simpáticos.

Dê um choque térmico no chocolate deixando os biscoitos já decorados na geladeira por uns 5 minutos. Coloque em uma travessa com tampa para que permaneçam bem crocantes.


Temos um ano para procurar o cortador certo e treinar a habilidade, aí quem sabe? Talvez ano que vem eles fiquem mais bonitinhos.

Bonitinhos ou não o sabor desses amanteigados tem tudo para torná-los tradicionais em dias de festa.

Dias de festa não servem apenas para fazer muitas receitas já testadas e tradicionalíssimas. Também são uma ótima oportunidade para testar uma nova receita, daquelas que temos vontade de fazer há tempos. Foi o caso do brownie feito pelo meu cunhado.

Há tempos ele procura uma boa receita, do tipo que fique com a superfície bem quebradiça e o centro bem úmido. Que não seja um simples bolo de chocolate, mas sim um verdadeiro brownie para ser acompanhado de sorvete.

Bom... ainda não foi dessa vez que chegamos lá, mas estamos cada vez mais próximos de descobrir que receita é esta. De qualquer forma ficou bastante intenso e é claro... com sorvete ficou ainda melhor.

Na batedeira 6 ovos inteiros e 450g de açúcar. Bater até que fique bem clarinho e cremoso, juntar devagar 12 colheres (sopa) de farinha de trigo. Depois de bem batido, reserve.

Em banho maria derreta 150g de manteiga e 450g de chocolate meio amargo. Misture à massa reservada e quando estiver bem uniforme acrescente algumas nozes quebradas.

Despeje em forma untada e coloque pequenas quantidades de chocolate picado antes de assar. Forno quente por aproximadamente 40 minutos.


As cerejas servem para dar o toque natalino e deixar a foto mais bonita. Simplesmente essenciais.

Por último, mas não menos importante, uma sobremesa gelada aprendida com Jamie Oliver e feita caprichosamente pela mamãe. A bomba gelada de Natal que ela criativamente gostou de chamar de sorvetone devido as suas liberdades poéticas sempre tão bem vindas.

Retire do freezer 1 litro de sorvete de passas ao rum para que ele vá amolecendo enquanto prepara-se a receita. Forre uma tigela grande com papel filme com bastante sobra nas bordas (vou entregar a mamãe e dizer que ela esqueceu desta parte, não foi nada legal presenciar a agonia dela na expectativa de ver se a sobremesa sairia da forma sem desmanchar inteira, no fim, deu tudo certo... ainda bem).

Corte um panetone de 1kg em fatias. Forre o interior da tigela com essas fatias sem deixar sobras. Regue com uma mistura de suco de laranja e Contreau.

Coloque metade do sorvete. Sobre o sorvete junte uma xícara de frutas cristalizadas picadas (foram usados melão, damasco e cereja) e uma porção de amêndoas torradas e quebradas. Pressione um pouco com as costa de uma colher.

Acrescente o restante do sorvete. Cubra com mais algumas fatias do panetone fazendo uma ‘tampa’ e regue com a mesma mistura de suco de laranja e Contreau.

Puxe as sobras laterais de plástico filme para cobrir. Com a ajuda de um prato, pressione bem e leve ao freezer de preferência de um dia para o outro.

Retire do freezer meia hora antes de servir. Cubra com chocolate ao leite derretido e enfeite com as famigeradas cerejas pra lá de fotogênicas.


Ufa! Acho que não esqueci de nada. Muito trabalho, mesa repleta de sabores diferenciados para agradar todos os paladares. Ceia com direito a bacon e sorvete para não se ter do que reclamar. Alguns quilos a mais para ter uma promessa na ponta da língua na virada do ano... aiai.

Melhor do que isso? Só poder compartilhar tudo isto com pessoas especiais. Natal inesquecível dos petiscos até a sobremesa.

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