...uma rainha chamada Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança (ufa). Como já era de se esperar, antes de ser rainha a Maria foi princesa. Não qualquer princesa, mas a Princesa do Brasil (além de ser Princesa da Beira e Duquesa de Bragança).
Como ela era muito importante, não podia se casar com qualquer um. Teve que garantir a continuidade dinástica da Casa de Bragança casando-se com o tio Pedro de Bragança.
Tiveram quatro filhos, entre eles João, que um dia assumiria o trono como D. João VI e por causa de umas confusões com um maluquinho francês que gostava de usar chapéu e montar em seu cavalo Branco, Joãozinho correu sair de Portugal rumo ao Brasil.
Tão às pressas que sua mãe, a Maria, disse uma frase que entrou para a história: Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir. Frase bem sincera, embora o que comentam por aí é que ela não tinha pressa nenhuma por acreditar que estava mesmo era indo para o inferno...
Resumindo, a nossa Maria não batia lá muito bem dos pinos e isso lhe rendeu a fama de Louca.
Curiosidade? Já que a Maria era meio lelé da cuca, só permitiam que ela saisse acompanhada de muitas damas da corte. A Maria, que ia rodeada de muitas outras damas fez nascer a expressão Maria vai com as outras.
Mas este continua sendo um blog de gastronomia onde o que nos interessa não é a transformação da Princesa em Rainha ou da Rainha em Louca, mas sim a transformação da Maria em padaria.
E se tem uma coisa que português entende bem é de padaria, ora pois.
A casa de pães Maria Louca, ali na rua dos patriotas, oferece uma infinidade de opções. E como em toda boa padaria fui envolvida por seus aromas logo na entrada.
Ambiente bem iluminado, amplo, com rápido atendimento e cardápio inusitado. Os lanches foram batizados, por exemplo, com nomes de antigos cinemas do bairro do Ipiranga.
Não resisti à garoa de bacon descrita no cardápio e ataquei um Cine Soberano.
Conselho, vá com fome, muita fome. Muitíssimo bem servido e acompanhado de batatas. Bom, se tem bacon... eu sou suspeita para falar, mas...
De verdade, lanche generosamente montado e muito saboroso, daqueles de fazer os olhos brilharem a cada mordida.
Como nem só de bacon se vive, há também opções mais lights. O Cine Anchieta com rúcula, tomate e filé mignon grelhado é bem mais leve.
Lanche para quem é de lanche. Buffet pra quem é de buffet, no mezanino servem todas as refeições do café-da-manhã ao jantar, com grande variedade também, mas que deixei para experimentar em uma próxima visita.
Sugestão, quando estiver em uma padaria nada melhor para terminar a refeição que um delicioso doce. Riquíssima oferta de doces. Optei pelo de café, com pistache e physalis de decoração.
Um lugar que faz juz ao slogan que tem: Sabor em todos os sentidos.
E já que...
...além de comida estamos falando de história. Saímos da padaria e resolvemos fazer uma visitinha ao palácio construído como monumento da independência. Ali no Ipiranga mesmo, onde o Pedrinho I, neto da Maria, recebeu uma carta do João e resolveu proclamar a independência.
Afinal, foi assim que o infante e serelepe Pedrinho tornou-se imperador, casou-se com a Imperatriz Leopoldina (a da escola de samba) apaixonou-se pela Marquesa de Santos...
...e eles viveram felizes para sempre...
Bom... eles eu não sei, mas esse domingo foi bem feliz.
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